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Estado de Minas Jaeci Carvalho

Viva o bailarino Joãozinho e sua geração de craques

"Em seu nome, e também de Nelinho, Dirceu Lopes, Reinaldo, Cerezo, Éder, Luizinho e tantos outros craques, eu só posso agradecer"


18/02/2023 04:00

 

 Quarta-feira foi aniversário de um dos maiores jogadores que vi atuar. Joãozinho, “O Bailarino”, como foi batizado, por seus dribles, jogadas, gingas, tabelas e gols. Quando se fala em Joãozinho, logo me vem à memória aquele gol contra o Internacional, em que ele driblou quase meio time e pôs a bola no barbante. Craque, gênio, que prazer era vê-lo jogar. Imaginem esse gênio atuando hoje? Nenhum clube teria dinheiro para pagar o que ele valia. A geração “nutella”, que faz questão de não reconhecer os craques do passado, não sabe o que perde. E olha que o Bailarino não foi a nenhuma Copa do Mundo. Teve uma fratura na perna, em 1982, e ficou fora daquela mágica Seleção. Aliás, ter Joãozinho e Éder no mesmo time seria um privilégio para poucos. Dois grandes pontas-esquerdas, dois gênios da bola. Que me perdoe até Ronaldinho Gaúcho, mas a habilidade de Joãozinho com a bola nos pés superava o “Bruxo”.

 

Joãozinho mora aqui nos Estados Unidos, mas está em BH, onde comemorou seu níver. Reunir no mesmo time Joãozinho, Dirceu Lopes, Nelinho, Raul, todos cracaços de bola, foi um privilégio do Cruzeiro Esporte Clube, esse gigante das Minas Gerais. De lá    pra cá, outros grandes jogadores vestiram o manto azul, mas a verdade é que a geração foi empobrecendo e hoje o que temos é um futebol brasileiro sem nenhum craque. Dizer que o uruguaio Arrascaeta é craque é uma “heresia”. Falar que Gabigol é craque é um absurdo. São excelentes jogadores, mas ficamos só nesse adjetivo. Tínhamos um projeto de craque chamado Neymar, que não vingou. Aliás, minto, vingou, sim, nas redes sociais ou nas mesas de pôquer, como a que ele frequentou após a derrota para o Bayern de Munique, pela Champions League, terça-feira. Sobre esse cidadão eu vou me abster de falar. A maior decepção da torcida brasileira nos últimos tempos, que sempre esteve aquém do que dele se esperava.

 

Voltando aos bons e velhos tempos do nosso futebol, décadas de 1960, 1970, 1980, Minas Gerais teve o privilégio de ver Reinaldo, Cerezo, Luizinho, Dirceu Lopes, Nelinho, Joãozinho e tantos outros craques que frequentavam o gramado do Mineirão na nossa época de ouro. Eu sou fã desses caras, e todos são meus amigos e ídolos. Sim, para quem não sabe, sou saudosista porque vi o que tivemos de melhor. No Rio, Zico, Adílio, Rivelino, na época em que o “Bigode” jogava no Fluminense. Ademir da Guia, Careca, o saudoso Dener. Nossa Senhora! Eram muitos os craques e de gerações diferentes. Hoje, a gente olha os estádios lotados, jogos com mais de 40 faltas, muita marcação e pouca inspiração, nenhum craque e muita marra. Os caras são os reis das redes sociais. Nesse campo eles jogam um bolão, pois, como disse o escritor e poeta Umberto Eco, “a internet deu voz a uma legião de imbecis”. E são esses que enaltecem Neymar e cia. Pobre futebol brasileiro!

 

Meu caro Joãozinho, parabéns pelo aniversário, saúde e vida longa. Em seu nome, e também de Nelinho, Dirceu Lopes, Reinaldo, Cerezo, Éder, Luizinho e tantos outros craques, eu só posso agradecer. 

 

E sugiro aos “nutellas” que vejam vídeos, jogadas e gols desses gênios da bola, para entender por que a minha geração os idolatra tanto. Esses caras, simples, que não estão milionários, mas deram aula de futebol, de genialidade, de como se jogava o verdadeiro futebol. Não trocariam suas épocas por dinheiro nenhum do mundo. Perguntem a eles. Eu fiz essa pergunta a Dirceu Lopes e ele me disse: “Eu joguei na melhor época do futebol brasileiro, com os grandes gênios da bola. Não trocaria minha vida no futebol por dinheiro nenhum desse mundo”. E ele está certo. Esses gênios da bola fizeram história e estão em nossas memórias e corações. Vida longa a todos eles e o nosso muito obrigado por tudo. Se minha geração ama o futebol, deve única e exclusivamente aos gênios da bola do passado.


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