(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Eliminação do Brasil no Mundial Sub-20 escancara problemas

A derrota do Brasil também enfraquece Ramon Menezes, interino para os amistosos da Seleção principal, na Espanha, neste mês


05/06/2023 04:00 - atualizado 04/06/2023 19:05
741

Ramon Menezes, técnico da Seleção Brasileira Sub-10, em jogo do Mundial
Ramon Menezes é técnico da Seleção Brasileira Sub-10 (foto: LUIS ROBAYO/AFP)
A Seleção Brasileira está eliminada do Mundial Sub-20, disputado na Argentina. Perdeu para Israel, por 3 a 2, de forma vergonhosa. Esteve à frente do placar em duas oportunidades, cedeu o empate e levou o terceiro gol na prorrogação.

O detalhe é que Israel ainda perdeu duas penalidades, também no tempo extra, humilhando o time canarinho. Meus amigos e minhas amigas, não fomos eliminados por uma seleção de primeira linha do futebol mundial e, sim, por Israel, que não tem a menor tradição no esporte bretão. 

A Argentina, campeã do mundo na principal, também sucumbiu dentro de sua própria casa. Essa derrota do Brasil nas quartas de final escancara nossos problemas que são crassos, desde as divisões de base até a equipe principal. Vamos completar 24 anos de jejum em Copas do Mundo, em 2026, no Mundial dos Estados Unidos, México e Canadá, a exemplo do que aconteceu de 1970 à 1994. 

Nosso futebol agoniza há tempos, e os problemas são visíveis. E olha que quem comanda as divisões de base é o campeão do mundo Branco, que tem títulos e mais títulos com a categoria e ainda conseguiu arrumar a casa, mas milagre ele não faz.

A derrota também enfraquece Ramon Menezes, interino para os amistosos da Seleção principal, na Espanha, neste mês.

Os problemas do futebol brasileiro começam com dirigentes amadores, passam por técnicos incompetentes, jogadores mal preparados e empresários inescrupulosos.

Essa combinação deteriorou o nosso futebol nas últimas décadas, e é exatamente por isso que não passamos das quartas de final nas Copas do Mundo. Quando conseguimos tal façanha, levamos 7 a 1 no lombo, aplicados pelos alemães, que tiraram o pé. Era caixa para 12! 

Hoje os garotos não treinam fundamentos, cobranças de faltas e estão mais preocupados em saber se os empresários têm propostas. Quando o garoto tem talento, é logo negociado com clubes europeus.

Claro que há agentes de futebol sérios. Frederico Pena é um dos exemplos. Agente de Vini Júnior e Endrick, tem dado os melhores conselhos e gerido a carreira de ambos com maestria. Aulas de inglês, espanhol e direcionamento nas atividades financeiras. 

Frederico tem uma equipe muito competente, que enxerga o lado do ser humano, acima de tudo. Jogadores não são máquinas, eles têm coração, carne, osso e famílias carentes a serem cuidadas.

A crise técnica é tão grande que a Seleção está há seis meses sem treinador, e, pelo visto, vai ficar mais um bom período. Já estamos mal faz tempo e, agora, perdemos alguns meses em relação aos concorrentes para 2026.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que faz um trabalho transparente, sério e correto, se iludiu com Carlo Ancelotti e ainda espera por ele, mesmo sabendo que o Real Madrid já anunciou sua manutenção para a próxima temporada. 

Ancelotti fará uma renovação no time merengue, que já abriu mão de Benzema e em breve terá que buscar substitutos para Modric e Kross, já envelhecidos, mas que ainda queimam alguma lenha. Kane, do Tottenham, e Mbappé, do PSG, são os nomes da vez no time merengue, que já conta com os talentos dos brasileiros Rodrigo e Vini Júnior. 

Digo mais: mesmo se Ancelotti não acertasse com o Real, não dirigiria a Seleção. Ele tinha propostas de equipes gigantes do Velho Mundo, entre elas o PSG, onde foi campeão. Não trocaria os milhões de euros e a tranquilidade da Europa pela violência do Rio de Janeiro. Não poria sua família em risco.

Existe uma grande chance de Jorge Jesus ser o técnico. Fernando Diniz tem apoio na CBF, mas a queda do Fluminense já preocupa. Ele não consegue, segundo os dirigentes, manter uniformidade no comando de uma equipe.

Dorival Júnior corre por fora, mas não é o sonho do presidente da CBF. 

Jorge Jesus, neste momento, é o nome mais forte, ainda mais que está deixando o Fernerbahçe. O problema é que seus agentes plantam notícias a todo momento, e isso incomoda os dirigentes da CBF.

Ednaldo vai para a Europa tratar exclusivamente dessa questão, ainda com a ilusão de ter Ancelotti - que não virá de maneira alguma

Semana passada, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, postou uma foto com o técnico italiano, garantido-o por mais uma temporada no clube, e Ancelotti já declarou que por ele "ficaria no Real para o resto da vida". Não há outro nome que não seja JJ, mas ele precisa fechar a boca neste momento.

Vale lembrar que nossos problemas não se limitam a treinador. Não temos mais craques, exceto Vini Júnior, que está em outro patamar. Faltam zagueiros de qualidade, volantes e armadores. Neymar, que é um grande jogador, já mostrou que na Seleção é incompetente. Ficou aquém do que dele se esperava.

Nosso problema é na raiz, na base, onde deveríamos pôr o melhor treinador, para solidificar um trabalho de resgate do nosso verdadeiro futebol. Enquanto isso não for feito, ficaremos um longo período em jejum em Copas do Mundo. Uma pena, para o único futebol, ainda, pentacampeão, do Planeta Bola.

Rafael Cabral


Subestimar Hulk numa cobrança de falta, ainda que do meio-campo, não foi uma atitude correta do goleiro do Cruzeiro, Rafael Cabral. Ele falhou absurdamente e foi o responsável pela derrota no clássico. Não é para crucificar o rapaz, mas ele já havia falhado no Campeonato Mineiro, em outra cobrança de falta de Hulk. 

O atacante alvinegro tinha tanta confiança de que o goleiro azul iria errar que soltou a bomba quase do grande círculo e fez o gol. Méritos para Hulk e demérito para Rafael Cabral.

Que esses dois gols que tomou sirvam de lição para nunca mais duvidar de um atleta como Hulk, que acredita em todas as jogadas.

Violência contra Coudet

A facção que foi cobrar de Coudet no CT do Galo tem o direito de fazer tal cobrança nos estádios de futebol, jamais no local de trabalho do técnico e jogadores. Isso tem sido recorrente em todos os clubes do Brasil e precisa ter um basta.

Embora de forma pacífica, houve excessos, com xingamentos ao técnico e palavras que causaram um mal-estar. Bem ou mal, o Atlético Mineiro está muito bem colocado no Brasileirão e pronto para avançar na Libertadores. 

Particularmente, não gosto do trabalho de Coudet, mas o ser humano deve ser respeitado em qualquer situação. Ele tem família, filhos, e não é obrigado a ouvir de torcedores que "não é mais bem-vindo no clube". Cabe aos dirigentes, e somente a eles, essa definição.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)