Paris - O que se discute aqui em Paris é até que ponto Neymar vai perder espaço com a renovação de Mbappé até 2025. Renegado por parte da torcida do PSG, o jogador brasileiro está em baixa pela péssima temporada que fez, ou melhor: que não fez, já que atuou em pouquíssimos jogos.
Com certeza um grande prejuízo para o time francês. Porém, dinheiro não é problema para o príncipe catariano, que está pondo, segundo a imprensa francesa, 300 milhões de euros de luvas para Mbappé, (cerca de R$ 1,8 bilhão) e um salário anual de 100 milhões de euros (em torno de R$ 600 milhões). Gente, é muito dinheiro para um ser humano.
Nada contra os jogadores, mas eu gostaria de ver o mundo pagar essa fortuna toda, dividida para médicos, cientistas, professores, policiais e outros profissionais que nos educam, salvam vidas e protegem a sociedade de bem.
Mas isso é outro assunto, pois, num mundo globalizado, onde “ter é melhor que ser”, não podemos esperar algo melhor.
Tomara que Mbappé seja generoso como é Modric, que doa parte dos seus salários para a compra de pernas e braços mecânicos para os mutilados pela guerra no seu país e região. O croata tem um coração do tamanho do mundo.
Cada um recebe aquilo que merece e que o empregador aceita pagar. Mas eu acho que esses números no futebol estão fora da realidade. Deveria haver uma redução substancial para algo mais perto da realidade dos “mortais”.
Eu acredito que Neymar, aos 30 anos, perdeu espaço, não foi protagonista e se tornou um ser humano insuportável para os jornalistas franceses e para boa parte da torcida do PSG. Ele tem uma única chance de mudar esse quadro, caso ganhe uma Champions League com o clube, ou seja campeão do mundo com a Seleção Brasileira.
Se ganhar a Champions, vão atribuir a Messi e Mbappé, por serem os protagonistas. A verdade é uma só: contratado a peso de ouro, tornou-se apenas um jogador comum, embora tenha talento de sobra. Não soube protagonizar, nem tampouco assumir esse papel. É mais um no grupo. Dizem que vai voltar para o Barça. Será?
Neymar, Mbappé e Messi serão telespectadores da final da Champions, sábado, aqui no Stade de France. Eliminados pelo Real Madrid, não restou outra alternativa.
A imprensa também diz que Mbappé é que está mandando na p.... toda, e que exigiu a contratação de jogadores de mais alto nível, e teria também a preferência por outro treinador, que não Pochetino.
Eu não duvido, pois ele estava acertado com o presidente do Real, Florentino Perez, e roeu a corda por causa da fabulosa proposta do clube francês. Deve ter exigido “1 milhão de coisas”, além, é claro, desse salário indecente e imoral para o trabalhador normal.
Ele, Messi e Neymar devem ganhar, juntos, só de salários, por ano, cerca de 400 milhões de euros. O que eles ganharam na temporada? Apenas e tão somente o Campeonato Francês, um dos mais fracos aqui do Velho Mundo.
Enfim, o futebol só é um mundo à parte em se tratando de salários. No mais, está inserido na sociedade e tem os mesmos problemas de todos nós. Amo assistir aos grandes jogos, mas, confesso que perdi a paixão pelo meu time. Hoje, escolho os jogos que quero assistir e cobrir pelo mundo.
O futebol se tornou tão violento e incorreto, com dirigentes amadores e desinformados, que desanima a minha geração, que conviveu com os grandes dirigentes, jogador, técnicos e árbitros. Uma época em que os jogadores ganhavam bem, mas nada estratosférico.
Sim, senhoras e senhores, sou saudosista. Vi os melhores do mundo de todos os tempos, convivi com eles, e alguns são meus amigos até hoje. A geração atual tem lotado os estádios, em busca de algo que os jogadores não podem dar mais.
Porém, é o que tem, e assim o mundo vai ficando mais pobre em valores morais, em grandes pensadores, escritores, políticos, artistas, jogadores, técnicos e por aí vai. Para encerrar, a frase que Dirceu Lopes, um dos gênios da bola, me ensinou.
Eu disse a ele que ele havia jogado na época errada, pois, se jogasse hoje, não teria dinheiro para ser pago pelo seu belíssimo futebol. Ele, então, me disse: “Jaeci, eu joguei na época certa. Eu não trocaria a minha geração por dinheiro nenhum desse mundo”.
O príncipe está certo. Por isso, os jogadores do passado são ídolos até hoje. Os atuais, são chamados de “modinha”.
Craque Neto
Tenho participado do programa, “Os Donos da Bola”, do craque Neto, em rede nacional na Band, com Veloso, Souza e o Canhão, um dos grandes narradores do país.
Agradeço a ele e à emissora pelo espaço. Neto é um irmão que fiz no futebol. Uma alma boa, um cara família, com quem aprendi muito na vida.
Hoje, estarei lá outra vez. E vocês conferem tudo sobre a Champions League no nosso blog, no Superesportes, com mais de 140 milhões de visualizações por mês, no meu canal no YouTube, na Rádio Tupi, na minha coluna on-line e no impresso do nosso Estado de Minas, o Grande jornal dos Mineiros.