Doha – Argentina e Croácia decidem hoje quem irá para a finalíssima da Copa do Mundo do Catar, para mim, a melhor que já cobri, sob todos os aspectos. De um lado, um “ET” chamado Lionel Messi, um cara que nos brinda, há duas décadas, com futebol de primeiríssima linha, com toques, tabelas, dribles e gols. Um gênio, por quem torcerei para que feche com chave de diamante a sua maravilhosa carreira. Sei que há outros grandes craques do passado que não ganharam o Mundial, mas isso não lhes tira o brilho, como não tirará de Messi, caso fracasse. A história vai sempre falar dele com carinho, amor e respeito. Assim como de Modric, outro cracaço, este dentro e fora de campo. Sim, o croata Modric reserva parte do seu salário no Real Madrid para comprar próteses mecânicas para doar à sua gente, mutilada pela guerra na antiga Iugoslávia. Um ser desses é muito iluminado. Além de ser um jogador genial, presente em todos os setores do campo, que pôs Neymar e cia no bolso, no jogo em que nos eliminaram. Se for ele o finalista, pela segunda vez consecutiva, também ficarei feliz. Será que França e Croácia repetirão a final de 2018?
Falando especificamente do jogo, quero alertar que a Argentina não ganhou antecipadamente. Vejo o conjunto croata melhor, embora seu ataque, sem Mandzukic, que se aposentou, não seja o mesmo do passado. Mas é uma equipe muito forte. Não achem que a Argentina já passou, pois terá, na verdade, um jogo dificílimo. Modric sabe ditar o ritmo de uma partida. Messi cresceu de produção, principalmente no jogo com a Holanda, quando foi decisivo. Fez aquilo que se espera de um craque. Mas a Croácia vai tentar encaixotar os hermanos, como fez contra o Brasil. Dominando o meio-campo, ela é soberana e poderá arrastar a partida para a prorrogação ou, quem sabe, num lance de sorte, vencer no finalzinho do tempo normal. Em 2018, se enfrentaram na primeira fase e deu Croácia, 3 a 0. O time croata está envelhecido, dizem alguns. Eu diria, mais experiente.
A Argentina apostou no técnico Lionel Scaloni, ex- lateral-direito da seleção de seu país. Novo, amigo dos jogadores, que discute com eles a melhor forma de jogar. Tem o respaldo dos torcedores e sabe muito bem montar um esquema vencedor. Fez isso contra o Brasil, na final da Copa América, no Maracanã, em 2021, quando os argentinos ganharam a taça em cima de Tite. Do outro lado, Zlatko Dalic, um técnico respeitado, vice-campeão do mundo, que, junto com Modric, arma esquemas perfeitos, mesmo diante de equipes teoricamente mais poderosas. Scaloni e Dalic vão mostrar no Lusail, palco da final de domingo, o que realmente pretendem. Será que vão nos proporcionar um jogo de tirar o fôlego ou vão se arrastar para uma possível prorrogação e disputa de penalidades. Pelo bem do futebol, que Modric e Messi brilhem e deem espetáculo. Numa Copa tecnicamente fraca, eles poderiam salvar a competição, fazendo o jogo do ano.
Tite
Rico e desempregado, Tite sonhava com sua contratação pelo Arsenal, pois Edu Gaspar, seu ex-patrão na CBF, é o diretor lá. Porém, Mikel Arteta faz um belo trabalho na Premier League e não há como ser mandado embora. Além disso, Tite não fala inglês e, mal, mal, fala o “Titês”. Espero que ele e seus “externos” sumam do futebol brasileiro e nunca mais apareçam. Além de jogar o Galo para a Segunda Divisão, Tite protagonizou o vexame de nos eliminar duas vezes em Copas do Mundo, nas quartas de final, e por duas seleções de segunda linha, Bélgica e Croácia. Como eu nunca acreditei nesse cara, não me surpreendi com a eliminação e não fiquei com pena dele. Arrogante e dissimulado, ele e seus jogadores estavam guardando munição para atacar a imprensa séria, caso fossem campeões. Porém, os deuses do futebol não permitiram que uma equipe mal comandada e mal treinada alcançasse esse objetivo. Tite, faça-nos o favor. Se aposente ou suma do futebol brasileiro. Você faz muito mal ao esporte bretão.
Baba-ovos
Alguns aqui da imprensa, que babavam o ovo em Tite, publicaram manifestos agradecendo ao treinador e dizendo que os jogadores foram guerreiros. Guerreiros fracassados, mascarados, que não jogaram absolutamente nada. Sabemos que 2026 é logo ali e que temos uma geração promissora. Porém, como escrevi na coluna de domingo, não é sobre perder ou ganhar, vai muito além disso. Aliás, quero agradecer as milhares de mensagens elogiando minha coluna, em nome da dona Nazaré Teixeira da Costa, que me enviou mensagem, me parabenizando. É isso que ainda me motiva a trabalhar com o futebol e a ter lenha para queimar.