Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Cruzeiro, campeão de fato e de direito orgulha a China Azul

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Bastaram 32 rodadas das 38 da competição para o Cruzeiro se sagrar campeão da Série B. É bem verdade, um título que os grandes clubes como ele não querem ter - mas, no Brasil, somente Flamengo, Santos e São Paulo jamais caíram. Na Itália, somente a Inter de Milão nunca caiu.



Enfim, já que o time azul foi jogado aos leões, por administração fraudulenta segundo a Justiça, e ficou dois anos namorando a Série C, por sorte não caindo, que o torcedor neste ano de 2022 tão especial e espetacular comemore mesmo, pois a campanha é simplesmente espetacular. 

Pela primeira vez um técnico estrangeiro ganha um título com o time azul. É preciso abrir um parêntese para o jovem Paulo Pezzolano, que pôs os técnicos brasileiros no bolso, transformando-se, para mim, no melhor técnico de todas as séries na temporada.

Parece que o Cruzeiro sabia que seria campeão sem entrar em campo, pois foi favorecido pelas derrotas de Bahia e Grêmio. Por isso mesmo, fez uma festa tremenda, na quinta-feira, na Praça Sete. Aliás, vi alguns cruzeirenses escrevendo "Praça 6 + 1", numa alusão à goleada que o time aplicou no maior rival há alguns anos.



Inesquecível para o torcedor. Isso é o que vale no futebol. Gozação saudável, sem briga, sem arma, sem confusão. Aliás, que vergonha o que uma facção do Cruzeiro fez com outra do Palmeiras na rodovia que liga Minas a São Paulo. Não vi nenhuma autoridade prender os bandidos ou acabar com tais facções. Um descalabro, cenas de barbárie, horrorosas, que rodaram o mundo.

Voltando a falar de coisa boa, o Cruzeiro agora tem três meses completos para se replanejar e montar um time competitivo, conforme prometeu o "patrão" Ronaldo Fenômeno, dono do time. O cara foi um dos maiores jogadores da história e se transformou num gestor espetacular. Justamente o clube que o lançou para o mundo voltou à elite por suas mãos. 

Montou um time competitivo, com um técnico desconhecido, mas uma equipe de trabalho espetacular. Ronaldo é do ramo e sabia exatamente o que tinha que fazer. O Cruzeiro subiu sem sustos, com sobras e uma campanha invejável. E olha que o orçamento foi de apenas R$ 35 milhões, já que Ronaldo nunca foi irresponsável. 





A diretoria anterior queria gastar R$ 95 milhões sem ter um centavo em caixa, com salários atrasados e querendo contratar. Ronaldo chutou a bunda de quem estava contratado e pôs gente de sua confiança para gerir o clube. Seriedade e transparência, e o resultado está aí.

Agora o Cruzeiro tem que encarar a realidade de uma Série A, onde não é protagonista, pelo menos por enquanto. Contratar jogadores de nível, que entendam o que é a elite, para não fazer feio. Não acredito que o Cruzeiro vá cair outra vez, mas é preciso montar um time forte, mesmo que saiba que no primeiro ano da volta a palavra título esteja distante. 

Numa competição por pontos corridos é preciso ter grupo e time fortes para não correr riscos. Talvez beliscar uma vaga na pré-Libertadores, ficando entre o quinto e o oitavo lugares.

A não ser que Ronaldo se associe a um grande investidor, que queira comprar parte de sua empresa, e injete algo em torno de R$ 1 bilhão, por exemplo. Aí, o Cruzeiro poderia contratar grandes jogadores, para voltar a disputar taças. Esse é o DNA do clube, que sempre pôs Minas Gerais na prateleira de cima.





Ronaldo e sua equipe terão muito trabalho e vão contar com uma força inegável que são os 9 milhões de cruzeirenses, espalhados pelo mundo. A China Azul deu show nesta temporada, batendo recordes e mais recordes na "Toca 3". Em 2023 será ainda mais forte e mais intensa. E quando falo de torcedores, estou falando daqueles que são do bem. Não essas facções organizadas. 

Quem sabe o Fenômeno consegue com o novo governador uma parceria com o Mineirão, para que seu clube seja mesmo o dono do Gigante da Pampulha, pelo menos em regime de comodato. Seria um ganho espetacular para o Cruzeiro.

Enfim, o ano de 2022 jamais será esquecido pela torcida, por Ronaldo e sua equipe. Um ano pra lá de espetacular, onde brilharam Rafael Cabral, Edu, Luvannor, Brock, Bidu e tantos outros jogadores que abraçaram o projeto e ficaram encantados ao conhecer de perto o "patrão" Fenômeno.

Uma coisa é você olhar para a presidência e ver uma figura inexpressiva. Outra é perceber que seu chefe se chama Ronaldo Fenômeno. Sei muito bem o que isso significa, pois cobri a carreira dele do começo ao fim e gozo de sua amizade. 

Ronaldo é tudo isso e muito mais. Tudo o que ele toca vira ouro, e com o Cruzeiro não foi diferente. Parabéns aos campeões. Seriedade, competência e transparência sempre foram a marca registrada do Fenômeno.

Que venha a Série A, pois há muito trabalho pela frente. Porém, enquanto o "patrão" trabalha em busca de reforços, que Pezzolano e seus comandados continuem comemorando. Afinal, são os campeões de fato e de direito!