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Não há bilhões que sustentem futebol sem vitórias e títulos

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O PSG voltou a campo depois da eliminação na Liga dos Campeões da Europa para o Real Madrid. O adversário foi o Bordeaux, pelo fraco e péssimo Campeonato Francês: 3 a 0 para o time da capital francesa, com Neymar fazendo um dos gols. Entretanto, ele foi vaiado, assim como Messi. Mbappé, que mais uma vez marcou, foi poupado. A torcida mais inflamada do PSG, os Ultras, pede a saída de toda a diretoria, incluindo o diretor-executivo, o brasileiro Leonardo, e o príncipe catariano, dono do time. O futebol é assim: você pode ser bilionário ou trilhardário, mas se a bola não entrar na casinha, não há dinheiro que te segure.





O mundo está cheio de bilionários envolvidos com o futebol. Dizem que é o caminho mais fácil para lavar dinheiro ganho ilicitamente. Com a guerra Rússia x Ucrânia, os podres dos bilionários russos estão vindo à tona. É sabido que num mundo cada vez mais difícil, uma pessoa para se tornar bilionária, com raras exceções, tem de fazer falcatrua. O futebol dá visibilidade, movimenta paixão, e o torcedor, cego que é, não quer saber de onde vem o dinheiro. Fico a me perguntar como ficará o torcedor do Chelsea, cujo dono é o poderoso russo Roman Abramovich, que está com todos os bens confiscados. O clube corre o risco de insolvência. Não terá receitas e nem como pagar suas contas. Quando se ganha, tudo é mascarado. Quando se perde, não há como esconder.

O príncipe catariano está colhendo aquilo que plantou, com sua arrogância, achando-se acima do bem e do mal. Todo império um dia cai. Foi assim com o Otomano, Romano e por aí afora. A Copa do Catar, que será realizada em novembro, sempre esteve sob suspeita, haja vista a operação Fifa-Gate, que levou os principais dirigentes do futebol mundial para a cadeia e banimento. O príncipe é acusado, junto com Jérôme Valcke, ex-secretário geral da Fifa, de tráfico de influência pelas compras das Copas de 2026 e 2030. Será que ambos serão presos, como pede o MP da Suíça?

E quanto a Neymar, nosso único craque, contestado de Norte a Sul do país, e recriminado por suas simulações na Copa da Rússia, é uma pena. Aos 30 anos, deveria estar na mais plena maturidade esportiva, mas parece distante disso. Percebi a cada queda dele no Santiago Bernabéu, na quarta-feira, que os torcedores não acreditam mais nele. Tudo por causa das várias simulações durante o último Mundial, com o famoso “cai cai”. Gostaria de vê-lo brilhar nessa temporada, para que chegasse voando à Copa, mas, pelo jeito, estará longe disso.

Tenho um amigo que diz que time com muitas estrelas nunca deu certo. É verdade. Os exemplos são muitos. Messi e Neymar deveriam ser os protagonistas do PSG, mas quem brilha é o jovem Mbappé, com jogadas e gols geniais. Messi, sempre cabisbaixo, saiu do Barcelona, mas o Barcelona não saiu dele. Nem de longe lembra aquele gênio da bola. Lembram-se de Romário-Sávio-Edmundo, que a torcida do Flamengo chamava de “maior ataque do mundo”. Pois é, não se confirmou, e os adversários chamavam de “pior ataque do mundo”. Acho que Messi não aguentará mais uma temporada na capital francesa. Com esse futebol pífio, já há torcedor pedindo a sua saída.

Futebol se resume a bola na casinha. Se ela entra, a temporada é perfeita e os erros são omitidos. Na hora que para de entrar, tudo vira motivo de discórdia, de demissão, de racha no grupo. Isso se chama futebol, onde o amor e o ódio são uma linha tênue. Ganhar significa o Céu. Perder, o inferno. No momento, PSG, seu dono e os jogadores vivem o inferno astral. Restou o fraquíssimo e desprestigiado Campeonato Francês, que no ano passado eles não conseguiram conquistar.