Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Ganhar ou perder a Copa não mudará nada



Os jogadores têm um discurso pronto de que se ganharem a Copa do Mundo estarão dando uma grande alegria e melhorando a vida do povo brasileiro. Mentira! Isso não existe. Se ganhar ou perder, nada vai mudar. Continuaremos com mais de 30 milhões de pessoas vivendo na mais completa e absoluta miséria, desemprego na estratosfera e a corrupção imperando de norte a sul do país, como temos visto nas últimas décadas. A verdade é que o torcedor brasileiro se afastou da Seleção há algum tempo, principalmente pelo fracasso nas últimas edições de Copas do Mundo, pelo fato de o time brasileiro quase não jogar no nosso país e por causa dos impiedosos 7 a 1 da Alemanha. Lembram-se que depois desse vexame vários dos protagonistas estavam em seus iates, em praias europeias, se lixando para o povo? Pois é. Não se iludam com esse discurso. É tudo mentira!

Continuaremos jornalistas

Tem muita gente que diz que se o Brasil não ganhar a Copa do Mundo será ruim para os jornalistas. Outro engano medonho! Estamos trabalhando no jornalismo esportivo porque gostamos e não porque só nos resta isso. Eu, por exemplo, comecei a minha carreira na TV Globo, trabalhando na Geral, ou seja, fazia reportagem sobre tudo. Migrei para o futebol porque sempre foi a minha paixão, mas nada nos impede de fazermos jornalismo em qualquer área. Se o Brasil ganhar a Copa, ótimo, a gente fica feliz, sim. Nas três primeiras que cobri, o Brasil chegou nas três finais: 1994, 1998 e 2002, e ganhou duas. Ficamos bastante felizes, ainda mais que havia 24 anos que o time canarinho não ganhava um Mundial. Porém, se perdêssemos, isso não nos afetaria. A vida iria continuar do mesmo jeito, como continua até hoje. Os jogadores de hoje não estão nem aí para o povo e para a gente. E nós também não estamos nem aí para eles, exceto alguns “Pachecos”.





Lista contestada

É um direito da imprensa séria, aquela que questiona de verdade, contestar a lista apresentada por Tite para a Copa do Mundo do Catar. A caixa de e-mails da CBF ficou lotada de mensagens protestando contra a convocação de Daniel Alves, um cara que não joga há três meses, que estava treinando no time B do Barcelona. Eu vou além: não entendo a convocação de Martinelli, que fez apenas dois jogos pela seleção, e Thiago Silva, Alex Sandro, Fred, Danilo. Para mim, todos são fracos e não merecem vestir a camisa amarela. Tite sempre teve a sua “panela”. Foi assim na Rússia, quando levou Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto, Fágner, Tailson e Fred. Lembram-se? Alguns deles, machucados. Uma vergonha. Aí, quando ele olhou para o banco no jogo com a Bélgica não tinha ninguém de qualidade, e voltamos para casa mais cedo. Ele é o técnico e tem o direito de levar quem bem entender. E nós, como críticos, temos o direito de contestar também.

Abertura do Mundial

Neste momento em que vocês estão lendo esta coluna, ainda estou voando para o Catar, onde chego amanhã cedo, a tempo de cobrir a abertura da competição, no jogo entre Catar e Equador, às 19h, horário local. Como fiz na Copa da Rússia, cobrirei a Copa do Mundo e não somente a Seleção Brasileira. Assim, vocês terão mais informações durante o Mundial, de seleções variadas. É muito legal viver esse clima de Copa e não ficar preso a uma equipe apenas. Tenho um palpite de que Argentina e França farão a final do dia 18 de dezembro. Mas eu não desqualificaria Alemanha, Brasil, Holanda, Espanha e Inglaterra. Vocês me acompanharão durante esses 30 dias, aqui neste espaço e na minha coluna on-line, no meu Blog no Superesportes. No meu canal de YouTube e na Rádio Tupi, a maior audiência do rádio brasileiro. Não concordo com Tite e sua trupe, mas jamais deixarei de torcer pela seleção. Tite e os jogadores são apenas instrumentos momentâneos. Logo passarão e outros chegarão. E assim a vida vai caminhando. E se ganharem, não me venham com revanchismo. Isso não cabe nos dias atuais. Se perderem, nada mudará para todos nós. Vida que segue. “É apenas uma partida de futebol”, como diz o Skank.