Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Não fico em cima do muro, mas não há favorito

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Toda vez que há um clássico eu não hesito em apontar o favorito. Aquele que vive o melhor momento, que tem mais time, mais grupo, mais técnico, porém, dessa vez, com toda a sinceridade que me é peculiar, não posso e não devo apontar um favorito porque vejo Cruzeiro e Atlético muitos iguais. O time celeste tem um técnico mais capacitado e que tem feito belíssimo trabalho sem nenhum medalhão. Já o Galo tem um péssimo treinador, mas alguns jogadores que fazem a diferença no Brasil, entre eles, Hulk. Na Europa não há espaço para jogadores veteranos e que já deram caldo. Lá, eles fazem homenagens e mandam embora. Para o falido futebol brasileiro, eles servem e muito. Fernandinho, Hulk, Gabigol, Gerson, Davi Luiz e outros menos votados ainda têm lenha para queimar por essas bandas. Não existe renovação no nosso futebol e quando surge alguém de qualidade é vendido para o exterior e repatriamos os brasileiros que não têm mais espaço no Velho Mundo.





 

O Atlético foi eliminado da Copa do Brasil pela incompetência de seu treinador, Eduardo Coudet. Como um técnico, em sã consciência, deixa Hulk e Battaglia no banco num jogo decisivo contra o Corinthians? Um descalabro, uma vergonha, uma falta de comando. O próprio Hulk declarou que já jogou outras partidas, até menos importantes, sentido dores. Coudet chamou o Timão para o seu próprio campo, levou 2 a 0 no lombo e foi eliminado nas penalidades. Aliás, por que Zaracho não disputou a bola até o fim no gol de Róger Guedes? Ele preferiu dar espaço a Guedes, que passou como quis e fez um golaço. Zaracho teve uma grande fase em 2021. De lá para cá, nunca mais jogou nada. O Cruzeiro caiu diante do Grêmio, pela infelicidade do jovem Oliveira, mas jogou melhor, mandando quatro bolas na trave. Mas, como diz a música do Skank, “bola na trave não altera o placar”, e não alterou mesmo. O “Rei de Copas” sucumbiu diante de outro grande campeão da Copa do Brasil, o Grêmio, que está na briga para chegar ao sexto título e se igualar ao time azul, o maior campeão.

 

O clássico de hoje será disputado em Uberlândia, no Parque do Sabiá. A última vez em que lá estive foi com meu saudoso e querido amigo Fernando Sasso, quando trabalhávamos juntos na TV Globo. Ele era o narrador e eu o repórter. Estou falando de 1987, época em que o jornalismo era sério, de verdade, e o jornalismo da Globo era comandado pelo também saudoso Armando Nogueira. Hoje é esse nível baixo que aí está, com muitos “influencers”, que são torcedores e não jornalistas, mas que carregam uma legião de “imbecis”, como muito bem disse o poeta e escritor italiano Umberto Eco. “As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”. Curioso é que os estádios do país estão lotados nos grandes jogos, contrariando todas as expectativas, já que o futebol praticado no Brasil está na lama. Você assiste a um jogo do futebol europeu e percebe que o que praticamos no Brasil parece outro esporte, tamanha a distância abissal. E não venham me falar que a economia dos países do Velho Mundo é infinitamente superior a nossa, porque sempre foi, mas, no passado, engolíamos os europeus com muita técnica, craques e um futebol de primeiríssima linha. Hoje perdemos na parte física, tática e até na técnica, que era o nosso diferencial.

 

Cruzeiro e Atlético brigam lá em cima da tabela – um ponto separa os dois –, e aquele que ganhar hoje poderá até assumir a vice-liderança, dependendo de tropeços do Palmeiras e São Paulo. Em época de “vacas magras”, o clássico é levado para Uberlândia. Tomara que o gramado do Parque do Sabiá esteja em melhores condições que o do Mineirão. Aliás, o gramado do Gigante da Pampulha mais parece os campos de terra do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Como transformaram o estádio em palco para shows e, esporadicamente, temos jogos lá, o torcedor anda triste e chateado. Tivéssemos um gramado impecável, e Cruzeiro e Atlético poderiam ter resultados melhores. Menos para o alvinegro, que terá sua casa própria inaugurada em breve. E uma arena de primeiro mundo, a mais moderna do país. Quem falar mal da arena MRV é por inveja. Que o povo do Triângulo Mineiro prestigie o clássico de hoje e que o melhor futebol possa prevalecer e sair vencedor. Bom jogo aos torcedores do bem.