Jornal Estado de Minas

coluna do jaeci

O Atlético deve, mas a pergunta é: qual clube no Brasil não deve?

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A imprensa noticiou quer o River Plate acionou a Fifa para cobrar do Atlético Mineiro pagamento atrasado pela contratação de Nacho Fernández. O papel da imprensa é esse: noticiar o que existe, e não esconder, como querem ou fazem alguns. Não importa se a dívida é do clube A ou B. Se fosse o Cruzeiro, destacariam em manchetes garrafais, detonando o clube azul. Só que o Cruzeiro está em situação financeira grave, por conta dos desvios e gestão fraudulenta. No caso do rival, tem a sorte de ter quem banque salários, negociações e outras dívidas. Porém, é público e notório, a dívida é de mais de R$ 1,3 bilhão, segundo divulgou o próprio presidente do conselho.



Isso não é “privilégio” do alvinegro. Todos os clubes brasileiros devem, e muito. Alguns conseguiram sanear dívidas, mas elas ainda existem. No Atlético, o doutor Rodolfo Gropen conseguiu resolver várias pendências na época em que lá esteve junto com o ex-presidente Alexandre Kalil. Gropen é um craque do Judiciário brasileiro. Conseguiu Refis e equacionou grande parte da dívida. A gestão era responsável e consciente.

O Flamengo, na gestão Bandeira de Mello, durante seis anos ganhou apenas uma Copa do Brasil. Mas o ex-presidente saneou o clube, reduziu a dívida em R$ 700 milhões e hoje o rubro-negro fatura R$ 1 bilhão por ano, além de ter ganhado taças nos últimos tempos. Ainda assim, há dívidas que foram refinanciadas no programa do governo. O Palmeiras tem equilíbrio, mas deve. São Paulo e Corinthians devem muito, estão sem dinheiro e com o crédito em baixa. Enfim, o futebol brasileiro não consegue evoluir financeiramente. E olha que as empresas estão chegando para mudar esse quadro, mas isso demandará tempo. Os torcedores não querem saber de dívidas e, sim, de taças. Enquanto a bola estiver entrando na casinha e as taças indo para suas sedes, tudo estará bem. O problema será na hora em que a bola não entrar e a seca chegar. Aí, o torcedor vai enxergar o tamanho da dívida e talvez entenda que gastar o que não se tem não é um caminho seguro.

Liverpool com um pé na final

A vitória de ontem por 2 a 0 sobre o Villarreal em Anfield praticamente garante o time inglês na final da Liga dos Campeões, que será disputada dia 28 de maio, no Stade de France, em Paris. Os Reds, comandados pelo alemão Jurgen Klopp, um dos poucos alemães que gosta de sorrir, é um timaço e grande favorito ao título, ainda que pegue o Real Madrid na finalíssima ou o próprio City, com quem está disputando o título inglês, a um ponto do time de Guardiola, faltando cinco rodadas para o fim da Premier League. Claro, tem o jogo de volta, em Villarreal, terça-feira. Porém, o Liverpool pode perder até por um gol de diferença. Não acredito em zebra.



É impressionante a qualidade do time da terra dos Beatles, principalmente do armador e volante Thiago, filho do brasileiro Mazinho, que optou por defender a Seleção da Espanha, já que nasceu lá, mesmo tendo cidadania brasileira. Ele e o brasileiro Fabinho dominam o meio-campo na marcação. Dois gigantes. Na frente, a melhor dupla de ataque do mundo, os africanos, Salah e Mané. Um time muito equilibrado e bem dirigido pelo melhor técnico da atualidade na minha visão, Jurgen Klopp. Tive o privilégio de entrevistá-lo na final do Mundial de Clubes no Catar, em 2019. Falei o que pensava sobre ele e, gentilmente, me deu um abraço e um belo sorriso. Sou fã. Um técnico supermoderno, educado, qualificado e de bem com a vida. Já ganhou uma Champions com o Liverpool. Vai em busca da sua segunda “Orelhuda”.