Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Galo derrota Cruzeiro com pênalti polêmico e reclamação azul

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Cruzeiro e Atlético fizeram um bom jogo, movimentado, mas quem venceu foi o alvinegro, de virada. Vitor Roque fez 1 a 0 para o Cruzeiro. Hulk, em pênalti duvidoso empatou, e Ademir deu a vitória, praticamente no último lance do jogo. O Galo criou mais e finalizou mal. Mas o time azul mostrou qualidade e competência ao encarar o melhor time do futebol brasileiro, de igual para igual. O resultado mantém o Galo na liderança. O Cruzeiro está em terceiro lugar. Mais de 53 mil torcedores estiveram no Mineirão, com 90% de atleticanos, que fizeram a festa.





O clássico começou manchado pela briga entre gangues, no Bairro Boa Vista, que deixou um torcedor do Cruzeiro morto e alguns feridos. Esses bandidos não têm jeito. Enquanto as autoridades não tomarem uma providência severa, extinguindo tais facções ou identificando os bandidos infiltrados e punindo-os com os rigores da lei, nada vai mudar. São cenas recorrentes, que nos envergonham e tiram a vida até de inocentes.

No campo de jogo, os times unidos pela paz. A torcida do Galo em grande número, com 90% começou bem empolgada, pois nos dois primeiros lances, o time quase marcou. Primeiro com Keno, depois, com Jair. A defesa do Cruzeiro batia cabeça. E, no terceiro lance, o goleiro Rafael Cabral saiu jogando mal e tocou no pé do Keno. Ele tocou para Hulk, que driblou o goleiro e chutou para fora, com o pé direito. O Galo era o favorito, pois é o melhor time do país, desde o ano passado, quando ganhou quase tudo.

O Cruzeiro chegou num chute de Pedro Castro, mas Everson defendeu. O “patrão”, Ronaldo Fenômeno, estava nas cabines e os garotos não queriam decepcionar. A marcação do time azul era alta, mas se complicava lá atrás, na hora da saída de bola. Vontade não faltava, mas o Galo tinha mais qualidade. Savarino recebeu na entrada da área e chutou forte, a bola passou raspando. Parecia que o gol alvinegro era questão de tempo, tamanho seu volume. Vitor Roque contra-atacou com chute forte, para fora. Era um bom jogo e a torcida atleticana não parava de gritar. O Galo era melhor, mas não traduzia isso em gol. Um chutaço de Hulk obrigou Rafael Cabral a fazer grande defesa e mandar a escanteio.





Vitor Roque e Arana trocaram empurrões, dando péssimo exemplo. Isso incita a violência. O árbitro deu um cartão amarelo para cada um. Guga, que acabara de entrar, e Rafael, também se estranharam e levaram amarelo. O Cruzeiro conseguiu equilibrar um pouco as ações. No fim do primeiro tempo, o jogo era igual. Faltava criatividade no time azul. E, dessa forma, os primeiros 48 minutos, com os acréscimos, foram encerrados.

A torcida atleticana esperava mais do seu time no segundo tempo. A cruzeirense estava satisfeita pela vontade da garotada. Não é fácil parar o time alvinegro. Um erro de Godin, na saída de bola, deixou Vitor Roque livre para marcar. Ele chutou e a bola foi desviada para escanteio. Perdeu um gol incrível. O time atleticano, quando tinha chance, errava a pontaria. Há que se levar em conta que somente agora os titulares estão mesmo entrando em forma, e o novo técnico, Antônio Mohamed, precisa de mais tempo para impor sua filosofia e estilo de jogo. O Cruzeiro carece do mesmo, pois o técnico Pezzolano também está montando e conhecendo o grupo. Um choque de cabeça entre Edu e Everson foi muito sério. Edu saiu em ambulância, com o colar cervical, porém, consciente. Foi levado ao hospital para exames. Bruno José entrou no lugar dele. Everson se recuperou e continuou em campo. Vargas e Ademir entraram. Saíram Savarino e Keno

E foi o Cruzeiro quem marcou. Vitor Roque recebeu o cruzamento de Bruno José, da direita, e balançou as redes do Galo. Cruzeiro 1 a 0. Felipe Machado e João Paulo entraram nas vagas de Daniel e Pedro Castro. Hulk respondeu acertando a trave, em passe de Vargas. O Galo impunha um maior volume, querendo o empate que lhe devolveria a liderança. E Hulk bateu falta, obrigando Rafael a fazer espetacular defesa. O jogo ficou muito bom e o Cruzeiro explorando o contra-ataque. O zagueiro Godin, de três Copas do Mundo, e muito experiente, não tem se saído bem até aqui. Precisa mostrar muito mais.

Nacho lançou Hulk e Ígor Benevenuto marcou pênalti de Oliveira no atacante atleticano. O zagueiro azul contestou demais. Pelo que vimos, ele sequer tocou em Hulk. O próprio atacante bateu e fez 1 a 1. Não havia VAR. O banco do Cruzeiro ficou revoltado. Ademir teve a bola do jogo, mas Rafael fez uma defesa gigante. Mas ele não desistiu. Cruzamento para Ademir, que fez o segundo gol e deu a vitória ao alvinegro. Um placar injusto, principalmente pelo pênalti inexistente. Os jogadores do Cruzeiro, revoltados, correram pra cima do árbitro ao fim da partida, reclamando de ele não ter dado mais um minuto e pela marcação da penalidade. A Polícia Militar teve que fazer a intervenção. Isso mancha um jogo bem disputado e de qualidade.