O Cruzeiro foi derrotado pelo Fluminense, no Mineirão lotado, por 3 a 0, gols de Arias, Cano e Nathan, mas não deixou sua gente decepcionada. Pelo contrário, fez uma grande partida e poderia ter se classificado, caso as chances criadas se transformassem em gols.
O placar não traduziu o que foi a partida. Houve um exagero. O time carioca, que jogava pelo empate, garantiu vaga nas quartas de final. Resta ao time mineiro apenas a Série B, onde é líder isolado e projeta o acesso à elite mais cedo do que muitos esperam.
58.834 torcedores da China Azul, entre os 9 milhões espalhados pelo mundo, lotaram o Mineirão para empurrar o maior ganhador da Copa do Brasil.
Vitória simples levaria a decisão para as penalidades. Dois ou mais gols de diferença, deixariam o time mineiro classificado. Empate era do Flu. Não havia como negar o favoritismo do time de Fernando Diniz, muito bem armado e organizado.
Mas na “Toca 3” a banda toca diferente. A atmosfera, o clima e a pressão contaminam os jogadores azuis, que têm dado mostras de competência na Série B, onde lideram com folga e ótimo futebol. Não há como negar que a prioridade é a volta à elite, mas faria um bem danado avançar na Copa do Brasil, pois a grana é alta e a possibilidade do hepta continuaria viva.
Será que Edu estaria inspirado? Será que a zaga cruzeirense daria conta do recado? Perguntas que só com o decorrer do jogo a gente poderia responder.
Idiotas se digladiaram nas arquibancadas. A PM entrou em ação e dispersou os baderneiros. Era o primeiro jogo do ídolo, campeoníssimo goleiro Fábio, no Mineirão, diante do time que defendeu por 17 anos, ajudando a conquistar tantas taças, inclusive algumas da CB. Respeito máximo a esse ídolo, caráter e excepcional arqueiro.
O Fluminense não se intimidou com a torcida. Logo no primeiro lance, quase marcou. Rafael Cabral saiu espanando e evitou a queda de sua baliza. Quando o goleiro Fábio pegava na bola, era vaiado.
Do outro lado, Rafael Cabral fez outra grande defesa, diante do atacante tricolor. O time carioca queria aumentar sua vantagem e era mais perigoso. O Fluminense chegava com perigo com Arias, sempre pela direita, nas costas de Bidu.
Vou abrir um parêntese para o técnico, Fernando Diniz. Falta-lhe um grande título, para ser mais reconhecido. É um treinador moderno, que joga pra frente, querendo o gol, com uma organização ímpar.
O jogo era ótimo! Vítor Leque quase marcou ao cabecear livre. Fábio salvou. A velocidade de ambos os lados ditava o ritmo da partida. A marcação avançada do Cruzeiro, dava certo.
Que bom perceber que o Cruzeiro encarava o Fluminense de igual para igual. O ótimo primeiro tempo terminou em 0 a 0, e esse resultado, por enquanto, classificava o time tricolor.
Na fase final, o Cruzeiro voltou mordendo novamente. Manteve a marcação alta e finalizou mais que o tricolor. Claro que a vantagem do empate era um fator positivo para o time carioca, mas era perigoso se agarrar a esse resultado.
Um golzinho da equipe mineira, e tudo ficaria igual. A China Azul estava enlouquecida, empurrando e cantando o tempo todo. Que torcida é essa! Edu tocou para Luvanor, cara a cara com Fábio. O goleiro tricolor fez bela defesa, mas o atacante cruzeirense estava em posição de impedimento.
O jogo continuava muito bom e o Cruzeiro mais perto de abrir o placar. O Fluminense arriscou chutes de fora da área. Quando a bola ia no gol, Rafael Cabral estava soberano. Mas ele não conseguiu segurar a bola de Arias, que foi lançado por Cano e tocou na saída de Rafael.
A bola beliscou a trave e entrou. Fluminense 1 a 0. Agora a vantagem era maior. O Cruzeiro precisava de 2 gols, para levar para as penalidades, ou 3 para avançar diretamente.
Luvanor fez boa jogada pela esquerda e cruzou. Waguininho chutou fraco e Fábio segurou firme. No finzinho do jogo, o Fluminense fez dois gols. Cruzamento da direita feito por Martinelli e Cano, sempre ele, marcou 2 a 0.
Nathan fechou o placar tocando na saída de Rafael para fazer 3 a 0. Um placar exagerado, que não traduziu o que foi a partida. O Cruzeiro não conseguiu a classificação, mas encarou, de igual para igual, um dos times mais bem armados do Brasileirão da Série A, o que aumenta a confiança da torcida para a volta à elite, já que com 38 pontos, o time azul precisa de 24 pontos, na pior das hipóteses, 8 vitórias em 21 jogos restantes para atingir seu objetivo.
Agora, poderá focar só no acesso, pois o Brasileirão da Série B é a única competição a disputar daqui pra frente.