Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI CARVALHO

Arbitragem ruim, Marrocos e ídolos: bastidores da Copa, direto do Catar



Wilton Pereira Sampaio apitou o jogo Inglaterra x França, vencido pelos franceses, e cometeu as trapalhadas que nos acostumamos a ver no Brasil. Deixou de marcar falta no inglês Saka, no lance que originou o primeiro gol francês. Não deu um pênalti em Kane, apesar de ter marcado um em Saka, e outro em Mount, este chamado pelo VAR. Foi na cara dele, e ele ignorou.



Por isso, os ingleses invadiram as páginas dele e o chamaram de "trapaceiro". Eu avisei que a arbitragem brasileira era a pior do mundo, e escalar Raphael Claus e Sampaio para apitar no Mundial, foi um erro.

Se um deles sonha em apitar a final, podem tirar o "cavalinho da chuva". Argentinos e franceses jamais aceitariam. A CBF precisa mudar o comando da arbitragem brasileira e elevar seu nível.  

Valderrama e Grafite


A vantagem de estarmos trabalhando na tribuna de imprensa é que ficamos lado a lado com ídolos do passado. Ontem eu encontrei, conversei e tirei foto com Valderrama, aquele de cabelo esvoaçado, que agora está branquinho. Sorridente, nos atendeu muito bem, e pude relembrar com ele o saudoso Rincón, da Seleção Colombiana.

Outro que tenho o prazer de conviver é com o nosso Grafite, a quem cobri na Copa de 2010, na África do Sul, pela Seleção Brasileira. Grafite é muito humilde, diz que aprende conosco, mas está brilhando no Sport TV, com comentários pertinentes.



Ontem, batemos um papo e fiz uma tabelinha com ele no meu Instagram. Graffa é gente da melhor qualidade, sempre engajado nas causas sociais. 

Explosão africana


Assim que terminou Marrocos 1 x 0 Portugal, houve uma explosão de alegria dos africanos, na sala de imprensa, pois, pela primeira vez na história, uma equipe desse continente chega à semifinal de uma Copa do Mundo.

Vi também muita gente lamentando a eliminação de Portugal, por causa do gênio Cristiano Ronaldo. Copa do Mundo é isso. O Media Center vira uma torre de babel, e a confraternização é grande.

No Al Byat Stadium aquele qie mais parece uma tenda árabe, havia uma multidão de jornalistas para França x Inglaterra, e deu até confusão na tribuna de imprensa, por falta de lugar. É preciso se inscrever para os jogos com pelo menos dois dias de antecedência, ainda mais agora, fases semifinal e final. Só a credencial não garante acesso aos jogos.

Horário terrível


Os jogos no Al Byat Stadium começam normalmente às 22h daqui, o que implica dizer, que o nosso trabalho vai até as 3 da manhã. Os jogos terminam por volta de meia-noite, e a gente ainda tem que escrever, gravar, e, quando possível, ir à zona mista e salas de conferência.



Quando os times vencem ou perdem em jogos eliminatórios, jogadores e técnicos demoram a aparecer. Depois, pegamos um ônibus para o IBC, que fica a 1 hora do estádio. O Al Byat fica fora de Doha, bem longe. E quando chegamos ao IBC, se for depois das 3 da manha, somente Uber pode nos salvar, se for até as 3h, o metrô ainda funciona.

Para quem acha que Copa do Mundo é só glamour, se engana. Temos dormido em média 4 horas por dia. O fuso de 6 horas pra frente, nos faz ficar acordados até tarde, mesmo em dias sem jogos, pois a redação funciona no horário de Brasília.

Partidas e chegadas


O momento triste da Copa do Mundo é quando as seleções vão se despedindo, eliminadas, e seus torcedores vão partindo. Os mexicanos são sempre animados, em qualquer Copa. Os brasileiros, nem se fala, alegria pura. Mas, as torcidas mais barulhentas acabaram ficando para as semifinais: argentinos e marroquinos.

Se houver uma final entre eles, o Lusail Stadium ficará pequeno demais, e temo até por brigas. Os marroquinos têm o sangue quente e os argentinos a gente já conhece.

Uns partem, outros chegam. Mesmo sem torcer para os países que estão nas semifinais, vários brasileiros estão chegando por aqui. Compraram ingressos para essas fases e para a final, acreditando no Brasil. Vida que segue.

O importante é a confraternização de povos, torcedores, e que vença o melhor. A Copa do Mundo é uma competição para unir povos.