Hoje é dia de celebrar a vida do maior jogador de todos os tempos, o Rei Pelé, que completa 82 anos. Na quinta-feira, no museu da CBF, o presidente, Ednaldo Rodrigues, que faz trabalho transparente e competente, homenageou Zagallo com uma estátua, que ficou espetacular.
Homenagem em vida é a melhor coisa. Minha mãe, que está lá no céu, dizia: "Quem quiser me dá flores, que me dê em vida, pois depois de morta, não terá sentido". É verdade. Todas as homenagens feitas em vida serão sempre bem-vindas.
Tive o privilégio de cobrir a Seleção com todos eles lá, e por muitos anos. Aprendi demais com todos. Sempre que Parreira vem a Miami, pois tem apartamento aqui também, ele vem aqui em casa jantar, com nosso amigo Arnaldo Cézar Coelho, e as recordações são muitas, com conversas sobre o futebol que não terminam nunca. Vida longa ao mestre Zagallo.
Hoje é níver do Rei Pelé, 82 anos do maior jogador do planeta, incomparável, inigualável, simplesmente o Rei do futebol. Tive várias passagens com Pelé ao longo da minha carreira.
A primeira delas, em 1994, na Copa dos Estados Unidos, quando a minha missão no jogo de abertura do Brasil era colar em Pelé, então comentarista da Globo.
Depois, se sentou novamente e eu disse: "Rei, preciso fazer uma matéria com você para o nosso jornal Estado de Minas, você é mineiro de Três Corações". Ele disse: "Vamos fazer sim. Qual o seu voo de volta para Londres e em que classe você está?".
Cheguei lá, Pelé mandou que eu sentasse diante dos seus pés e, como um súdito, ouvi o CD que ele havia gravado. Depois de uns 15 minutos, começamos a entrevista, e ele me disse que seu filho Edinho só estava preso, na época, porque era filho do Pelé, pois nada fora provado contra ele.
Disse também que o único país em que chegava e suas malas eram abertas era no Brasil, pois entrava em qualquer país do mundo até "sem passaporte" (uma força de expressão), por ser o Pelé. Fiz uma página com ele e o título da matéria foi "O brasileiro não valoriza seus ídolos".
Antes disso tudo, no dia do jogo no Kwait, peguei carona na limousine com Pelé, o assessor Pepe e seu advogado. Nos corredores do estádio, o entrevistei sozinho, para a rádio Jovem Pan, ao vivo, pois naquela época, além do jornal, eu cobria a Seleção para a rádio paulista, sob o comando do grande Vanderley Nogueira. Foi um momento épico para mim e que jamais esqueci. Uma passagem que guardo no coração.
A outra vez em que estive com o Rei foi em São Paulo, com o meu cinegrafista da TV Alterosa, Leandro Neves, na inauguração de um projeto de Vanderlei Luxemburgo, no Jockey Clube de São Paulo. Eu me posicionei nas escadas, onde Pelé iria passar, e a imprensa toda lá dentro.
Quando o Rei chegou, pedi para que me desse entrevista, e seu assessor, Pepe, disse que ele só falaria lá dentro em coletiva. Então apelei: "Rei, você me tirou da classe executiva, me pôs na primeira classe e não vai falar comigo aqui no nosso país?". Ele me olhou, veio em minha direção e disse: "Não posso deixar de te atender, senão você não fala bem de mim em Minas". E respondeu quatro ou cinco perguntas. Eu e Leandro Neves ficamos radiantes.
Por tudo isso que contei aqui e por tudo o que Pelé representa para o futebol e para todos nós, só posso desejar vida longa ao Rei. Comigo ele sempre foi espetacular e não gosto de ouvir alguém falar mal dele. O brasileiro julga e condena demais.
Obrigado por tudo, Pelé. Você divulgou e divulga o nome do Brasil nos quatro cantos do mundo. Seremos eternamente gratos por tudo o que fez. Parabéns, felicidades. Vida longa ao Rei Pelé!