O Brasil vai completar em 2026, na Copa do Mundo que será sediada em conjunto por Estados Unidos, México e Canadá, 24 anos sem pôr a mão na taça mais cobiçada do mundo. Aquela que Messi ergueu às vésperas do último Natal, em Doha, no Catar. A Argentina, que não ganhava um Mundial desde 1986, no México, ficou 36 anos num jejum terrível e só conquistou a Copa América, em 2021, no Maracanã, justamente em cima do Brasil.
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América, o melhor e mais organizado clube de Minas na atualidadeTécnico Ancelotti mais distante da Seleção BrasileiraSaudade do tempo em que o Mineirão era dos clubesO Brasil ganhou a Copa de 1970 com a genialidade de Gérson, Rivelino, Pelé e Jairzinho. De lá para cá, ficamos 24 anos até ganharmos em 1994 com Romário e Bebeto no auge das carreiras.
Daí pra frente foram mais duas finais consecutivas, 1998, quando ficamos com o vice, perdendo para os franceses, e 2002, quando enfrentamos pela primeira vez a Alemanha, vencemos por 2 a 0, com os geniais Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Rivaldo e Roberto Carlos. Ponto final.
Daí pra frente foram mais duas finais consecutivas, 1998, quando ficamos com o vice, perdendo para os franceses, e 2002, quando enfrentamos pela primeira vez a Alemanha, vencemos por 2 a 0, com os geniais Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Rivaldo e Roberto Carlos. Ponto final.
Em 2006, esses gênios já não queriam mais nada com a pelota, e ficamos nas quartas de final diante da França, numa das maiores aulas de futebol, dada pelo francês Zinedine Zidane. Ele, sozinho, pôs o meio-campo do Brasil na roda. Em 2010, mais um fracasso, diante da Holanda.
Em 2014, o pior pesadelo, 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal em nossa casa, e em 2018 e 2022, com o péssimo e "paneleiro" Tite, mais dois fracassos, diante da Bélgica e da Croácia. Daniel Alves, Neymar, Thiago Silva, da "panela" do fraco treinador protagonizaram vexame.
O ano de 2002 já está distante e em 2026 estará ainda mais. Igualaremos o nosso maior jejum e o que é preocupante: teremos uma seleção com muitos "perninhas" e pouco talento. Salva-se Vinícius Júnior, já cotado para ser o melhor do mundo, posição que não atingimos desde 2007, quando Kaká foi eleito pela Fifa.
Não temos um treinador escolhido e o atual presidente da CBF, que não quer se indispor com ninguém, espera um fracasso de Carlo Ancelotti no Real Madrid para convidá-lo. Eu não acredito. O técnico italiano já disse que, por ele, fica no time merengue para o resto da vida. Está na final da Copa do Rei e, muito provavelmente, vai avançar às semifinais da Champions League.
Jorge Jesus, plano B, está dando sopa no mercado, mas tem proposta financeira imbatível da Seleção da Arábia Saudita. Entre os brasileiros, não há nenhum nome que agrade o presidente, exceto o de Fernando Diniz, que faz um belíssimo trabalho no Fluminense e que joga bonito, usando a linguagem da tabela, do drible, do passe, do gol, contrariando a maioria dos técnicos brasileiros, que só mandam marcar, marcar e dar "porrada".
O Brasil é um país doente no futebol, com alguns dirigentes corruptos, em casos já comprovados, arbitragens péssimas e jogadores de baixo nível. Reflexo de uma sociedade desorganizada, violenta e infeliz. Dividiram o país, politicamente, transformando-o em ódio. O amor, a esperança e a luz têm passado distante da nossa gente. Ainda somos os únicos pentacampeões, mas não sei por quanto tempo.
O Brasil é um país doente no futebol, com alguns dirigentes corruptos, em casos já comprovados, arbitragens péssimas e jogadores de baixo nível. Reflexo de uma sociedade desorganizada, violenta e infeliz. Dividiram o país, politicamente, transformando-o em ódio. O amor, a esperança e a luz têm passado distante da nossa gente. Ainda somos os únicos pentacampeões, mas não sei por quanto tempo.
Clubes desestruturados, mal treinados, mal dirigidos, com jogadores de péssimo nível, ganhando fortunas. Não temos nenhum craque, os melhores jogadores são os uruguaios, Luiz Suarez, já em fim de carreira, Arrascaeta, e German Cano. Vejam bem: melhores jogadores, craques, não!
Curiosamente, contrário a isso tudo, temos visto estádios lotados, mesmo com o péssimo futebol, talvez reflexo da pandemia, quando ficamos dois anos sem sair de casa, praticamente. As SAFs chegaram, mas ainda engatinhamos nesse novo modelo. É preciso mais profissionalismo, mais gestão e, principalmente, mais dinheiro.
Gostaria de ser otimista, de achar que tudo vai melhorar até 2026, mas prefiro ser realista. Vejo um país quebrado financeiramente, com violência em níveis inaceitáveis, clubes de pires na mão, jogadores ganhando fortunas, sem dar em troca o futebol que esperamos.
Gostaria de ser otimista, de achar que tudo vai melhorar até 2026, mas prefiro ser realista. Vejo um país quebrado financeiramente, com violência em níveis inaceitáveis, clubes de pires na mão, jogadores ganhando fortunas, sem dar em troca o futebol que esperamos.
O técnico da Seleção Italiana, Roberto Mancini, disse que a Itália "anda carente de jogadores, porque os campos de ruas não existem mais". O Brasil carece disso há décadas. No lugar dos campos de ruas e bairros, os arranha-céus surgiram, imponentes, em detrimento das "peladas" onde descobríamos nossos talentos.
Ronaldo Fenômeno, um dos últimos, foi revelado nas ruas de Bento Ribeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, quando, garoto e pobre, infernizava seus colegas com dribles desconcertantes no campinho de terra, apertado.
Se ele voltar ao bairro onde nasceu, com certeza não reconhecerá mais a rua onde jogava, pois algum prédio já foi erguido por lá. Pobre futebol brasileiro. Dirigentes ricos, jogadores milionários, dando em troca um péssimo nível técnico. Até quando?