Se Daniel Alves for convocado para a Copa do Mundo do Catar, aos 39 anos, atuando pelo Pumas, do México, com péssimas passagens recentes por São Paulo e Barcelona, ficará comprovado que o técnico Tite o estará privilegiando. Isso caracterizaria uma afronta ao povo brasileiro. É sabido que desde que o lateral não pôde participar da Copa da Rússia, por cirurgia no joelho, o treinador arrumou um jeito de compensá-lo, convocando-o para amistosos, Eliminatórias e Copa América, para justificar uma possível convocação para o Catar. É incoerente. Daniel Alves não jogou na lateral no São Paulo e, no Barcelona, foi um fiasco na posição, a ponto de Xavi Hernández mandá-lo embora. Sem opção, foi para o futebol mexicano, para garantir a boquinha na Copa. Desse jeito, ficaremos mais distantes da conquista do hexa. Há tempo de Tite repensar a decisão, que parece estar tomada. E não me venha com esse papinho de que “ele é bom de grupo”. Se for assim, chama um ex-jogador de 65 anos, por exemplo, que tenha sido bom de grupo em outra época!
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Vi e revi o lance em que o árbitro marcou penalidade em Neymar num amistoso do PSG contra um time japonês. Confesso que assisti a imagem “800” vezes e em nenhuma consegui ver o jogador japonês encostando em Neymar. E ainda que o toque tenha acontecido, o brasileiro se jogou de uma forma tão teatral que deu vergonha. Se houve o toque, ele foi leve, e não teve força o suficiente para que Neymar se jogasse da forma teatral como fez. Pelo jeito, o fato de ter virado chacota mundial em 2018 não serviu de aprendizado para o nosso “melhor jogador”. Os árbitros do mundo inteiro já conhecem suas artimanhas e os jogadores adversários não suportam mais esse comportamento infantil de Neymar. Abre o olho, Tite!
Quando o técnico é a solução
O futebol brasileiro sempre teve como protagonistas os grandes jogadores. Mesmo na época dos saudosos Telê Santana e Carlos Alberto Silva, dos melhores com quem trabalhei, os craques eram exaltados. Hoje, pela fragilidade do futebol brasileiro, os treinadores viraram referência. Vejam o caso do Atlético. A maioria dos jogadores está atuando mal, porém, sobrou para o Turco Mohamed a demissão. Cuca chegou com status de “chefe de estado”, como a salvação do ano atleticano. Que ele é um grande treinador e vencedor não há dúvida, mas se Nacho, Hulk e cia não voltarem a praticar o futebol da temporada passada, nada feito. Cuca não entra em campo, não chuta em gol e não cobra penalidades. É preciso cobrar mais dos atletas, que ganham fortunas e entregam futebol muito ruim, atualmente. Se o time mudar da água para o vinho, ficará provado que o técnico demitido tinha culpa no cartório. Caso contrário, a culpa será única e exclusiva dos jogadores. A exemplo do que aconteceu quando voltou ao Palmeiras, Cuca pode jogar todo o trabalho maravilhoso que fez, ano passado, por terra, pois o torcedor, passional que é, só enxergará o momento atual. Se fracassar, terá sua demissão pedida, no Mineirão. Assim é o futebol brasileiro.
Pertinho da volta
O Cruzeiro está a cinco vitórias da volta à elite, faltando 18 jogos. Vai tirar de letra e subir com tranquilidade. Com 45 pontos, na pior das hipóteses, precisaria de 15 pontos para chegar a 60. Na verdade a média dos últimos cinco anos indica que o clube que conseguiu acesso na quarta posição fez 62 pontos. Porém, com 16 a mais que o quinto colocado, dificilmente o quarto lugar atingiria os 62 pontos. É possível até que o clube que estiver em quarto lugar suba com 58 pontos. Sendo assim, é bom Ronaldo Fenômeno preparar o processo para 2023, já na elite, montando um time em condições de se manter na divisão, ficar entre os oito primeiros e, nas temporadas seguintes, já pensar em taças. Com a melhor campanha em todas as séries, nesta temporada, o torcedor azul conta o tempo para a volta à elite. A questão é saber em que rodada isso vai acontecer.