Os 3 a 0 impiedosos que o Internacional aplicou no Atlético, com grande facilidade, deixou a torcida alvinegra preocupada, distante do tricampeonato brasileiro e com uma única esperança: a Libertadores. Para isso, o time precisa vencer o Palmeiras, hoje, no Mineirão, que estará lotado, por uma boa margem de gols, para ter tranquilidade no jogo de volta, no Allianz Parque, semana que vem. Muitos atribuem ao treinador demitido, Antônio Mohamed, a péssima fase do time, que não se encontrou nesta temporada. Se iludiram com o título mineiro e a Supercopa, depois de 25 cobranças de penalidades. A verdade é uma só: vários jogadores não conseguem render o mesmo que renderam ano passado e isso compromete todo o trabalho. Claro que é mais fácil apontar o dedo para o treinador, mas ele não era o único culpado, haja vista que Cuca, que conhece o grupo, teve uma semana para treinar a equipe e o Inter, em 30 minutos, fez três gols, com rara facilidade.
É preciso cobrar de Hulk, que é o maestro da cia, e que nesta temporada, sem pênaltis para cobrar, não aparece em campo. Os zagueiros já aprenderem a marcá-lo e isso o deixa irritado, querendo apitar os jogos, pedindo falta e pênalti a todo o momento. Voltou a praticar o futebolzinho que praticava na Seleção, onde não fez sequer um gol em jogos oficiais, mesmo disputando Copa do Mundo, Eliminatórias, Copa das Confederações e Copa América. Sim, torcida alvinegra, é preciso cobrar dele. É o jogador mais caro do grupo e ganha muito para fazer o que fez no ano passado. Nacho Fernández é outro que não joga nada há tempos. Eu o acho um bom jogador, mas já questionei em outras ocasiões o motivo de ele nunca ter vestido a camisa da seleção argentina. Todo grande jogador a vestiu, mas Nacho, não. É estranho, não é? Júnior Alonso voltou em péssima forma técnica. Zaracho perdeu o belo futebol. Jair só dá passe para os lados. Salva-se Allan, que continua com seu excelente futebol. Arana caiu de forma assustadora depois de servir a Seleção. Enfim, meus amigos e minhas amigas: são seis ou sete jogadores que não conseguem repetir o bom futebol do ano passado, mas, é claro, é mais fácil culpar o treinador.
Troquei mensagens com Cuca, a quem admiro, respeito e tenho na mais alta conta, dizendo a ele que meu sentimento sobre sua volta não tinha a mesma certeza do ano passado. Naquela temporada, ele pensou em desistir, mas eu lhe dei muita força para que viesse e disse que ele seria campeão. Não deu outra. Ganhou quase tudo. Agora, não estou tão otimista, pois percebo, há tempos, a queda de produção dos atletas. Sei que a torcida aposta que Cuca os recuperará, mas eu acredito que eles sofrem o mesmo mal que sofreram os jogadores do Flamengo em 2020. Ganharam quase tudo em 2019 e no ano seguinte não repetiram as grandes atuações. Vários foram negociados, outros estão encostados, e Diego Ribas, Alves e Vitinho estão de saída. Não dá mais. Os clubes têm que parar de ser paternalistas. É preciso racionalidade, agradecer pelos serviços prestados, homenagear e abrir vaga para outros. A vida é cíclica e o futebol muito mais.
Claro que se o Galo passar o “trator” no Palmeiras muitos dirão que Cuca é genial e que o Turco era “piada”. O futebol é assim. As pessoas preferem se iludir. Em mata-mata, tudo é possível, pois uma expulsão de um jogador pode complicar a situação do rival, uma jogada mal feita, um passe errado, pode definir uma classificação. Porém, neste momento, o Palmeiras sobra em relação ao Galo e demais equipes do futebol brasileiro. Mas, é claro, Cuca, com sua competência e qualidade, pode fazer as peças funcionarem. Dorival Júnior é um exemplo disso. Pegou o Flamengo “morto” e mal treinado por Paulo Souza e o transformou em equipe vencedora novamente. Cuca poderá fazer o mesmo. Caso não consiga, porém, ficará três meses e se não ganhar nada, vão culpá-lo, quando na verdade, os jogadores é que são os protagonistas, nas vitórias e ou nas derrotas. É importante dizer, porém, que só uma equipe pode ganhar, e que o Galo, com toda a queda do time, continua na disputa das principais competições. Foi isso que a diretoria prometeu, e está cumprindo à risca, o prometido. Nem Real Madri e Barcelona ficam no topo todos os anos. É preciso dar méritos aos outros também. E vale lembrar que a atual gestão gastou dinheiro, em contratação, apenas na compra de Nacho. Os demais vieram livres, por empréstimos ou coisa parecida, o que mostra a competência dos homens que comandam o clube. Gastam pouco e têm obtido resultados importantes. A massa sempre confia e, mais do que nunca, ACREDITA!