Jornal Estado de Minas

coluna do jaeci

O Mineirão foi fundado e erguido, em 1965 para ser palco de futebol

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Vou insistir no tema Mineirão. Sim, pois o Gigante da Pampulha, erguido em 5 de setembro de 1965, foi construído para abrigar jogos de futebol, e, eventualmente, shows, como acontece nos grandes estádios pelo mundo. Porém, as coisas se inverteram, depois que o Estádio Magalhães Pinto foi reconstruído para a Copa do Mundo. A empresa Minas Arena fez uma parceria com o estado e hoje é quem comanda o espetáculo, tirando o futebol de lá. Não quero entrar no mérito de quem está certo ou errado. Se a empresa é a atual dona, ela cobra aquilo que acha conveniente e paga quem quiser.



Ronaldo não topou pagar, assim como o mais vencedor presidente da história do Atlético, Alexandre Kalil, em 2011, que tirou o Galo do Mineirão e o levou para o Independência, transformando o pequeno estádio, batizado na época de “Chiqueirinho”, num caldeirão, onde o seu time foi quase imbatível. Kalil não suportou pagar as altas taxas cobradas pelo estádio.

E, no Independência, o Galo ganhou uma Copa do Brasil e uma Libertadores. A final da competição sul-americana só foi no Mineirão porque a Conmebol não deixou que fosse decidida no Independência. Mas, no seu caldeirão, o Galo virou jogos impossíveis! Kalil é visionário, como foi seu pai, doutor Elias Kalil, que foi o maior presidente da história do clube, formando aquele esquadrão da década de 1980, comandado por Reinaldo e cia.

O Cruzeiro teve uma das maiores médias de público no Mineirão, em 2022. Mais de 50 mil pagantes por jogo. Houve partidas com mais de 60 mil vozes, empurrando o time de volta à elite. Aliás, é sempre bom lembrar que, no Brasil, apenas Flamengo, Santos e São Paulo jamais caíram. Os demais amargaram a Série B e nenhum pode falar do outro. O Palmeiras caiu duas vezes, Botafogo, três; Grêmio, três; Corinthians, uma; Internacional, uma; Vasco, quatro, e por aí vai.



O Cruzeiro caiu uma única vez, assim como o Atlético Mineiro, mas ficou lá por três anos e isso os rivais não perdoam. Vale a brincadeira sadia, sem violência ou agressão. Já escrevi e gravei para o meu Blog no Superesportes: se o Cruzeiro não tiver o Mineirão e sua gigantesca torcida nos jogos do Brasileirão, o risco de queda será grande. Com um bom time – é preciso contratar urgentemente –, e o torcedor ao seu lado, o time azul é muito forte no Mineirão.

Tenho feito um apelo ao governador atual, a quem não conheço pessoalmente, para cuidar com mais carinho dessa questão e se reunir com Ronaldo e Minas Arena para uma solução. Já recebi em jantar, na minha casa, quatro ex-governadores, em 2014, e todos sempre apoiaram o Mineirão como casa de jogos de futebol. O respeito a Atlético e Cruzeiro, que sempre jogaram ali, sempre existiu. Vale lembrar que o Cruzeiro tem seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros e duas Libertadores e divulga o nome das Minas Gerais para o Brasil e para o mundo, como o maior ganhador de taças importantes para o estado. Deveria, portanto, ter uma atenção especial nesse caso.

Não me importa se a agenda de shows está completa para este ano no Mineirão. Ali pode ter show, sim, mas, eventualmente. É palco de futebol e disso o governo do estado não deveria abrir mão. Tratem o Cruzeiro com o respeito que ele merece, pois sua história de grandeza e tradição representa Minas Gerais. Sugeri que o governo pague a multa rescisória à concessionária Minas Arena, dê o Mineirão para o Cruzeiro administrar e combine com ele um regime de comodato.



O Maracanã é gerido por Flamengo e Fluminense, que colocam mais de 50 mil torcedores por jogo, têm lucros e estão satisfeitos. Por que o Mineirão não pode ser gerido pelo Cruzeiro? O Atlético terá em breve a sua belíssima casa própria e não vai precisar mais do Gigante da Pampulha. Ainda é preciso lembrar que a Pampulha é perto de tudo e os torcedores se acostumaram a ver jogos ali. Quem pagou o programa sócio-torcedor, quem tem camarote, quem privilegia o Cruzeiro quer ver seu clube jogar no Mineirão.

Sugiro que os 9 milhões de cruzeirenses façam um apelo ao governador e organizem protestos, pacíficos e ordeiros, pedindo que seu clube possa gerir o estádio. Até que me provem o contrário, o Mineirão deve servir para jogos de futebol, e, como escrevi acima, eventualmente, para shows. É assim que deve ser. Vamos ver se o governador terá sensibilidade para entender isso e chamar Ronaldo e Minas Arena para chegar a um acordo. O Cruzeiro sem o Mineirão correrá sérios riscos de volta ao “inferno”, conhecido como Série B.

FLAMENGO


Vaidade de Marcos Braz, que virou político, ineficiência de Rodolfo Landim, que parece não ter o comando do clube, transformaram o Flamengo numa nau sem rumo. Um péssimo treinador, que mais parece Paulo Souza, um time mal treinado, com jogadores se achando acima do bem e do mal. A covardia feita com Dorival Júnior, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, que ficou sabendo de sua inexplicável demissão via imprensa, e a má gestão atual vão fazer com que o rubro-negro passe em branco nesta temporada. Vender João Gomes por R$ 100 milhões e repatriar o fraco Gérson por R$ 80 milhões foi de uma incompetência extrema.

Os dirigentes precisam entender que não são donos dos clubes e que apenas estão no cargo. Os donos dos clubes são os torcedores, razão de ser da existência do time. Por isso, é fundamental que os clubes virem empresa, em sua totalidade. Assim, vão transformar os presidentes em figuras decorativas, sem nenhuma expressão, que é o que a maioria merece. Fora Marcos Bráz e Vítor Pereira.