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Estado de Minas coluna do jaeci

Bi será graças aos jogadores, a Cuca e a dirigentes do Galo

Além do treinador e dos atletas, executivos como Rodrigo Caetano e Renato Salvador tiveram papel fundamental na campanha


25/11/2021 04:00

O diretor de Futebol, Rodrigo Caetano, é um dos responsáveis pelo bom time que levará o Atlético ao título Brasileiro
O diretor de Futebol, Rodrigo Caetano, é um dos responsáveis pelo bom time que levará o Atlético ao título Brasileiro (foto: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO - 8/1/21)

“No Atlético tudo é sofrido, se não, não é Atlético Mineiro”. Todos nós já ouvimos essa frase de muitos atleticanos. Porém, essa frase recorrente não deve fazer mais parte do repertório alvinegro, haja vista a tranquilidade com que o time está ganhando o bicampeonato brasileiro, com oito pontos à frente do segundo colocado, distância essa que chegou a 14 pontos. Em nenhum momento o Galo teve sua conquista ameaçada e, dessa forma, o torcedor poderia mudar a frase, que a partir de agora ficaria assim: “Tudo no Atlético é conquistado de forma tranquila, sem sofrimento ou sem dilemas, isso é o novo Clube Atlético Mineiro”.

E o clube deve muito ao técnico Cuca, questionado e execrado por grande parte dos torcedores, que pediram sua demissão no começo do trabalho. Ele deu a volta por cima, recuperou vários jogadores e deu sua cara ao time. Lembro-me muito bem de uma coluna que escrevi, dizendo: deem tempo ao Cuca, que ele lhes dará taças. Conheço o trabalho dele. Sempre começa com dificuldades, até achar o ponto certo e, quando acha, o título não tem erro. Houve um movimento, principalmente de mulheres, exigindo sua não contratação. Nesse período, troquei várias mensagens e telefonemas com ele, aconselhando-o a não desistir, pois com seu trabalho ele superaria tudo. E não deu outra. Cuca é bicampeão brasileiro, assim como o Galo, por seus méritos. Já disse que tenho uma máxima de que a participação de um técnico numa conquista gira em torno de 15%. Porém, neste ano, o trabalho de Cuca tem 50% de responsabilidade na conquista. Os outros 50% cabem aos jogadores e ao melhor executivo do Brasil: Rodrigo Caetano.

Foi outro de quem falei muito bem ao presidente, quando queria contratar um executivo. E, em menos de um mês, ele me ligou dizendo que estava encantado com o trabalho de Caetano, e que a diferença para os outros “era da água para o vinho”. Caetano tem história e histórico vencedor. É um cara ético, correto, que não faz conchavos com empresários e que não divide comissões de negociações. O melhor que já vi trabalhar na sua área. Nesse quesito, o Galo está muito bem servido.

Parabenizar os jogadores. Muitos deles deram a volta por cima, como o goleiro Everson, que sofreu até agressões racistas, execrado pela torcida, que mostrou suas qualidades nos momentos mais difíceis. Réver, Zaracho, Sasha, Savarino, Keno, e o próprio Hulk, que começou muito mal no Mineiro, fora de forma e ritmo, mas que também se recuperou, depois de uma briga pública com Cuca, em que exigiu ser titular. Hoje é o artilheiro do Brasileiro com 15 gols, eleito o melhor jogador da competição.

E, por fim, elogiar o trabalho de Renato Salvador, discreto, que não gosta de aparecer, mas que conhece futebol como poucos. Fã de Jorge Sampaoli, viu o técnico anterior fracassar, mas apostou em Cuca e o resultado está aí. É Renato o responsável por negociar com os jogadores, como fez com Diego Costa, insistindo em levá-lo para a Cidade do Galo. Você não vê Renato dando entrevistas ou puxando para si os louros da conquista, mas eu sei o quanto ele trabalhou para que isso ocorresse. Porém, Renato sabe que o Atlético vai precisar caminhar com suas pernas, sem depender de dinheiro que não seja do próprio clube. Esse título vem amparado pelo mecenato, que gastou milhões em contratações para dar o tão sonhado título. Porém, a melhor forma de gerir é tornar o clube autossuficiente. Com receitas maiores que as despesas, e um orçamento dentro da realidade do clube e do país. Que o torcedor solte o grito de campeão, engasgado na garganta há 50 anos, e que reconheça o trabalho de todos os citados nesta coluna. Não há outra forma de agradecer.

Folga

Sem férias há três anos, vou tirar uma folguinha de hoje até segunda-feira. É Thanksgiving aqui nos Estados Unidos, e nesta quinta-feira comemoramos o Dia de Ação de Graças, feriado mais importante do que o Natal para os americanos. Um fim de semana abençoado somente aos que são do bem.



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