Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

China Azul empurra o Cruzeiro de volta para a elite do Brasil

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O Cruzeiro está na liderança da Série B do Brasileiro pela primeira vez, desde que caiu. Foram dois anos de sofrimento, de desmandos, comandados por quem de futebol nada entendia. Bastou entrar alguém do ramo, Ronaldo Fenômeno, que comprou o clube, para por as coisas nos seus devidos lugares.



Em 5 meses, ele fez mais do que o antecessor, e com um detalhe: trabalhando com um orçamento que cabe no seu bolso, R$ 35 milhões, em vez dos R$ 90 milhões que a diretoria anterior projetava, sem ter um centavo em caixa e com uma dívida nas alturas.

O resultado da gestão Ronaldo é uma parceria forte com o torcedor, que abraçou o novo projeto, acreditou nele, e agora vê um norte, que me parece ser sólido. Isso não é garantia de acesso à elite, mas é um caminho muito bem pavimentado e planejado.

Como dono, Ronaldo sabe que não pode gastar mais do que tem. Pediu os 50 mil associados e colheu em pouco tempo. Agora quer chegar à expressiva marca dos 100 mil sócios, e, tenho certeza, a torcida azul vai dizer sim. Ela não abandonou o time, nem mesmo nos momentos mais terríveis, quando parecia que tudo tinha acabado.





É um fenômeno curioso em todos os clubes. Quando há a queda para a Segundona, o torcedor se enche de um amor que parecia preso no peito e mostra realmente o que é paixão. Foi assim quando o Galo caiu, o Grêmio, Inter, Vasco, Botafogo, Corinthians e por aí afora.

Vejam que o Estádio de São Januário estava lotado para ver o Vasco entrar no G-4, domingo passado, assim como tem ficado o Independência, nos jogos do Cruzeiro, e vai ficar o Mineirão, quando for liberado para a volta da China Azul.

Sei que tem muita gente que torce contra o Cruzeiro e sonha em vê-lo desaparecer do mapa. Mas isso é impossível para um clube tantas vezes campeão, que sempre honrou Minas Gerais para o Brasil e o mundo. Não fosse o Cruzeiro, o estado estaria pobre em taças e títulos, em relação aos clubes de Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul.



Basta entrar na sala de troféus do clube para constatar a realidade. E os que torcem contra devem estar desesperados, pois a volta do Cruzeiro à elite vai representar o que sempre representou: um time em busca de mais taças. Essa é a sina do Cruzeiro, e o torcedor está muito bem acostumado.

É importante dizer, porém, que não está tudo céu de brigadeiro, pois o time ainda é carente em várias posições e precisa de peças de reposição. Cabe aos dirigentes e ao técnico, Pezzolano, observar essas carências e contratar na janela de julho.

A competição é longa e não há como se manter entre os ponteiros sem ter um grupo forte, com jogadores qualificados. Ronaldo já mapeou isso tudo e deverá fazer as aquisições.

Tenho recebido milhares de mensagens dos torcedores cruzeirenses, dizendo que o "título da Série B eles não querem, que isso é para quem não ganha taças". Eles garantem que querem apenas a volta à elite, em quarto, terceiro ou segundo lugar.



Mas é claro que técnico e jogadores vão querer buscar o troféu. Se por acaso ganhar, que o ponha longe das taças importantes, pois o troféu da Série B, para um clube da grandeza do Cruzeiro, é mesmo desprezível.

Nesta semana cheia, com jogo somente no fim de semana, é hora de o treinador ajustar a equipe, recuperar jogadores e analisar a competição até aqui. São 5 vitórias em 7 jogos, 1 empate e 1 derrota, uma belíssima campanha, na qual, poucos apostavam.

Pés no chão, consciência de que ainda há um duro caminho a percorrer, mas a certeza de que cada um dos 9 milhões de cruzeirenses, espalhados pelo mundo estará com o coração e a alma nos jogos do time. Apoiando em cada segundo de jogo, mesmo quando ele parecer perdido, como foi contra o Remo, na decisão nas penalidades.



A torcida azul fez uma festa impressionante, de arrepiar até o mais cético dos torcedores. É com essa China Azul que os jogadores, técnico, e, principalmente o dono do clube, Ronaldo Fenômeno, contam.

A torcida do Cruzeiro é corpo, alma, suor e sangue. Espero que a volta à elite seja apenas questão de tempo, e que lá por outubro, o Cruzeiro já esteja garantido, matematicamente, mesmo contra tudo e contra todos, pois o torcedor sabe muito bem quem torce contra e vibra quando a fase não é boa.

"Vamos, vamos Cruzeiro, vamos, vamos a ganhar, vou aonde você for, só pra ver você jogar, com o coração e muito amor, Cruzeiro mais querido do Brasil". É esse o cântico que vai ecoar nos estádios, Brasil afora, empurrando o clube celeste para o seu lugar de origem, para voltar a representar Minas Gerais, com maestria e taças. E isso, o Cruzeiro sempre soube fazer muito bem.