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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Vida longa ao Rei Pelé e a Zagallo

Hoje é níver do Rei Pelé, 82 anos do maior jogador do planeta, inigualável, simplesmente o Rei do futebol


23/10/2022 04:00 - atualizado 23/10/2022 07:35

Inauguração da estátua de cera do Zagallo no Museu da Seleção Brasileira, no Rio de Janeiro
Inauguração da estátua de cera do Zagallo no Museu da Seleção Brasileira, no Rio de Janeiro (foto: LUCAS FIGUEIREDO/CBF)

Hoje é dia de celebrar a vida do maior jogador de todos os tempos, o Rei Pelé, que completa 82 anos. Na quinta-feira, no museu da CBF, o presidente, Ednaldo Rodrigues, que faz trabalho transparente e competente, homenageou Zagallo com uma estátua, que ficou espetacular.

Homenagem em vida é a melhor coisa. Minha mãe, que está lá no céu, dizia: "Quem quiser me dá flores, que me dê em vida, pois depois de morta, não terá sentido". É verdade. Todas as homenagens feitas em vida serão sempre bem-vindas. 

Zagallo é um patrimônio dos brasileiros e do futebol mundial. Único ser no planeta Terra e Bola tetracampeão de verdade. Como jogador em 1958 e 1962. Como técnico, em 1970 e como coordenador-técnico em 1994. Além do terceiro lugar na Copa de 1974, na Alemanha, e o vice-campeonato mundial em 1998, na França.

A história do mestre Zagallo se confunde com a da própria Seleção Brasileira. Não há como dissociar um do outro. Parabéns à CBF pela iniciativa. Lá estavam também o genial Carlos Alberto Parreira e Américo Faria, companheiros inseparáveis de Zagallo. 

Tive o privilégio de cobrir a Seleção com todos eles lá, e por muitos anos. Aprendi demais com todos. Sempre que Parreira vem a Miami, pois tem apartamento aqui também, ele vem aqui em casa jantar, com nosso amigo Arnaldo Cézar Coelho, e as recordações são muitas, com conversas sobre o futebol que não terminam nunca. Vida longa ao mestre Zagallo.

Hoje é níver do Rei Pelé, 82 anos do maior jogador do planeta, incomparável, inigualável, simplesmente o Rei do futebol. Tive várias passagens com Pelé ao longo da minha carreira.

A primeira delas, em 1994, na Copa dos Estados Unidos, quando a minha missão no jogo de abertura do Brasil era colar em Pelé, então comentarista da Globo. 

Fiquei na porta da entrada da imprensa desde cedo quando vi uma limousine branca se aproximar. O motorista abriu o vidro e perguntei se Pelé estava lá dentro. Ele balançou a cabeça negativamente, mas a porta traseira se abriu e de lá saiu o Rei. Colei nele, os seguranças nos cercaram, ele me abraçou e foi caminhando rumo à cabine da Globo, onde estava meu irmão Galvão Bueno. 

Fui fazendo perguntas e Pelé respondendo, sem tirar a mão do meu ombro, e os seguranças nos protegendo. Chegamos à cabine, fiz mais umas duas perguntas, cumprimentei Galvão, Arnaldo e Ciro José, e agradeci ao Rei. Missão dada, missão cumprida. A entrevista foi publicada nas páginas do Estado de Minas.

Outro fato marcante com o Rei Pelé foi em um amistoso no Kwait, em 2005. Parreira era o técnico da Seleção e ficamos num hotel à beira do Golfo Arábico - falei Golfo Pérsico e um guarda árabe me chamou atenção, dizendo que Golfo Pérsico era do outro lado, apontando para o Irã. 

Meu vizinho de quarto era simplesmente Pelé. Abri a porta para sair e dei de cara com o Rei, no corredor. O cumprimentei e ele, sempre solícito, me deu um abraço. À noite eu havia marcado um jantar com Galvão, no restaurante do hotel. Assim que cheguei, lá estava Pelé, sentado ao lado do meu padrinho de casamento. Sentei-me entre ele e Galvão e mais algumas pessoas na mesa. 

Fiquei impressionado com a gentileza de Pelé, que largou o prato de comida esfriando para tirar fotos com os filhos dos jogadores com quem ele tinha atuado no passado. Demorou uns 10 minutos tirando foto e dando autógrafos.

Depois, se sentou novamente e eu disse: "Rei, preciso fazer uma matéria com você para o nosso jornal Estado de Minas, você é mineiro de Três Corações". Ele disse: "Vamos fazer sim. Qual o seu voo de volta para Londres e em que classe você está?". 

Respondi o número do voo e que estava em classe executiva. Ele mandou o Pepe, assessor dele anotar, e disse que mandaria me buscar para a primeira classe. Do Kwait a Londres dá umas 5 horas e meia de voo. Para a minha surpresa, depois de duas horas da decolagem, veio Pepe com a aeromoça da British Airways me buscar. Ela disse: "Não é normal isso na British, mas, em consideração ao Pelé, o senhor pode vir para a primeira classe".

Cheguei lá, Pelé mandou que eu sentasse diante dos seus pés e, como um súdito, ouvi o CD que ele havia gravado. Depois de uns 15 minutos, começamos a entrevista, e ele me disse que seu filho Edinho só estava preso, na época, porque era filho do Pelé, pois nada fora provado contra ele. 

Disse também que o único país em que chegava e suas malas eram abertas era no Brasil, pois entrava em qualquer país do mundo até "sem passaporte" (uma força de expressão), por ser o Pelé. Fiz uma página com ele e o título da matéria foi "O brasileiro não valoriza seus ídolos". 

Antes disso tudo, no dia do jogo no Kwait, peguei carona na limousine com Pelé, o assessor Pepe e seu advogado. Nos corredores do estádio, o entrevistei sozinho, para a rádio Jovem Pan, ao vivo, pois naquela época, além do jornal, eu cobria a Seleção para a rádio paulista, sob o comando do grande Vanderley Nogueira. Foi um momento épico para mim e que jamais esqueci. Uma passagem que guardo no coração.

A outra vez em que estive com o Rei foi em São Paulo, com o meu cinegrafista da TV Alterosa, Leandro Neves, na inauguração de um projeto de Vanderlei Luxemburgo, no Jockey Clube de São Paulo. Eu me posicionei nas escadas, onde Pelé iria passar, e a imprensa toda lá dentro. 

Quando o Rei chegou, pedi para que me desse entrevista, e seu assessor, Pepe, disse que ele só falaria lá dentro em coletiva. Então apelei: "Rei, você me tirou da classe executiva, me pôs na primeira classe e não vai falar comigo aqui no nosso país?". Ele me olhou, veio em minha direção e disse: "Não posso deixar de te atender, senão você não fala bem de mim em Minas". E respondeu quatro ou cinco perguntas. Eu e Leandro Neves ficamos radiantes. 

Por tudo isso que contei aqui e por tudo o que Pelé representa para o futebol e para todos nós, só posso desejar vida longa ao Rei. Comigo ele sempre foi espetacular e não gosto de ouvir alguém falar mal dele. O brasileiro julga e condena demais. 

Obrigado por tudo, Pelé. Você divulgou e divulga o nome do Brasil nos quatro cantos do mundo. Seremos eternamente gratos por tudo o que fez. Parabéns, felicidades. Vida longa ao Rei Pelé!

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