Jornal Estado de Minas

coluna do jaeci

Que o Galo esteja iluminado para despachar o Palmeiras


Atlético e Palmeiras decidem amanhã uma vaga na final da Copa Libertadores da América. No jogo de ida, 0 a 0, com Hulk perdendo a penalidade que deixaria o time mineiro com a vaga mais perto. Acontece. Os grandes craques já perderam pênaltis decisivos, não há que se crucificar o jogador, mas, é claro, em caso de revés nesta terça-feira, o torcedor vai lamentar – e muito – o pênalti perdido. Como na Libertadores há o gol qualificado, qualquer empate com gols dá a vaga ao time paulista. Novo 0 a 0 levará a decisão para os pênaltis. Fiz uma postagem no meu Instagram @jaecicarvalhooficial dizendo que se o Galo for eliminado, será uma daquelas injustiças do futebol, pois neste momento o Atlético tem mais time, mais grupo, mais banco, mais técnico. Porém, o futebol não é justo. Já vimos vários filmes em que o “mocinho”, no caso o melhor time, morre no final.



Conversando com o competente Rodrigo Caetano, o melhor diretor executivo do Brasil, sério e comprometido com o clube, que não faz qualquer tipo de conchavo com empresários quando negocia um jogador, ele me falou da importância de ganhar taças, embora o planejamento fosse para o ano que vem. Rodrigo bateu forte na CBF pelo adiamento de jogos por causa das convocações de atletas que atuam no Brasil para a Seleção Brasileira. Não há como negar que uma equipe que está muito bem, caso de Galo e Flamengo, pode perder o embalo.

Cá pra nós, o povo brasileiro está “cagando” para a Seleção Brasileira. Desculpem o termo, mas não há outra expressão. Tite, Neymar e cia não nos representam, haja vista que 77 milhões de brasileiros não torcem mais para time nenhum no país. Em segundo lugar vem o Flamengo, com 35,8 milhões de torcedores, e o Corinthians, com 19,8 milhões. Vejam o desinteresse do povo brasileiro. Salários exorbitantes, futebol medíocre, técnicos ultrapassados fizeram isso nesses 20 anos em que não ganhamos Copa do Mundo. Aqui em casa eu tenho dois exemplos. Meus filhos, de 16 anos e de 11 anos, não estão nem aí para o futebol. O maior nunca gostou mesmo. O menor ainda joga bola e assiste a alguns jogos, mas gosta mesmo é de Barcelona, Real Madrid, PSG, Bayern e outras equipes europeias.

Voltando a Atlético e Palmeiras, o português, Abel Ferreira, de quem eu até gosto, tem inventado muito, mexe mal e sua equipe joga um futebol abaixo da crítica. Fosse ele um treinador brasileiro, já teria tomado um pé na bunda. Tenho visto vários jogos do Palmeiras, inclusive na derrota para o Corinthians, sábado. É um time mal treinado e mal dirigido. O técnico não sabe mexer no intervalo. Já o Galo tem o melhor técnico do Brasil em atividade, estrategista, que sabe mudar uma equipe, trocando peças ou não. Cuca substitui muito bem e deu uma cara que o Galo não tinha com Sampaoli. Aquela inconstância não existe mais. O Galo tem corpo e alma. Os jogadores sabem o que fazer tendo ou não a bola. Cuca recuperou vários jogadores medianos e hoje, com as entradas de Nacho, Hulk e Diego Costa, além da grande fase do melhor lateral-esquerdo do Brasil, Guilherme Arana, o Galo está bem encorpado e é o segundo melhor time do país.



Espero que os deuses do futebol estejam no Mineirão amanhã olhando para o alvinegro e dando a ele a condição de finalista da Libertadores. O que nós queremos na final é ver duas grandes equipes jogando futebol de verdade. E no Brasil somente Flamengo e Atlético fazem isso. A final da Libertadores entre Santos e Palmeiras, em janeiro deste ano, no Maracanã, foi um dos espetáculos mais deprimentes que vi nos últimos tempos. Um jogo horroroso, que nem na várzea a gente vê. Espero que o Galo se imponha no Mineirão e jogue 30% do que jogou contra o River. Já será suficiente para despachar o Palmeiras e garantir vaga na final, em Montevidéu, em 27 de novembro. O lendário Estádio Centenário e a capital uruguaia ficarão pequenos para receber atleticanos, e provavelmente, flamenguistas. É o que todos que amam o verdadeiro futebol esperam. Pra cima deles, Galo!

audima