O Cruzeiro perdeu os primeiros dois pontos como mandante, ao empatar com a Chapecoense em 1 a 1, no Mané Garrincha, em Brasília. Sim, embora a partida não tenha sido disputada no Mineirão, o time azul era o mandante. De qualquer forma, chegou aos 53 pontos, uma marca impressionante, com 19 pontos acima do quinto colocado, Londrina. E 10 a mais que o Bahia, vice-líder. O Cruzeiro continua absoluto e soberano, mas, é claro, ansioso para garantir, oficialmente o acesso.
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Troca de farpas entre dirigentes é despreparo e falta de lucidezIncompetente, sem corpo e sem alma, Atlético é eliminado pelo PalmeirasLibertadores: Atlético tem 90 minutos para o céu ou para o infernoGalo está entre os três maiores clubes brasileiros na atualidadeVitória do Galo vem do banco no último lance da partidaGarantido na Série A, se não matematicamente, mas sim pela excepcional campanha, o Cruzeiro queria garantir mais 3 pontos, chegar aos 55 e se garantir em mais duas rodadas, oficialmente. O jogo era em Brasília e a Chapecoense, desesperada, precisava da vitória. O Cruzeiro estava de amarelo, uniforme em homenagem a Seleção Brasileira, em ano de Copa do Mundo. Mas no começo, prevaleceu o verde da Chape, com Felipe Ferreira, que limpou pela direita e chutou de canhota, vencendo Rafael Cabral. 1 a 0 para o time de Santa Catarina.
Mas o Cruzeiro não iria perder sua postura por um gol sofrido. De jeito nenhum. Foi pra cima e quase empatou em chute cruzado, que o goleiro da Chape teve dificuldades para espalmar à escanteio. Realmente é difícil segurar a ansiedade pela volta à elite. O que os jogadores mais querem é a garantia oficial, e ela pode chegar a qualquer momento, provavelmente, nas próximas 4 rodadas.
A Chapecoense se fechava bem e contra-atacava com perigo. O Cruzeiro alçou algumas bolas na área, que não deram em nada, quando deveria jogar mais pelo chão. O Mané Garrincha era todo azul. É sabido que na capital federal há muitos mineiros. Pelo volume do jogo, a impressão que me dava era de que o Cruzeiro não demoraria a fazer seu gol, mas, para isso, deveria explorar melhor as jogadas pelas extremas. O técnico Pezollano, inverteu e pôs Bidú pela direita. Gosto muito do futebol desse garoto. Vale lembrar que mesmo em Brasília, o mando de campo era do Cruzeiro. No Mineirão, foram 11 jogos e 11 vitórias. Era estranho ver o zagueiro Léo, que por várias temporadas defendeu o Cruzeiro, atuando contra o ex-clube. Léo sempre honrou a camisa azul. Saulo tirou o gol de empate, ao tocar na bola que tinha como endereço a cabeça do Chay. O Cruzeiro era mais presente no ataque, mas a Chape não dava espaços. A vitória parcial da Chape não foi justa, mas no futebol, nem sempre a justiça prevalece.
O Cruzeiro voltou para mudar o quadro e vencer mais uma. Eu acho uma bobagem esse negócio de posse de bola. Futebol é bola na rede, não é estatística, não é ciência exata. O Cruzeiro teve 65%, mas quem pôs a bola na casinha foi a Chape. Simples assim! Wesley Gasolina fez sua estreia, no lugar de Bidu. Belíssima jogada de Bruno Rodrigues e quase Wesley marcou. E Saulo fez uma grande defesa em outro chute de Wesley. Ele entrou muito bem. E na cobrança de escanteio feita por Chay, Oliveira empatou. 1 a 1, aos 3 minutos do segundo tempo. A torcida enlouqueceu. Wesley estava demais. Fez belo cruzamento, e Saulo, mais uma vez, salvou a Chape. Bruno Rodrigues fuzilou, Saulo pôs à córner. O goleiro da Chape já era o melhor em campo. Impressionante a carga que o time azul impunha! O adversário não respirava. Pezollano resolveu pôr o artilheiro Edú, que não marcava há vários jogos, e Rafa Silva. Bianchi quase desempatou, mas Rafael Cabral fez uma defesa sensacional. Dessa vez, o Cruzeiro não venceu. Mas, nada que atrapalhe a euforia da torcida. Uma campanha irretocável e impressioanante.
PENSAR PRA FRENTE
Não adianta o Atlético ficar lamentando as eliminações na Copa do Brasil e Libertadores. Tem que pensar pra frente e só restou o Brasileirão. Cuca já disse que é obrigação o time garantir vaga na Libertadores do ano que vem. E ele está certo. Será o ano da inauguração da Arena MRV, um belíssimo estádio, que vai orgulhar bastante os atleticanos. As eliminações não implicam dizer que está tudo errado ou destruído. Nada disso. É preciso fazer ajustes, exigir um comprometimento maior de determinados atletas, e seguir o curso normal. Assim como as comemorações por conquistas duram 24 horas e depois vida nova, o mesmo deve acontecer quando há insucesso. Até novembro, quando conheceremos o novo campeão brasileiro e da Copa do Brasil, o Galo é dono do país. Não acredito que ele possa ganhar o tricampeonato brasileiro, mas tem que vencer jogo a jogo, para dar uma satisfação ao torcedor. Claro que alguns veteranos deverão sair ao fim da temporada, isso é natural. Porém, o grupo ainda é forte e consistente. Resta saber se alguns jogadores vão voltar a produzir perto do que produziram ano passado. Eles são os culpados pelas derrotas e os que devem receber aplausos nas vitórias. O Galo não é terra arrasada. Longe disso. Tem uma diretoria séria e competente, que trabalha para que ele continue a disputar as taças. E o momento é para o torcedor apoiar e não abandonar a equipe. Nem Real Madri e Barcelona, considerados os melhores times do mundo, ganham títulos em todas as temporadas. Porém, chegar às finais, é obrigação. É o caso do Galo, que entrou num patamar de disputar em condições de ganhar, todas as taças.