Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Torcida vaia, Cuca é o menos culpado, jogadores são os vilões

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O Atlético Mineiro não fez um mau primeiro tempo contra o Palmeiras, mas continua sem vencer em casa, já faz um bom tempo, com futebol pífio, em relação ao apresentado na temporada passada.



Culparam o ex-técnico, Turco Mohamed, demitido com o time em terceiro lugar no Brasileiro, mas eu sempre disse que o problema do alvinegro não era treinador e sim jogadores que não conseguem render mais do que mostraram em 2021.

Peguem os vídeos dos jogos do ano passado e constatarão o que venho dizendo. Nem mesmo Cuca, multicampeão com o clube, consegue dar ritmo, padrão de jogo ou qualidade.
Esses jogadores estão envelhecidos, tecnicamente. Não é má vontade, salário atrasado (mesmo porque está em dia) ou qualquer desculpa que possa haver: é falta de bom futebol mesmo.

E olha que o Brasileirão deste ano está uma baba, haja vista a pontuação do líder Palmeiras, 60, faltando 10 rodadas para o fim.

segundo tempo do Galo no jogo dessa quarta-feira foi muito ruim. E o árbitro ajudou, ao anular um gol legítimo do Palmeiras, alegando falta em Mariano, que, na verdade, tropeçou nas pernas, pois estava machucado e jogando no sacrifício.



Aliás, não vi ninguém do Galo reclamar do árbitro. Hulk continua querendo apitar os jogos, pois, bem marcado, nada consegue. Até chutou uma bola no travessão e não esteve tão mal no primeiro tempo, mas Murilo o anulou, outra vez.

Ele teve uma fase maravilhosa na temporada passada e só. Uma coisa é fato: quando não há penalidade para ele cobrar, passa despercebido no jogo. Talvez esteja aí a explicação para nunca ter sido cogitado nos grandes times europeus, depois que saiu do Porto. Rússia e China foram os lugares onde jogou depois.

O planejamento para a temporada 2022 foi equivocado. Não há jogadores de qualidade na base? Todos os grandes times se valeram desse recurso, menos o Atlético.

Se a base está tão sucateada, é preciso fazer mudanças urgentes. Se não há dinheiro para contratações, que busquem soluções, alternativas, que usem a criatividade.



O clube virou chacota para os adversários com as tais “notas de repúdio”. A atual diretoria prometeu que o clube brigaria por todas as taças, daqui pra frente, mas o que temos visto é exatamente o contrário. Um time sem corpo, alma, vibração.

Zaracho, Jair, Allan, Nacho, Hulk e outros menos votados, com futebol abaixo da crítica. O zagueiro Nathan está se achando craque, e tem falhado muito. Atabalhoado nas jogadas. O Alonso que voltou não é aquele do ano passado. Enfim, o time teve uma queda brusca e não conseguiu se recuperar.

O ano está perdido sob o ponto de vista de taças, mas ainda há um objetivo que precisa ser alcançado: uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Para isso, o Atlético precisaria desbancar pelo menos 3 equipes que estão à sua frente na tabela.





O técnico Cuca disse que não vai pedir demissão e que está no barco, junto com os jogadores. “Não vou culpar ninguém. Vamos sair dessa situação juntos, ou afundamos juntos. Eu não largo até o fim do meu contrato, em dezembro”. Cuca é o menos culpado, como também era o Turco Mohamed.

Os jogadores é que não estão rendendo nada, essa é a realidade. Uma folha salarial gigantesca e um futebol do tamanho de uma bola de ping-pong.

O adversário deste sábado é o Fluminense, vice-líder do Brasileirão, em busca do Palmeiras. O Fluminense é muito bem-treinado pelo técnico, Fernando Diniz, pratica um futebol de primeira linha, com jogadores apenas medianos, mas com destaque para Ganso e Arias, além do paredão tricolor, o goleiro Fábio. Será muito difícil o Galo conseguir um resultado positivo, mas é preciso reagir.

O time saiu de campo vaiado pela torcida, no jogo com o Palmeiras, o número de sócios adimplentes nos programas do clube caiu de forma assustadora. Tudo isso, reflexo de um ano ruim, onde a soberba prevaleceu. Não se ganha nada no grito ou na arrogância.



O Atlético entrou num caminho de buscar taças e fez isso muito bem, ano passado. Porém, o sucesso lhe subiu a cabeça, achou que ganharia com o nome e a hora que bem entendesse. O futebol não é assim, a bola pune.

Há muitos clubes com títulos e mais títulos que têm a humildade de entender seu momento. O Galo ganhou em 1971 e depois só foi ter alegria em 2013 e 2014, com as conquistas da Libertadores e Copa do Brasil. Voltou a ganhar em 2021, num dos seus melhores anos, e merecia ter disputado a final da Libertadores. Poderia ter ganho tudo.

Este ano, entrou vaidoso, achando-se acima dos demais, e o resultado está aí.

O jeito é lutar até o fim por uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Se não der, ficando entre os 8 primeiros, terá espaço na Pré-Libertadores, já que com Palmeiras, Flamengo e Athletico-PR entre os ponteiros e decidindo taças, vai abrir mais vaga na competição sul-americana. É o que resta.

Planejar 2023 é para agora, porque, com a inauguração na Arena MRV, será o ano mais importante da história do clube. E ficar fora da Libertadores será um desastre.