DOHA – Há algum tempo, conversando com minha querida amiga e ícone da TV brasileira, Glória Maria, eu disse que a vida passava rápido demais. Imediatamente ela retrucou e falou: “passa rápido nada, olha quanta coisa nós já vivemos”. Lembrei disso agora, pois eu iria começar esse texto dizendo que os últimos quatro anos, depois da Copa da Rússia, em 2018, se passaram rapidamente. Balela. Olha quantas coisas aconteceram nesse período. No meu caso, por exemplo, mudei para os Estados Unidos, em 2016, com meu Green Card e da minha família, aprovados por habilidade extraordinária, e hoje, seis anos depois, já somos cidadãos americanos. Nesse período, tivemos dois presidentes da república, Michel Temer e Bolsonaro, e o recém-eleito, Lula. Infelizmente a guerra Rússia x Ucrânia está aí, e quantos personagens importantes partiram desse mundo. Tivemos uma pandemia terrível, que insiste em nos molestar, e como o mundo empobreceu nesse período e a população da terra chegou aos 8 bilhões de pessoas. Enfim, a Glória Maria tinha razão. A vida não é curta nada.
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Ganhar ou perder a Copa não mudará nadaUma Seleção e um técnico distantes do povo brasileiroCuca foi do céu ao inferno em quatro meses de AtléticoEUA e País de Gales empatam na estreia; Inglaterra lidera o grupoConforto, organização e união: impressões da Copa do CatarNa Copa dos trilhões, donos da casa estreiam com derrotaDito isso e, confesso, escrevendo essa coluna emocionado, vamos falar dessa Copa diferente, em novembro, por causa das altas temperaturas desse belíssimo país, pequeno, mas acolhedor. As seleções já estão todas aqui e as apostas são variadas. O Brasil, como em todos os Mundiais, aliás, a única seleção a participar de todos, é sempre um dos favoritos, assim como Alemanha, Argentina e Itália, que pela segunda Copa consecutiva, não consegue classificação. A França surgiu forte nos últimos tempos e a Espanha ganhou em 2010. Fala-se sempre em Holanda, Bélgica, Inglaterra, mas, até aqui, me perdoem, mas têm sido cavalos paraguaios. Quem poderia ganhar o Mundial sem ser uma dessas seleções citadas. Sinceramente, não acredito em zebra. Em 2018 ninguém imaginava uma final entre França e Croácia, mas aconteceu. Tenho um palpite há algum tempo. Aposto em França x Argentina, na final, com vitória dos Hermanos. Ninguém mais do que Messi merece levantar a taça. Um gênio. Para mim, depois de Pelé, o maior jogador que vi. E olha que vi gênios da bola, como Zico, Reinaldo, Ronaldo, Romário, Zidane, Platini, Beckembauer, Maradona, enfim, a lista é gigantesca.
Claro que quero ver o Brasil faturar o hexa, apesar de Tite, Daniel Alves, Thiago Silva e outros engodos. Não importa. Eles não são os donos do país. São apenas instrumentos momentâneos. Se não der para o Brasil, quero ver a minha seleção, dos Estados Unidos, na final, mas sei que isso é muito difícil de acontecer. Descartados meus dois países, confesso a vocês que torço pela Argentina. Se há alguém que merece ser campeão do mundo é Lionel Messi. Esse cara nos brindou com jogadas, dribles, tabelas e gols geniais. Duas décadas de muito talento, criatividade e genialidade. Tarimbado pelas oito Copas nas Costas, contando esta, 10 Copas Américas, sete Copas das Confederações, cinco Olimpíadas, 12 finais de Champions League e 279 coberturas internacionais, não tenho mais aquela paixão de torcedor. Do lado de cá, vejo a coisa de forma racional. Que Catar e Equador façam um grande jogo de abertura esta noite, aqui em Doha e que deem o pontapé inicial para um grande torneio onde a arte, o fair play, a tabela, o drible e o gol sobressaiam. É só isso que queremos ver. Não nos importa se a Copa deveria ser aqui ou não. Isso é passado. O presente é Doha, é agora. Boa Copa aos torcedores do bem e que o campeão seja a equipe que mais homenagear o público com um belo futebol. Somente assim o esporte bretão tem sentido. Vocês me acompanharão aqui neste espaço, na minha coluna on-line no EM, só para assinantes, no meu Blog no Superesportes, no meu canal do YouTube, nas minhas redes sociais e na Super Rádio Tupi, a maior audiência do rádio brasileiro. Junto com meus companheiros, João Vítor Marques e Marcos Paulo, direto aqui do Catar, contaremos as histórias deste Mundial. E na retaguarda, uma equipe de peso, comandada por Bruno Furtado, João Alberto, Kelen Cristina e muito mais. Se liguem nas plataformas e no nosso EM. Aqui tem conteúdo diferenciado. Boa Copa para todos nós!