Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Sem o Mineirão, ou "Toca 3", Cruzeiro correrá risco de cair

Tenho recebido milhares de mensagens de cruzeirenses pedindo para que a gente interceda para o time azul mandar seus jogos nesta temporada no Mineirão, a “Toca 3”, como a torcida batizou.

Já gravei três vídeos para meu Blog no Superesportes e meu canal de YouTube pedindo a intervenção do governador do estado no sentido de fazer uma reunião com Ronaldo Fenômeno, dono do clube, e a Minas Arena, para encontrar uma solução que seja boa para as três partes.





Ou então que o governo do estado pague a multa rescisória à Minas Arena, entregue o Gigante da Pampulha para o Cruzeiro, quem sabe em regime de comodato, e que cobre uma taxa mensal ou anual, por exemplo. São sugestões.

O que não pode é o Cruzeiro jogar em Cariacica, Mané Garrincha e não ter a sua casa própria. E, até que construa seu estádio, o Mineirão tem que ser mantido como sua casa. Ali ele fez uma campanha belíssima na Série B, ganhando o título com os pés nas costas na temporada passada. Não fossem as 60 mil vozes empurrando o time e o acesso não teria acontecido. A torcida azul é fantástica!
 

Não iludo ninguém. Sem o Mineirão e sua gigantesca torcida, temo por uma campanha ruim na elite e uma volta à Série B, o que seria desastroso para a administração do Fenômeno.

O torcedor não aceitará isso de maneira nenhuma. Por isso, faço o apelo em nome dos 9 milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo para que haja uma reunião a tempo de informar aos torcedores que o time com mais taças importantes na história das Minas Gerais vai voltar a jogar na sua casa, pelo menos até que construa um estádio próprio.



Eu sou contra. Acho que tem de haver um acordo e o Mineirão ficar definitivamente com o clube azul. Ali ele conquistou seus títulos mais importantes e não pode abrir mão de jogar para 60 mil pessoas, ao invés de 20 mil, caso do Independência.

Entendo a posição de Ronaldo, pois o ex-presidente atleticano e maior vencedor Alexandre Kalil também levou o Galo para o Independência e conquistou Copa do Brasil e a Libertadores. Mesmo sendo a final da competição sul-americana, no Mineirão, ele não aguentava as taxas exorbitantes e desistiu.

No Independência, o Galo foi quase imbatível e virou jogos impossíveis. Claro que o time tinha R10, Tardelli e outros grandes jogadores, mas o “chiqueirinho”, batizado pela torcida, foi o grande diferencial.

No caso do Cruzeiro, que tem um time na conta do chá e que vai precisar contratar para fazer uma campanha digna no Brasileiro e na Copa do Brasil, é diferente. Jogar ali pode ser mortal e significar uma volta ao “inferno” da Série B.



No Mineirão, não tenho a menor dúvida de que, se contratar alguns bons jogadores, fará campanha digna da sua grandeza e estará entre os melhores da competição. Não esperem título neste momento de volta, mas é possível, sim, com contratações pontuais, ficar do quinto ao décimo segundo lugares.

Sem o Mineirão e sem contratações, temo pelo pior. Estou avisando desde o começo do ano e o Brasileirão começará em meados de abril. Há tempo hábil para que os homens se sentem à mesa e arranjem uma solução.

O Mineirão foi criado para abrigar jogos de futebol. Shows são sempre bem-vindos, mas esporadicamente. É inadmissível termos o Gigante da Pampulha e abrir mão dele. Uma solução tem que ser encontrada.

A torcida exige, pois o Cruzeiro é um patrimônio das Minas Gerais, o maior ganhador de taças nacionais e internacionais do estado, com seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros e duas Libertadores, sem contar Supercopa, Recopa e outras competições menos importantes.



Fica então aqui o registro das mensagens que tenho recebido e a esperança de que busquem uma solução. Como muito bem canta a torcida azul: “Ah há, uh hu, o Mineirão é nosso!”


Parceiro
 
Já sugeri a Ronaldo Fenômeno que ele busque um parceiro no mercado e venda 20% de suas ações para que o sócio injete grana e contrate jogadores para esta temporada. Ainda assim, o Fenômeno ficaria com 70% das ações do clube, o parceiro com 20% e o Cruzeiro com 10%.

Continuaria majoritário e entraria grana para contratações e para a montagem de um time forte. Sem isso, meus amigos, nada feito, a não ser que Ronaldo meta a mão no bolso e despeje, por exemplo, R$ 100 milhões para contratações.

Como não acredito nisso, fica a sugestão para que ela venda 20% de sua parte e com isso possa contratar jogadores de nível. Os outros clubes estão se movimentando em contratações, e o tempo vai ficando estreito. Fenômeno, meu amigo, meu irmão, me ouça e não hesite em buscar um parceiro.

O Cruzeiro ganhará, você ganhará e, acima de tudo, a China Azul ficará feliz.