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Estado de Minas coluna do jaeci

Agradeçam ao trio que deixou o Atlético competitivo como poucos

Os torcedores, maravilhados com o time, precisam reconhecer o papel de Cuca, Rodrigo Caetano e do mecenas Rubens Menin


26/09/2021 04:00

A chance de título em três competições - Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil - deixa os atleticanos em estado de graça
A chance de título em três competições - Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil - deixa os atleticanos em estado de graça (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 20/8/21)

A torcida do Atlético, fell in love (se apaixonou) com o time, classificando-o como o melhor do Brasil. O torcedor é passional e isso é muito comum, principalmente quando ocorre com uma equipe que não está acostumada a levantar troféus. A análise fria mostra um Atlético com 113 anos e três títulos importantes: Brasileiro de 1971, com o saudoso Nelson Campos, Libertadores de 2013 e Copa do Brasil de 2014, com o maior e mais vencedor presidente da história do clube. No mais, campeonatos estaduais, que, vale dizer, nas décadas passadas, até o começo da década de 1980, eram mais valorizados que o Brasileirão. Mas o mundo se modernizou e nesse quesito de competições o futebol também mudou. Hoje valem Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial de Clubes. O resto é para inglês ver.

Tenho um amigo, atleticano de quatro costados, que diz que não se importa em ganhar títulos, que o Atlético é diferente de tudo, e que a torcida realmente torce pela camisa, pela mítica, pela magia que o time produz. Realmente, acho a torcida do Atlético apaixonada e espetacular sob esse prisma, mas se ela não se importa em ganhar títulos, qual o motivo dessa euforia agora? Basta continuar cortejando o time e pronto, desejo satisfeito. A verdade não é essa. Claro que a razão de existir de um time de futebol é a sua torcida, e também é evidente que o que mostra a grandeza de um clube são as conquistas, os títulos.

Ao vislumbrar conquistas nessa temporada: sim, o Galo pode ser campeão até de três competições simultaneamente, o torcedor está eufórico com o grande momento. Alguns me criticam por eu achar o time mediano. Sim, mediano no começo da competição, se encorpou com jogadores de alto nível como Nacho, Hulk e Diego Costa, além de Cuca ter recuperado vários jogadores medianos. Ou alguém acha que Everson, Mariano, Igor Rabello, Vargas, Nathan, Hyoran e Keno são jogadores de alto nível?

Aí, entra o trabalho de um cara espetacular chamado Cuca, que recuperou todos eles e transformou esse Atlético num grande time. Futebol é cíclico. No começo do ano era mediano, sim, e os jogos mostravam isso. O Galo teve dificuldades imensas no fraco Campeonato Mineiro. Cuca, execrado pela torcida, que não o queria de jeito nenhum, foi ajeitando a casa, com sua competência e qualidade. Eu disse que em todo o começo de trabalho ele demora a ajustar e achar o time ideal, mas isso acaba ocorrendo. Cuca é o grande responsável por esse belíssimo trabalho, que pode culminar em títulos ou não, mas que nada do que ocorra tirará seu brilho e belíssimo trabalho.

Enaltecer também o trabalho de Rodrigo Caetano, que conhece futebol como poucos, que não negocia com empresários inescrupulosos e não divide comissões com eles. É ético e sério. O Atlético é muito bem gerido por ele, que mapeia jogadores do mundo inteiro. E só contrata na certeza de que estará dando lucro ao clube. Rodrigo tem essa preocupação. Sei o quanto é elogiado pelos dirigentes do clube e de sua importância em todo esse processo. O planejamento era para ganhar taças na próxima temporada, mas se ocorrer antes, é graças a ele e a Cuca, não tenho a menor dúvida disso.

O Atlético está se preparando para se tornar ganhador de troféus, e o próprio mecenas Rubens Menin já citou o Flamengo como exemplo de gestão e de conquistas. Grandeza da parte dele reconhecer no rival o trabalho sério, feito desde a gestão Bandeira de Mello, que começou em 2013. O Flamengo ficou seis anos assim e ganhou apenas uma Copa do Brasil. Depois disso, de 2019 para cá, disputa todos os troféus e em dois anos já ganhou dois brasileiros e uma Libertadores, só para citar os mais importantes. Vejo alguns companheiros metendo o pau em Menin por ser mecenas. Qual o problema, se ele é bilionário e quer ajudar o clube do coração? Ele e os dirigentes sabem que essa não é a melhor forma de gerir o clube, mas se o momento permite que ajudem, por que não? Um cara que não tem preocupação em receber nada a curto ou médio prazo, se receber, e que está ajudando o clube a se fortalecer num momento de crise mundial. Vejam a situação caótica do poderoso e ex-bilionário Barcelona!

Portanto, torcedores alvinegros, agradeçam aos mecenas, a Cuca e a Rodrigo Caetano. Todos comprometidos com o trabalho e o sucesso do clube, que irá ocorrer mais cedo ou mais tarde. O Atlético tem hoje, vejam bem, hoje, pois futebol é momento, um belíssimo time. Forte, competitivo e que já não é mediano e, sim, um dos grandes do nosso futebol. Como o futebol é dinâmico, o que significava uma coisa ontem hoje pode significar outra. É assim que deve se enxergar o futebol. Acompanhar a evolução de um time e entender cada momento. E, cá pra nós, aquela conversa do meu amigo de que o atleticano não liga para taças é balela. Deixa ele ser campeão para vocês verem o carnaval em que a Praça Sete vai se transformar!


RIZEK


O apresentador André Rizek disse em 2017 que “o Corinthians não iria ganhar nada, pois o time era ruim”. Disse no começo da temporada e tinha toda a razão. Porém, o Corinthians foi contratando jogadores, se ajustando e Carille conseguiu montar um time competitivo. Ao fim da competição, o Timão sagrou-se campeão brasileiro e Rizek virou meme, pois os torcedores gravaram sua fala. O torcedor é assim, passional. O jornalista não pode ser. Tem de analisar o momento, e Rizek estava coberto de razão naquele momento em que fez tal análise. Portanto, meus amigos e minhas amigas, o futebol é cíclico e dinâmico. O torcedor, porém, jamais vai enxergar isso. Ainda mais depois que criaram as redes sociais, que, como muito bem diz o escritor, filósofo e poeta Umberto Eco: “As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”.

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