O Galo, que pra mim já é o campeão brasileiro, chegou aos 68 pontos, com uma grande vitória sobre o Corinthians, em seu terreiro, no lotado Mineirão, e está a 6 pontos de receber o troféu, pela segunda vez. Foi um dos melhores jogos do alvinegro no campeonato. Diego Costa, Keno e Hulk fizeram a diferença, marcando 3 golaços. Provavelmente, no jogo contra o Juventude, daqui a duas rodadas, o Galo se sagrará bicampeão brasileiro, receberá o troféu e fará sua fantástica torcida soltar o grito, preso na garganta há meio século. Uma conquista merecida, da melhor equipe do país, a mais regular, e a que pratica um grande futebol.
O Mineirão lotado, com mais de 58 mil vozes, arrepiava os jogadores atleticanos e assustava os corintianos. “Aqui é Galo”, diziam os donos do terreiro. No Mineirão, o Atlético Mineiro é quase imbatível e a expectativa de uma grande vitória, para chegar mais perto dos 74 pontos, número tido como certo para a conquista do bicampeonato Brasileiro. O jogo era de toque de bola, buscando um espaço melhor, mas, de intermediária à outra. E o Galo abriu o marcador com um golaço de Diego Costa. Ele recebeu na intermediária, a bola quicou no chão, Cássio escorregou, falhou e ela morreu no fundo da rede. A massa foi a loucura. 1 a 0.
O Corinthians tinha dificuldades para chegar na área do Galo. A marcação era muito forte, uma característica do time mineiro. O time comandado por Cuca marcava a saída de bola do Timão, e dificultava o toque de bola. Normalmente, os jogadores corintianos estavam atrás da linha da bola, em seu próprio campo, bem longe do gol de Everson. Isso era ótimo para o Galo. Everson não fez uma defesa sequer em todo o primeiro tempo. Não era um jogo brilhante, mas o Galo seguia sua toada, em busca dos 3 pontos. Era isso o que importava. No fim do primeiro tempo, Keno foi ao fundo, cruzou, Diego Costa tocou, de calcanhar, para Hulk, ficar cara a cara com Cássio. O atacante tocou, mas o goleiro corintiano fez defesa gigante. O segundo gol do Galo estava desenhado. Quem sabe o time aumentaria no segundo tempo.
E o segundo gol, que era questão de tempo, aconteceu aos 5 minutos do segundo tempo. Renato Augusto perdeu a bola para Tchê Tchê, que tocou para Keno, que da entrada da área e fuzilou no ângulo, marcando um golaço. 2 a 0. Como escrevi há algum tempo, esse time do Cuca é quase imbatível no Mineirão. E no finalzinho, Hulk recebeu na área e fuzilou, fazendo 3 a 0, com goleada histórica. Os adversários chegam sabendo que vão perder, só não sabem de quando. A torcida extravasava toda a sua alegria, cantava, comemorava, e via que realmente o título é questão de tempo. Alguns apostam no jogo contra o Juventude, que será também no Mineirão. Há que se reconhecer o trabalho magistral do técnico Cuca. Contestado por grande parte da torcida, trabalhou em silêncio, recuperou vários jogadores, e o resultado está aí. Galo bicampeão brasileiro, com uma campanha espetacular. O show de iluminação dos torcedores, cada um com seu celular aceso, era um grande mosaico no Mineirão. Que festa!
A destacar também, o trabalho do criterioso, ético e sério, Rodrigo Caetano, o melhor diretor executivo. Com ele, Renato Salvador, responsável pelas principais contratações. Em conversa com Cuca, segunda-feira, eu o parabenizei pelo título. Ele me disse que ainda faltavam jogos importantes, que não tinha nada ganho. Tenho uma máxima de que num time campeão, o técnico tem 15%, no máximo, de participação. No caso de Cuca, vou dividir 50% para ele, e 50% para o grupo.
Com 68 pontos, o Atlético Mineiro está a duas vitórias de levantar o troféu, e será prudente a CBF providenciar a entrega da taça, antecipadamente, provavelmente, na partida contra o Juventude. Um telespectador do meu canal de youtube sugeriu que o Atlético ponha telões no Independência, e promova uma grande festa lá, simultaneamente com o Mineirão, que estará lotado, com mais de 60 mil pessoas, e tantos outros milhões, espalhados pelo mundo, com orgulho em usar a camisa alvinegra, aquela que o saudoso, Roberto Drumond, deixou registrada numa placa que diz: “se houver uma camisa preta e branca pendurada num varal, durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.
Lá no Céu, ele deve estar orgulhoso dessa conquista, assim como ilustres atleticanos que se foram, e os ídolos, que estão vivos, representados por Éder Aleixo, que faz parte da comissão técnica, e Reinaldo, o maior jogador da história do clube. Que venha logo esse troféu!