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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Fernando Diniz é a bola da vez

"É o melhor técnico em atividade no país e vai resgatar o que de melhor tivemos no passado. Não precisa atravessar o Atlântico em busca de treinador"


13/04/2023 04:00

Fernando Diniz, técnico do Fluminense
Eleito o melhor técnico do Campeonato Carioca deste ano, Fernando Diniz conquistou a competição pelo Fluminense (foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP)


O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está na esperança de ter Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira. Fontes próximas a ele revelam que estaria até torcendo pela eliminação do Real Madrid para conversar com o técnico italiano, que já fechou as portas para qualquer tipo de encontro antes do fim da temporada. Ancelotti é o técnico mais cobiçado do mundo. Bayern de Munique, onde ele já foi campeão, o quer, e há mais quatro equipes de ponta da Europa que gostariam de tê-lo. É o único técnico campeão nas cinco principais Ligas da Europa e já disse que, por ele, fica no Real Madrid para o resto da vida. Ancelotti é realista, ganha R$ 70 milhões por temporada e está feliz no Santiago Bernabéu. Ainda que digam que é um orgulho para ele receber um convite do time canarinho acho difícil que aceite. Cultura totalmente diferente, jogadores fracos e uma seleção desfigurada nos seis anos do péssimo Tite.

Jorge Jesus estaria apalavrado com o Flamengo, após o fim da temporada europeia. O rubro-negro se dispôs a por um técnico interino por dois meses para esperar o Mister. Menos mal, pois eu temia a contratação do péssimo Jorge Sampaoli, perdedor por onde passou. Dessa forma, não vai restar alternativas para que a CBF traga um técnico do Velho Mundo. Se o presidente olhar com um pouco mais de carinho e ouvir seus diretores verá Fernando Diniz, técnico do Fluminense, como melhor opção. Um técnico que lembra os melhores que já tivemos, como Telê Santana, Carlos Alberto Silva e outros do passado. Ele gosta do toque, da tabela, do drible, do gol. Sua equipe joga bonito e é exatamente isso que Ednaldo Rodrigues procura. Vai custar bem menos que um técnico europeu e dará o resultado esperado. Ele dirige o Fluminense, um time bem mediano, mas que é muito bem treinado e que, no momento, é a melhor equipe do Brasil.

Não há outro brasileiro para assumir. Muitos falam em Abel Ferreira, o português do Palmeiras. É vencedor, sabe montar times, mas não pratica futebol bonito. Se a intenção da CBF é conseguir um treinador que nos devolva a nossa característica ofensiva, Abel não é esse cara. Diniz, sim. Muito alegam que ele não tem títulos. Ganhou agora o estadual, que não vale absolutamente nada. Isso é bobagem. Deem a ele condições de escolher os melhores jogadores e a Seleção Brasileira vai evoluir. Porém, deem tempo para ele trabalhar. Estamos praticamente a três anos da Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá. Não exijam do próximo técnico título imediato. Acho que um trabalho que comece agora e termine em 2030 seria o ideal. Se Diniz tiver esse tempo, e a certeza de que será mantido no cargo, não tenho dúvidas de que triunfará. Mas, há um detalhe: Os torcedores terão que jogar com ele e não exigir sua saída por um possível fracasso em 2026. Tite desfigurou nosso time de uma maneira que consertar isso demandará tempo.

A CBF tem dinheiro sobrando e deve se preparar para cuidar, única e exclusivamente, da Seleção Brasileira. Os clubes vão criar a Liga e daí pra frente decidirão seus destinos. É assim no mundo inteiro. Espero o fim das federações, que só servem para eleger o presidente da CBF e para comandar os retrógrados e falidos campeonatos estaduais. O mundo mudou e não há mais espaço para essas competições. A Liga tem que ter peito para determinar uma pré-temporada, de janeiro ao começo de fevereiro, e o início do Brasileirão, em meados de fevereiro, com jogos somente aos fins de semana, deixando quartas e quintas-feiras para as Copas. Assim, nosso nível técnico vai crescer, as contusões vão diminuir e os técnicos terão mais tempo para trabalhar as equipes. Não há outro caminho. Ednaldo, olhe com carinho para Fernando Diniz. É o melhor técnico em atividade no país e, tenho certeza, vai resgatar o que de melhor tivemos no passado. Não precisa atravessar o Atlântico em busca de treinador. Fernando Diniz é o nome.

Dirigentes são reféns

Como escrevi na minha coluna de ontem, os dirigentes brasileiros se tornaram reféns dos treinadores e isso é perigoso. Multas altíssimas estão impedindo alguns de demitirem seus empregados. O técnico é um empregado do clube, com um baita salário, mas não deve dar as cartas, como vimos esta semana no Atlético. E Coudet, com todo o respeito que merece, não tem história no futebol para ter uma multa rescisória tão alta. Duvido que ele seja mantido em caso de eliminação do Atlético, na fase de grupos da Libertadores. O futebol que o time tem apresentado não encanta ninguém e pelo que temos visto que o custo/benefício do atual técnico não compensa. O tempo dirá quem está com a razão.

Champions League

O Real Madrid venceu o Chelsea por 2 a 0, no Santiago Bernabeu e abre vantagem para o jogo de volta, quando poderá perder até por um gol de diferença que avançará às semifinais. Em Milão, o Milan venceu o Nápoli por 1 a 0 e jogará pelo empate no estádio Diego Armando Maradona semana que vem.

  

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