Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

O Palmeiras pode colocar a faixa, pois já é campeão brasileiro

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Com 10 pontos de frente para o segundo colocado, faltando nove rodadas, o Palmeiras pode colocar a faixa de campeão brasileiro. Analisando os jogos que faltam, ele só precisa ganhar mais seis, ainda que seu concorrente mais próximo, O Internacional, ganhe os nove, pois ele seria campeão com um ponto de diferença. A distância para o “bilionário” Flamengo é de 15 pontos, e para o Atlético, 20. É uma vergonha times como o rubro-negro e o alvinegro terem essa distância para o líder, afinal são os clubes com as maiores folhas de pagamento do país e o mínimo que se espera é que disputem as taças até a última rodada. Ganhar ou não é outra história, mas disputar em condições de vencer é obrigação.



Analisando os adversários do Palmeiras, no campo da teoria, ele vai enfrentar o Coritiba, Atlético-Go, São Paulo, Avaí, Athletico-PR, Fortaleza, Cuiabá, América e Internacional, este na última rodada. Digamos que ele perca os jogos para São Paulo e Inter, no mais não acredito em derrota. E vale lembrar que vai pegar o Athletico-PR dia 25 deste mês, sendo que dia 29 o time paranaense irá disputar a final da Libertadores. Claro que vai entrar com time reserva. Os seis jogos que ele precisa ganhar para pôr a faixa de campeão seriam Coritiba, Avaí, Fortaleza, Cuiabá, Athletico-PR e Atlético-GO. O América poderia dar trabalho, mas o jogo é no Allianz Parque. Enfim, a nove rodadas do fim, com essa vantagem gigantesca, entreguem logo a taça para o Palmeiras, pois não acredito que ele irá tropeçar, como fez em 2009, quando o Flamengo arrancou, tirou uma diferença de 10 pontos e foi o campeão com a menor pontuação na era dos pontos corridos, com 67. O Palmeiras tem uma organização ímpar, profissionais competentes e dirigentes sábios. Saiu o presidente Galiotte e entrou Leila Pereira. Nada mudou. O time continua disputando as taças e os títulos. Organização e projeto é isso. Duram muitos anos.

O Atlético ganhou o Campeonato Mineiro e a Supercopa, no começo do ano, e mais nada. Competições quer não têm o menor apelo. Foi o mesmo caso do Flamengo, campeão de tudo em 2019, que em 2020 ganhou apenas o Campeonato Carioca e a Supercopa. Não houve comemoração com essas conquistas chulas. O Galo vai em busca de uma vaga entre os quatro primeiros do Brasileiro para entrar na fase de grupos da Libertadores, ano que vem. A situação não é boa, pois sua distância para o quarto colocado é de sete pontos. Claro que se ele engrenar vitórias essa distância pode diminuir, mas, pelo futebol pífio que vem apresentando, acho difícil. Entretanto, na pré-Libertadores eu acredito que ele entre. E a gente sabe que os adversários são fraquíssimos, com grande possibilidade de o alvinegro entrar na competição. Será o ano mais importante de sua história, com a inauguração da Arena MRV, e ficar fora da principal competição sul-americana, seria um desastre.

A vitória sobre o até então vice-líder Fluminense deu um alento ao torcedor. Hulk marcou dois gols, um deles em cobrança de penalidade, e melhorou sua média, que este ano ficou aquém do esperado. A temporada foi péssima para ele e todo o grupo. O Atlético precisa se renovar, se reciclar, buscar jogadores na base, se houver, e contratar no mercado.



O clube dizia que tinha um ativo de jogadores na ordem de R$ 500 milhões, porém, essa realidade está longe de ser constatada. O Galo não conseguiu vender ninguém importante, que pudesse dar um alívio aos cofres do clube, endividado até o cabelo. Mas, é claro, por lá apostam na transformação do clube em empresa. O Atlético acha que vale uma fortuna e está no seu direito de valorizar seu passe. Resta saber se os investidores do mercado vão concordar, pois R$ 1 bilhão em 49% das ações, por exemplo, acho difícil alguém querer. Normalmente o investidor quer um percentual bem maior, ainda mais por um valor tão alto. Mas é a única solução não só para o Galo, como para os clubes brasileiros. Todos estão atolados em dívidas, exceto Palmeiras e Flamengo, que são superavitários. Desde 2019, somente Flamengo, Palmeiras e Atlético têm dado as cartas no futebol brasileiro. É bom as outras equipes acordarem, sob o risco de transformarmos as principais competições do país num Campeonato espanhol. É preciso que os outros clubes se modernizem, virem empresas e acompanhem a evolução dos citados, para o bem do nosso futebol.

Mais festa no Mineirão


O Cruzeiro vai comemorar o título da Série B, hoje, com o Mineirão ou “Toca 3”, como gostam os cruzeirenses, lotado, contra o Ituano. O time azul bateu recordes e recordes nesta temporada, com campanha impecável, que orgulhou o seu torcedor. Agora é arregaçar as mangas e montar um time competitivo para a série A. As receitas serão bem maiores, os patrocinadores estão procurando o clube e a bilheteria tem sido um forte aliado. A tendência é manter essa média excepcional de público, também na elite. O gigante voltou e vai querer ser competitivo. Ronaldo é do ramo, conhece o futebol e gestão, como poucos e, com certeza, não vai decepcionar os 9 milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo.