A Holanda foi três vezes vice-campeã do mundo, com times fantásticos, o último deles em 2010, na África do Sul. Já o futebol norte-americano cresceu muito.
Eu, como cidadão americano, que vivo lá há seis anos, acompanho de perto essa evolução. E lembro-me muito bem da primeira Copa que cobri in loco, em 1994, justamente lá, como eles deram trabalho para o Brasil, que venceu por 1 a 0, gol de Bebeto, em Palo Alto. Aquele time tinha o ídolo, Alex Lalas, como o grande nome.
Os Estados Unidos pressionavam, mas, foi a Holanda quem marcou. Jogada rápida pela direita, cruzamento e Depay, livre, na entrada da área, fuzilou. Holanda 1 a 0. Um erro de marcação crasso.
Com certeza até lá, o futebol norte-americano irá evoluir ainda mais, para quem sabe, tentar avançar à uma semifinal, por exemplo. O futebol está nivelado por baixo, no mundo, e uma seleção aplicada, bem armada e com o técnico competente, pode sim ir longe.
Se analisarmos bem, os Estados Unidos jogaram um primeiro tempo melhor, mas foram castigados pelo segundo gol, marcado por Blind, em jogada semelhante ao primeiro gol. Blind recebeu o cruzamento da direita, e fuzilou da marca do pênalti. 2 a 0 e fim da primeira etapa.
Os Estados Unidos não fizeram retranca e atacaram do começo ao fim. Meckennie recebeu na entrada da área e chutou forte, por cima do gol. Depay fuzilou da entrada da área. Turner fez excepcional defesa. Wright recebeu um presente da defesa holandesa, ficou livre, pela direita, mas tirou demais e perdeu o ângulo. Quando chutou, Dumfries salvou quase em cima da linha. No lance seguinte, porém, os Estados Unidos marcaram. Cruzamento da direita feito por Pulisic, Wright toca de calcanhar e faz um golaço. 2 a 1.
O jogo ficou quente e a torcida americana começou a acreditar no empate. 44.846 pagantes estiveram no Khalifa International Stadium. Mas a Holanda não queria ver zebra por perto. Dumfries recebeu o cruzamento da esquerda e, sozinho, tocou para o fundo do gol, sem chances para o goleiro americano. Holanda 3 a 1, e um balde de água fria na tentativa de recuperação norte-americana.
A gente sabe da força holandesa e da qualidade do futebol dos países-baixos, mas os Estados Unidos jogaram de igual para igual, querendo vencer, criando inúmeras situações. O povo norte-americano pode se orgulhar de sua seleção, e criar uma boa expectativa para a Copa do Mundo de 2026. Eu fiquei orgulhoso com o que vi.
Rei Pelé
Estou ficando velho e muito emotivo. Sou grato ao Rei por tudo o que ele fez pelo Brasil, e pelas três entrevistas exclusivas que me deu. Jamais esquecerei. Que Deus o mantenha vivo, lúcido e sem sofrimento. Vida Longa ao Rei.