O Brasil é o país onde “levar vantagem é o que vale”! É a tal “lei de Gérson”. O Palmeiras foi absurdamente garfado no jogo contra o Athletico-PR, quando o atacante Alex Santana deu uma cotovelada em Roni e não foi expulso, e quando Fernandinho, em lance com bola rolando, pisou no tornozelo do próprio Roni, dentro da área, em pênalti claro, que o péssimo árbitro uruguaio Esteban Ostojich preferiu ignorar. E foi na cara dele. Lance que é punido em todos os jogos que tenho visto. Uma vergonha! E olha que, como flamenguista, prefiro mesmo pegar o time paranaense na final, pois o Palmeiras tem mais camisa, mais títulos e é um dos gigantes do nosso futebol. O Athletico também está crescendo de patamar, com o trabalho sério de Mário Patraglia, a quem não conheço, mas admiro. Tenho visto Felipão reclamar dos árbitros em todos os jogos. Mas, quando os erros o favorecem, fica caladinho. É melhor “levar vantagem”!
A arbitragem tem acabado com o futebol Sul-Americano. Não posso acusá-la de venal, pois não tenho provas, mas quando a gente vê um pênalti como o de Fernandinho, na cara do árbitro, fica realmente enojado. Não se pode tirar os méritos do guerreiro time paranaense, que tem a filosofia de seu treinador, jogando na retranca e nos contra-ataques. Mas que passou pra final por causa de erros crassos da arbitragem, não há dúvidas! Lembro de uma entrevista do goleiro Barbosa, que levou o segundo gol do Uruguai, em 1950, quando o Brasil perdeu a Copa, no Maracanã: “sofri pena em vida, nem foi pena de morte. Fui crucificado, sem perdão, a vida inteira.” Pois é, mas Felipão, que tomou de 7 a 1 numa semifinal de uma Copa do Mundo, no Brasil, parece ter sido perdoado. Vale lembrar que Barbosa era negro e o preconceito racial dos covardes era evidente. Felipão é branco, ganhou a Copa em 2022. Porém, com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e cia, até eu, como treinador, teria ganhado.
Ele também perdeu uma final de Eurocopa, com a Seleção de Portugal, em sua casa, para a inexpressiva Grécia, mas ninguém quer lembrar. O futebol que ele pratica é de retranca e contra-ataque, mas a geração “nutella” acha lindo. Ganhar a qualquer preço é o que está na cabeça do povo brasileiro. Acho o Flamengo franco favorito para ganhar o tri da Libertadores, mas não desprezo o Athletico-PR, justamente pelo trabalho incessante de seu presidente. Um dirigente sério e correto. Se o Flamengo jogar o que sabe e o que deve voltará de Guaiaquil com a taça, desde que entre focado, comendo grama e, acima de tudo, praticando o futebol ofensivo que o caracteriza. Já me perguntaram se o Flamengo pode golear. Em decisão, é muito difícil, mas, como do outro lado tem um técnico que tomou de 7, numa semifinal de Copa do Mundo, tudo pode acontecer.
Outra coisa que é fato é que o técnico português, Abel Ferreira, não sabe perder. Ele tem razão na reclamação contra o árbitro, mas reclama de tudo durante a partida. Não duvidem se o Palmeiras não ganhar o Brasileiro. O time vai entrar em queda livre. Isso já aconteceu com o Flamengo e outras equipes que são eliminadas das Copas. O Palmeiras precisa se reciclar, renovar, pois contratou muito mal na janela. Enfim, esse é o futebol brasileiro, tão maltratado, com arbitragens péssimas e terríveis, onde dirigentes, jogadores e técnicos querem levar vantagem. E só para ilustrar, Rodinei, jogando pelo Inter, pisou no pé de um jogador do Flamengo, assim como Fernandinho fez com Roni. O árbitro, chamado pelo VAR, expulsou Rodinei, prejudicando o Internacional e favorecendo o Flamengo, que acabou campeão em 2020. É inaceitável o árbitro uruguaio não ter dado o pênalti claríssimo de Fernandinho! Uma vergonha! O Palmeiras foi eliminado pelo árbitro, não tenho a menor dúvida disso. A expulsão de Murilo foi corretíssima, mas o atacante Alex Santana deveria ter tido o mesmo destino. Um peso e duas medidas! Assim é a vida de quem só quer levar vantagem.