Daí pra frente foram mais duas finais consecutivas, 1998, quando ficamos com o vice, perdendo para os franceses, e 2002, quando enfrentamos pela primeira vez a Alemanha, vencemos por 2 a 0, com os geniais Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Rivaldo e Roberto Carlos. Ponto final.
O Brasil é um país doente no futebol, com alguns dirigentes corruptos, em casos já comprovados, arbitragens péssimas e jogadores de baixo nível. Reflexo de uma sociedade desorganizada, violenta e infeliz. Dividiram o país, politicamente, transformando-o em ódio. O amor, a esperança e a luz têm passado distante da nossa gente. Ainda somos os únicos pentacampeões, mas não sei por quanto tempo.
Gostaria de ser otimista, de achar que tudo vai melhorar até 2026, mas prefiro ser realista. Vejo um país quebrado financeiramente, com violência em níveis inaceitáveis, clubes de pires na mão, jogadores ganhando fortunas, sem dar em troca o futebol que esperamos.
O técnico da Seleção Italiana, Roberto Mancini, disse que a Itália "anda carente de jogadores, porque os campos de ruas não existem mais". O Brasil carece disso há décadas. No lugar dos campos de ruas e bairros, os arranha-céus surgiram, imponentes, em detrimento das "peladas" onde descobríamos nossos talentos.
Ronaldo Fenômeno, um dos últimos, foi revelado nas ruas de Bento Ribeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, quando, garoto e pobre, infernizava seus colegas com dribles desconcertantes no campinho de terra, apertado.
Se ele voltar ao bairro onde nasceu, com certeza não reconhecerá mais a rua onde jogava, pois algum prédio já foi erguido por lá. Pobre futebol brasileiro. Dirigentes ricos, jogadores milionários, dando em troca um péssimo nível técnico. Até quando?