Jornal Estado de Minas

coluna do jaeci

Se o futebol fosse justo, o Atlético teria levado também a Libertadores

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O Atlético Mineiro vai cumprir o compromisso que tem nesta noite na Arena da Baixada, jogo de volta da Copa do Brasil, mas, é claro, já é bicampeão, pelos 4 a 0 que fez no jogo de ida no Mineirão. No futebol existe o imponderável e não há nada impossível. Mas o Galo não toma quatro gols do Athletico Paranaense nem aqui nem na China, com todo o respeito que o time paranaense merece. O Galo tem mais técnico, mais time, mais técnica, mais tática, mais tudo. É, disparado, o melhor time do Brasil, e não vejo neste momento ninguém em condições de batê-lo. Aliás, um ano primoroso, sem que haja qualquer dúvida com relação às conquistas. É bem verdade que vários pênaltis marcados a favor do Galo não existiram, mas isso ocorreu a favor e contra todas as equipes. A arbitragem brasileira é a pior do mundo, assim como o VAR, que é operado pelos mesmos árbitros que apitam no gramado.



Aliás, eu estava pensando aqui em casa. Eu disse que a eliminação do Galo para o Palmeiras na semifinal da Copa da Libertadores foi uma das mais injustas nos últimos tempos. O Atlético era muito mais time, procurou o gol, mas passou quem não quis jogar, quem se retrancou e jogou pelo esdrúxulo regulamento do gol marcado fora de casa, que ano que vem não terá mais. Não fosse essa eliminação, o Galo teria chegado à final contra o Flamengo e, muito provavelmente, venceria, pois estava num momento melhor, com jogadores mais inteiros e em forma. Seria épico. A única equipe que venceria no mesmo ano a Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro.

Mas é claro que o torcedor alvinegro está delirando, feliz da vida com as duas conquistas. Hoje à noite, quando o árbitro apitar o fim do jogo, Minas Gerais vai explodir em grande festa alvinegra. Bicampeão do Brasileirão e da Copa do Brasil. Nem o torcedor mais otimista sonharia com um fim de ano tão maravilhoso. E a promessa é de reforçar ainda mais o time para o ano que vem, pois o Galo tem o propósito de se firmar como clube ganhador de taças. Achei engraçado alguns torcedores dizendo que “não torcem para o Galo ganhar taças e, sim, apenas para o clube”. Será que eles comemoraram o Brasileirão e vão comemorar hoje o bi da Copa do Brasil?

É sabido que o Atlético deve cerca de R$ 1,3 bilhão. É o clube mais endividado do país, mas aposta suas fichas no dinheiro que os mecenas aportam no clube, sem juros, sem pressa de retorno, acreditando que, quando o estádio estiver pronto, o Atlético conseguirá arrecadar o suficiente para pagar suas contas e se tornar superavitário. O caminho é esse. E o torcedor não se importa com dívidas. Enquanto estiver ganhando taças, estará feliz. Afinal, o Galo voltou a levantar um troféu importante depois de sete anos, na final da Copa do Brasil, em que ganhou do Cruzeiro. Hoje, pela segunda vez, vai levantar o troféu e deixar parte de Minas Gerais colorida de preto e branco. E desta vez, o torcedor se antecipou. Gritou “bicampeão” no Mineirão, no domingo. E fez bem. O Galo só perde esse troféu se chover em Lima, nevar no Nordeste ou se o Sargento Garcia prender o Zorro.

Incoerência

A contratação do goleiro Jaílson, ex-Palmeiras, pelo Cruzeiro, é uma dessas incoerências do futebol. O clube azul tem Fábio, um gigante, ídolo da torcida e melhor goleiro do país há 15 anos. Não seria melhor ter na reserva dele goleiros jovens, que possam aprender e substituí-lo quando ele parar de jogar futebol? Aliás, o clube está contratando aos montes. Resta saber se dará certo. Se voltar à elite, tudo serão flores. Caso isso não ocorra, aí, quero saber como será? Acho que com dinheiro e contratações indicadas por Luxemburgo as chances aumentam muito. Se não for desse jeito, acho difícil o clube voltar às origens.







audima