Doha – A estreia com vitória sobre a Sérvia e o bom futebol apresentado no segundo tempo, principalmente por Vini Junior, melhor jogador brasileiro na atualidade, credenciam a Seleção Brasileira a conseguir hoje sua classificação antecipada, diante da Suíça. Sem Neymar, recuperando-se de uma contusão no tornozelo, há quem aposte que a equipe se comportará melhor, já que o provável substituto, Rodrygo, tem entrosamento perfeito com Vini, pois jogam juntos no Real Madrid.
Há quem diga que Neymar não fará falta e que o time joga melhor sem ele. Discordo. Com todos os problemas que Neymar causa, ele ainda é imprescindível, porém, a equipe já não depende tanto dele. Há outros jogadores em acensão, que já mostraram competência e qualidade. Neymar era nosso único craque, mas Vini Junior já chegou a essa condição. Mesmo sendo Benzema o melhor jogador do mundo, o brasileiro atualmente é o melhor que atua na Europa.
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Jovens talentos podem salvar Tite nesta Copa e levar o Brasil longeBastidores da Copa: euforia nunca é bomBastidores da Copa do Catar: o alto-astral dos voluntáriosVejo pseudos-democratas metendo o pau nele, gente da imprensa que parece odiá-lo. Eu não julgo Neymar por seus atos pessoais. Analiso-o em campo e até agora, em três Copas do Mundo, anda devendo o futebol que o consagrou. Em 2014, o jogador Zuñiga, da Colômbia, o tirou da Copa. Em 2018, ele foi aquele vexame com o cai-cai. Agora estreou e sofreu uma pancada no tornozelo, que o tirou do jogo de hoje, e, muito provavelmente, da partida contra Camarões. Porém, eu torço muito para que ele se recupere e brilhe.
A Copa precisa dos grandes jogadores, pois somente assim ela poderá nos proporcionar espetáculos. Ao contrário de boa parte do povo brasileiro, eu não torci contra a Argentina. Torci por Messi, pois depois de mais de duas décadas nos proporcionando o que há de melhor no futebol, a Copa não poderia ficar sem ele. Quero ver os grandes jogos e não equipes pequenas passando de fase. Copa do Mundo é para os grandes, para quem realmente tem condições de ganhar.
Normalmente, as melhores partidas acontecem a partir das quartas de final, com uma ou outra equipe de menor porte. Torço também para a Alemanha ficar. É gigante do futebol mundial. Sei que o “brasileiro” quer sempre levar vantagem e torce para só pegar “galinha morta”. Porém, uma hora vai ter que se defrontar com um grande, e aí volta pra casa mais cedo. Quanto mais equipes qualificadas enfrentarmos, melhor. Só assim poderemos medir em que estágio estamos realmente.
Já não sei dizer se o jogo de hoje será tranquilo ou não. Esperava muito da Sérvia e ela foi uma decepção, com futebol de retranca e pouquíssima qualidade. A Suíça nos deu trabalho nas últimas vezes e vai querer garantir uma das vagas hoje. Assim como o Brasil, tem três pontos, mas perde no saldo de gols. Que o Brasil seja competente e jogue bem os dois tempos, pois, na estreia, foi mal na primeira etapa e deslanchou na fase final.
E, para fechar, eu não falei da contusão de Danilo. Torço para que se recupere também, mas é um jogador muito fraco. E, por coerência, Tite tem que escalar Daniel Alves, já que disse que o convocou pela força física e técnica. Se ele improvisar Militão, será o atestado de que trouxe Alves aqui para passear. Seria incoerente demais.
Não gosto do futebol de nenhum deles, mas improvisar Militão no segundo jogo da Copa é de lascar! Tite é incoerente há tempos. Não tem esquema de jogo e está sendo salvo pela garotada, que pediu passagem e ganhou terreno. Com tudo isso, espero uma grande vitória esta noite (tarde no Brasil). A França foi a primeira seleção a avançar às oitavas de final e confirma, até aqui, o que se espera dela. Um time forte, coeso e muito bem treinado. Vamos, Brasil, pra cima deles. Quem tem medo de seleção forte realmente não está preparado para ganhar o Mundial.
DEMISSÃO
Dirigentes do Flamengo alegam que a demissão de Dorival Júnior teve a ver com a péssima performance no Brasileiro, após a conquista da Libertadores e Copa do Brasil, e pela falta de variação de esquema de jogo, coisa que, segundo a diretoria rubro-negra, o português Vitor Pereira tem de sobra. Uma coisa é verdade: os técnicos brasileiros são preguiçosos e não conhecem muito de esquema de jogo e parte tática. Não acho que seja o caso de Dorival, que, para mim, foi covardemente demitido. Mas é preciso que os treinadores brasileiros se reciclem e vejam o futebol sob a ótica dos europeus, que estão anos-luz à nossa frente.