ISTAMBUL – Mais um capítulo da Champions League foi escrito com final feliz para Guardiola e cia. Havia uma obsessão para que o técnico espanhol conquistasse a taça sem ter Messi, Xavi e Iniesta à disposição. Foi com ele que ele conquistou o bicampeonato em 2009 e 2011. No Bayern, fracassou, mas no time inglês, com De Bruyne, Gundogan, Haaland, entre outras feras, garantiu seu tricampeonato. Não quero aqui desmerecer o trabalho de Guardiola, mas ser campeão com R$ 12 bilhões em contratações, com os melhores jogadores do mundo, é bem mais fácil. Gostaria de vê-lo dirigindo uma equipe média da Europa. O Porto, em 2004, foi campeão com José Mourinho e não tinha os craques que o técnico catalão tem. E olha que foi uma final jamais imaginada entre Porto e Mônaco. Diego Simeone chegou a duas finais com o Atlético de Madri, e deu o azar de pegar o Real Madri, perdendo ambas. Mas ele chegou, e isso tem um peso enorme. Em jogo único, tudo pode acontecer, como no sábado, em que o goleiro brasileiro Ederson salvou o City de levar a virada, com duas defesas sensacionais já no tempo extra, entre elas uma cabeçada de Lukaku, a queima-roupa, que ele salvou com os pés. O City não fez um grande jogo e foi envolvido pela forte marcação da Inter. Guardiola ganhou a taça, mas Simone Inzaghi montou o melhor esquema de jogo. Claro que um futebol pragmático, de retranca, característica da Itália. Venceu a arte, o drible, o toque e o gol que Guardiola e nós pregamos.
Já há um movimento aqui na Europa, dizendo que o City será o Real Madrid daqui pra frente, chegando consecutivamente às finais da Champions. O time merengue tem 14 “Orelhudas”, e Guardiola brincou: “faltam só 13 para a gente encostar no Real”. Na verdade, com uma pontinha de inveja, pois, como foi criado no Barcelona, ele jamais dirigirá o time merengue, que, para mim, continua a ser o mais valioso e grandioso do mundo. Reconheço o valor de Guardiola, pois realmente ele sabe mexer o doce e tirar o máximo dos atletas, mas, em times bilionários, o trabalho fica mais fácil. Conversando com o amigo Mauro Cezar ele disse: “Guardiola jamais dirigirá um time médio, assim como o melhor executivo nunca irá trabalhar em uma empresa média. Vai trabalhar nas melhores, nas maiores”. É uma verdade absoluta. E, sendo assim, as chances de conquistas vão aumentando. No momento, o time a ser batido é o City, mas ele corre risco até de ser rebaixado na Premier League, por conta da falta de fair-play financeiro. Guardiola já disse que não se importaria em dirigir o time na Segundona. Tudo isso, porque o dono do clube, um fundo investidor do Dubai, despeja dinheiro em contratações. Até que ponto vale a pena? Só sei que a torcida do City ficou feliz da vida. No metrô, às 2 da madrugada, a gente só ouvia o cântico: “Kevin De Bruyne and Joe Stones”, numa alusão a uma famosa música do filme, “O Golpe de Mestre”. Os Citizens estão em festa, afinal, são os novos donos da Europa.
Ainda no bolo
O Cruzeiro empatou com o Bahia, fora de casa, numa rodada de muitos empates. Perdeu a chance de encostar mais nos ponteiros, porém, ainda está no bolo, com 14 pontos. É bem verdade que o Botafogo disparou e chegou a 24 pontos, abrindo 10 para o time azul. Entretanto, estamos na décima rodada e o clube tem mais 28 para alçar voos maiores. Vamos ver as contratações que Ronaldo vai fazer na janela de julho. Ele prometeu contratar jogadores aqui na Europa.