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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

A falta de ambição e de futebol

"O Brasil vive épocas de vacas magras, sem craques, sem técnicos competentes, sem dirigentes de verdade. O nível técnico beira o ridículo"


20/04/2023 04:00

Fernando Diniz, técnico do Fluminense
O Fluminense, do técnico Fernando Diniz, é o único time que agrada neste início de Campeonato Brasileiro (foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP)


O Campeonato Brasileiro começa e a maioria dos técnicos e dirigentes diz o seguinte: “vamos brigar por uma vaga na Copa Libertadores, que dá um bom dinheiro”. Esses são os dirigentes “modernos”, pois os do passado falavam assim: “vamos buscar o título da competição”. Eles sabiam que a Libertadores era consequência disso. Nosso futebol empobreceu de uma maneira que dá desgosto o que temos visto. Jogos ruins, arbitragens péssimas, a bola rola apenas 45 minutos, quando a determinação da Fifa é no mínimo 70 minutos. Daqui a pouco vamos ter que copiar o basquete e parar o cronômetro toda vez em que a bola não estiver rolando. Não vejo outra solução. Estamos vendo, agora, mais um episódio de escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro do ano passado. Há jogos sob suspeição, com jogadores tomando cartão amarelo e vermelho. Infelizmente, isso acontece no mundo inteiro. Na Itália, por exemplo, os casos são recorrentes. A Juventus já foi rebaixada e perdeu título por conta de falcatruas. A CBF já disse que não vai anular nenhum jogo.

O ex-goleiro e comentarista Raul Plasmann deu uma declaração importante. Ele disse que “no Brasil só existe um clube de série A que é o Flamengo. O resto é de Série B. E os clubes de Série B, na verdade, são de série C. E tem mais. A Copa Sul-Americana é uma vergonha. É a série C da Libertadores. Se eu jogasse hoje, eu não gostaria de ter o título da Sul-Americana”. Exageros à parte, Raul não está muito errado. Numa competição onde podemos classificar até oito equipes para a Libertadores, a maioria dos clubes entra apenas para participar e ganhar uma grana extra. E na Sul-Americana, entram os que ficam do nono ao décimo segundo lugar no Brasileirão. É mesmo uma vergonha. O futebol brasileiro vive épocas de vacas magras, sem craques, sem técnicos competentes, sem dirigentes de verdade. É tudo do mesmo e o nível técnico beirando o ridículo. A gente que assiste aos jogos da Champions League à tarde e à noite e tem que ver os jogos da Libertadores sente vergonha pelo péssimo espetáculo que os sul-americanos entregam. Faltam futebol e ambição, como coloquei no título acima. Não sei onde iremos parar, mas sei que nem tão cedo ganharemos uma Copa do Mundo. Não temos técnico, jogadores e futebol para isso. Estamos parados no tempo e no espaço. O Brasileirão começou e a única equipe que nos agrada na temporada é o Fluminense, que joga bonito, pra frente, com tabelas, dribles e gols, mas, mesmo assim, não encanta e ainda não é referência. E, ao contrário do personagem da “Escolinha do Professor Raimundo”, que tinha o bordão “e o salário, Oh”, fazendo menção ao salário de fome que pagam aos professores, nós podemos dizer: “e o salário dos jogadores, Oh”, mostrando o sinal de mais, pois eles ganham em nível de Europa e nos dão o futebol em nível de Brasil, muito pobre.

Covardia com o Cruzeiro

Que existe uma má vontade com o Cruzeiro há tempos nós já sabemos, mas já passou do limite essa questão do Mineirão, estádio inaugurado em 5 de setembro de 1965, com o único propósito de receber jogos de futebol. Nesse palco, Cruzeiro e Atlético conquistaram os títulos mais importantes de suas histórias e os torcedores viram jogos épicos. Mas depois da reforma para a Copa do Mundo de 2014, o estádio passou a ser administrado pelo consórcio Minas Arena e a coisa degringolou. Os dirigentes reclamam de taxas abusivas e, mesmo quando seus clubes colocam 60 mil pessoas no estádio, o prejuízo é certo. Não entendo os motivos de o governador do estado não atender aos desejos da torcida azul, que quer ver sua equipe jogando na “sua casa”, a “Toca 3”. Sugeri que ele pague a multa rescisória com a Minas Arena e dê o estádio para o Cruzeiro administrar em regime de comodato, pagando uma taxa anual, a combinar. O Estado não vai tirar dinheiro da população, mas sim permitir uma concessão para que o Cruzeiro jogue no Mineirão e pague por isso. Não as taxas abusivas atuais, mas sim uma coisa que seja boa para todos: Cruzeiro-Minas Arena e governo do estado. Acho que um pouco de boa vontade com o clube que tem as taças mais importantes do país e que sempre pôs Minas Gerais no topo. Não custa nada.

“Poste mija no cachorro”

Em depoimento à polícia, o monstro que matou quatro crianças na creche em Santa Catarina, e que foi “apreendido”, disse que “não se arrepende de nada e que faria novamente”. Aí a população de bem pergunta: “vale a pena manter um monstro desses na cadeia, comendo e bebendo as nossas custas, para sair daqui a três anos e voltar a matar”? Com a resposta, os políticos, eleitos pelo pobre povo, e que fazem as leis. Pena de morte é pouco para um monstro desses! No Brasil, o “poste mija no cachorro”!


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