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Estado de Minas coluna do jaeci

Freguesia para os africanos

Hoje, ninguém mais nos respeita e o orgulho que ainda temos é que somos os únicos pentacampeões, até quando eu não sei!


27/03/2023 04:00

Na primeira partida após o fiasco da Copa do Mundo do Catar, Seleção Brasileira, do interino Ramon Menezes, é derrotada pelo Marrocos por 2 a 1
Na primeira partida após o fiasco da Copa do Mundo do Catar, Seleção Brasileira, do interino Ramon Menezes, é derrotada pelo Marrocos por 2 a 1 (foto: Fadel Senna / AFP)

Em pouco mais de quatro meses, o Brasil, que jamais havia perdido para uma seleção africana, foi derrotado duas vezes. Na Copa do Mundo do Catar, o time do medíocre Tite levou a pior contra Camarões, por 1 a 0, nos fazendo passar vergonha. Sábado, foi a vez do Marrocos, quarto colocado no Mundial, nos meter 2 a 1. Será que essa “freguesia” vai virar moda? Tudo é possível em se tratando de Seleção Brasileira, pois os técnicos retranqueiros acabaram com o nosso futebol. Hoje, ninguém mais nos respeita e o orgulho que ainda temos é que somos os únicos pentacampeões, até quando eu não sei! Não vou aqui imputar a Ramon Menezes a culpa pela derrota para os marroquinos. Longe disso. Ele está no cargo como uma espécie de quebra-galho e não vi o presidente da CBF, em momento algum, insinuar que ele poderia ser mantido. A busca incessante por um técnico estrangeiro é prioridade e a bola da vez é mesmo Carlo Ancelotti, do Real Madrid, que declarou, semana passada, que por ele ficaria no clube merengue para o resto da vida.

Estamos começando praticamente do zero, já que fracassamos nas últimas cinco edições de Mundiais e nossa última grande geração se despediu em 2006. Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, Cafu, Rivaldo e outros que fizeram história com a amarelinha se aposentaram. Zagallo e Parreira, duas grandes legendas como treinadores, já não estão mais na ativa. Aliás, aos dois, as minhas homenagens. Zagallo deveria ter uma estátua em cada estado brasileiro, tamanha a sua representatividade. Ainda bem que está recebendo homenagens em vida, o que é importante. O único no Planeta Bola a ganhar quatro títulos mundiais, dois como jogador, um como técnico e outro como coordenador técnico. Seu “Zé”, como carinhosamente o chamo, sabe muito e tem um amor verdadeiro pela camisa amarela. É um apaixonado, um entusiasta. Seus olhos brilham quando fala da Seleção Brasileira, pois sua história se confunde com a da nossa equipe. Parreira é outro craque, além de “gentleman”. E uma curiosidade: somente a família Havelange e Teixeira ganhou a Copa do Mundo. João Havelange, em 1958, 1962 e 1970. Ricardo Teixeira, em 1994 e 2002. Nenhum outro dirigente conseguiu tal feito. No Brasil, fizeram tudo para sujar a imagem de João Havelange, uma pena.

Felipão foi o último técnico campeão do mundo, mas também o único a protagonizar o maior vexame de nossa história, que foi aqueles 7 a 1 que os alemães nos aplicaram, no Mineirão, na Copa do Mundo que realizamos. E olha que eles tiraram o pé, pois tinha caixa para 12. Isso nunca mais sairá do currículo de Felipão, que é um vencedor, mas que tem derrotas históricas, como essa e a final da Eurocopa, com Portugal, em casa, para a Grécia, em 2004. Depois de Felipão, tivemos só técnico gaúchos, Dunga, Mano Menezes, Dunga, outra vez, e o péssimo Tite. Técnico de patota, de privilégios a Neymar, Daniel Alves e Thiago Silva. Foram seis anos jogados no lixo, e ele não teve nem a decência de consolar sua trupe em campo após a derrota para a Croácia. Foi o primeiro a abandonar o barco, um péssimo exemplo de ser humano e técnico.

Temos uma geração de alguns bons jogadores e um craque, Vinícius Júnior, que se bem trabalhados, poderão dar resultados a médio prazo. Não acredito em conquista de taça em 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá, que sediarão o Mundial em conjunto. Mas quem sabe em 2030 essa geração esteja no ponto e madura para tal. Vai depender muito de quem será o nosso treinador, suas propostas de jogo e convocações. Ramon, pelo menos, convocou vários jogadores que atuam no Brasil, mostrando que não faz conchavo com empresários. Convocou o que achou de melhor e ponto.

Técnico brasileiro, só vejo um, no momento, capaz de mudar nossa filosofia de jogo e nos devolver aquele futebol de toque, tabela, dribles e gols. Fernando Diniz, do Fluminense. Gosto muito do trabalho dele. Muitos dizem que não ganhou nada como técnico e isso é verdade. Porém, para ganhar, é preciso ter condições, com um grupo forte, pois capacidade ele tem, e de sobra. Deem a ele a Seleção Brasileira e ele vai convocar os melhores, dando ao time um padrão de jogo impecável. Temos que acabar com esse preconceito de que o cara é técnico há alguns anos e não ganhou taças. Talvez não tenha tido um grupo forte o suficiente. Dê A Pep Guardiola o Campo Grande, e ele jamais será campeão. Por mais que seja um grande técnico, milagre ninguém faz. Espero que não vire rotina perdermos para os africanos. Não foram eles que evoluíram, e sim nós que regredimos. É urgente a contratação de um treinador para começar a dar uma cara ao time canarinho, desfigurado pelos seis trágicos anos em que Tite esteve à frente do grupo.

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