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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Melhor para o Galo é focar no campo e deixar intrigas de lado

Queda de braço com o Flamengo nos bastidores não vai ajudar em nada ao Atlético na disputa pelo título do Campeonato Brasileiro


03/11/2021 04:00

Cuca
O Atlético, do técnico Cuca, precisa se concentrar nas batalhas no gramado e se afastar do bate-boca de dirigentes (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS - 13/10/21)


Briga nos bastidores. Dirigentes querendo fazer média com a torcida, se achando os maiorais, quando, no fundo, os protagonistas são os jogadores. A verdade é uma só: a data Fifa, que só não é respeitada no Brasil, avacalha com qualquer campeonato na terra tupiniquim. Um clube tem mais jogos que o outro, que tem menos jogos que o adversário, que não sabe quando vai realizar a partida atrasada. Aí, chega no funil e um clube é obrigado a fazer sete jogos em 20 dias, como se os atletas fossem máquinas. Reconheço que eles ganham muito, dinheiro que nenhum “mortal” ganhará em tão pouco tempo, porém, isso não significa dizer que não terão contusões ou que não perderão a forma física e técnica.

O Atlético Mineiro está com uma vantagem gigantesca, faltando-lhe dez jogos. Bastará ganhá-los, para levantar o tão sonhado troféu. “Chilique e mi mi mi” de Galo e Urubu não adiantarão nada. Na hora do vamos ver, são os jogadores que têm de resolver. E a gente tem percebido que de quem mais se espera nada acontece. Jogadores que ganham fortuna, na hora dos grandes jogos, somem. Fazer gols e criar situações de gol contra times pequenos, até os veteranos fazem. Quero ver é meter gol em cima dos grandes, nos jogos decisivos. Isso está faltando, e muito.

Claro que nem Galo nem Flamengo nem Palmeiras, que voltou a briga pela taça do Brasileirão, vão ganhar todos os jogos daqui pra frente, mas o Atlético não pode bobear contra o Grêmio hoje, por exemplo. Não que o time alvinegro não possa perder para esse gigante do nosso futebol. Pode sim. É normal o Galo ganhar ou perder para o Grêmio. Porém, neste momento, não pode. O Grêmio briga para não cair, está em situação delicadíssima e cabe ao alvinegro empurrá-lo ainda mais em direção ao abismo. O Galo disputa a taça e os três pontos nesta noite serão fundamentais para a caminhada. O Palmeiras, por exemplo, foi lá no Sul e sapecou 3 a 1 no time gaúcho. Aliás, em jogo em que houve invasão de campo e quebradeira por parte da torcida do Grêmio. Alguém acha que haverá punição? Pode até haver uma condenação, mas o Grêmio recorrerá e cumprirá um décimo da pena que lhe será imposta. No Brasil é assim. Se tem assassino que pega 30 anos de cadeia, cumpre um terço da pena e está livre, imaginem se no futebol os caras vão cumprir a pena máxima! Jamais. O futebol brasileiro, como muito bem disse Gabigol, “é uma várzea”.

O Mineirão deverá estar lotado, e quando a Massa empurra o Galo em seu terreiro, é difícil ele não conseguir a vitória. Estou doido para os clubes virarem empresas e os presidentes apenas “rainhas da Inglaterra”, cuidando da parte social, e olhe lá. Quem vai mandar no futebol é o CEO, contratado pelo dono do clube, o investidor. Torcedores: fiquem de olho no dirigente e no Conselho Deliberativo que não quiserem aderir ao clube-empresa. Alguma vantagem eles vão querer tirar, pois no falido futebol brasileiro, essa é a única solução. A vaidade desses caras é uma coisa impressionante. Quando estão por baixo ou assumindo o cargo, mentem, puxam nosso saco e se fazem de cordeirinho. Depois que se sentam na cadeira, se acham acima do bem e do mal. Nos traem e são os canalhas de sempre. O torcedor tem de ficar de olho, pois o clube que não virar empresa ficará para trás.

Que os jogadores e o técnico Cuca não se contaminem pela vaidade e bobagens dos dirigentes. Que joguem o futebol que os credenciou a brigar pelo título que não veem há 50 anos. Somente assim a Massa poderá continuar acreditando na conquista. Conversinhas fiadas, desafios e socos na mesa de nada adiantarão. É só jogo de cena para que o torcedor ache que o dirigente é o “pica das Galáxias”. O maior da história do Atlético e mais vencedor, Alexandre Kalil, não discutia publicamente, não fazia barulho e não se expunha na mídia. O resultado todos conhecemos: uma Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa e um vice-campeonato Brasileiro. É assim que se trabalha, na calada e com competência!

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