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COLUNA DO JAECI

Futebol brasileiro na lama e violência nas alturas

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O futebol brasileiro está na lama, tecnicamente, com jogos de baixo nível, arbitragens e VAR caóticos, dirigentes mal preparados e amadores, e alguns diretores de futebol que enriqueceram fazendo conchavos com empresários, segundo alguns jogadores já declararam, violência entre "torcedores" que na verdade são bandidos e para completar a Seleção Brasileira está há quase um ano sem treinador. 





Nesta semana, vi alguns posts na internet dizendo "O curso de treinador ministrado pela CBF e que formou vários deles é tão "bom" que a entidade busca um técnico estrangeiro para a Seleção Brasileira". Enfim, vivemos o caos em todos os sentidos. 

A curiosidade fica por conta de estádios lotados, mostrando a carência de um povo maltratado, onde o governo dá o "pão e o circo" e parece que está tudo bem. O saudoso Renato Russo, líder da banda, Legião Urbana, perguntou ainda na década de 1980: "Que país é esse?". A resposta, ouvimos em vários shows que a banda fez.

Uma pena que um país que foi tão rico em craques (nas décadas passadas tínhamos pelo menos dois grandes gênios por posição) hoje é um protótipo de país, e o futebol é apenas reflexo de uma sociedade desorganizada, violenta ao extremo e sem perspectiva. 



Quando você vê a diretriz de um clube europeu, percebe o quanto estamos atrasados e maltratados. Recentemente, o Bayern de Munique demitiu toda a diretoria, inclusive ídolos do clube, porque o projeto da temporada não foi bem executado. Profissionalismo é isso.

No futebol brasileiro os presidentes de clubes - exceto os que já viraram empresas - são torcedores, amadores e alguns venais, conforme mostra a história. 

Lembro quando Edmundo Santos Silva, ex-presidente do Flamengo, foi preso. Ele disse: "Não posso ser algemado, eu não sou um bandido comum". Não era mesmo. Não sei que fim levou, mas foi acusado de desviar milhões de dólares dos cofres rubro-negros.

Com certeza está curtindo a vida, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, que já está nas ruas, curtindo a vida, tomando seus bons vinhos e postando nas redes sociais. 

O exemplo que o Brasil está dando para os jovens é o de que o "crime compensa", e isso não é verdade. Os criminosos deveriam pagar pelos crimes com os rigores da lei. Se está condenado a 400 anos de cadeia, que morra por lá e apodreça. Cabral está rindo do povo brasileiro.



A novela "Vale Tudo" mostrou essa triste realidade na década de 1980. Como diz o meu sogro, "a realidade supera a ficção".

O nível técnico dos jogadores é sofrível, e a maioria ganha salários absurdos. Não me venham dizer que apenas 5% ganham muito bem, pois não é verdade. Todos os 20 clubes da primeira divisão pagam, e muito bem.

Vejam o exemplo de Marinho, de 33 anos, muito fraco como jogador. Ganhava quase R$ 1 milhão mensais no Flamengo. O São Paulo o queria, mas ele não aceitou reduzir o salário. Acabou indo para o Fortaleza, que se dispõe a pagar o que ele ganhava no rubro-negro.  
Jogadores que "jogam" bolinha de ping-pong e ganham verdadeiras fortunas.

Sabe o motivo de os dirigentes pagarem esses absurdos? Porque o dinheiro não é deles, embora se sintam donos dos clubes. Alguns enriqueceram rapidamente. Outros são até honestos, mas fracos como gestores.

Admiro a Leila Pereira. Milionária, que dirige o Palmeiras com mão de ferro e que não quer no seu clube dirigentes corruptos. Recentemente, ela declarou: "Por que em todos os setores da sociedade há gente presa e nada acontece com os dirigentes corruptos do futebol?". Está coberta de razão. 





Se fizerem uma operação pente-fino, muito dirigente que está rico irá para a prisão, pois os conchavos, segundo alguns jogadores já declararam, foram grandes.

O cara já ganha um alto salário como executivo, mas, ainda assim, faz rachadinha com empresários de futebol, mostrando sua face de bandido. Se o MP quiser investigar, vai pegar esses corruptos.

As divisões de base dos clubes, com raras exceções, estão sucateadas. Há denúncias em alguns clubes de que empresários já mandam e desmandam, tendo contrato com vários atletas, mesmo a lei impedindo isso. O atleta só pode assinar contrato com um agente aos 18 anos. 

Com essa violência, corrupção e jogadores de péssimo nível, vamos continuar sendo o país da mentira, da falcatrua e de leis que não são cumpridas.

O futebol só é um mundo à parte na questão salarial; no mais, está inserido nessa sociedade podre, violenta e sem escrúpulos. E ainda somos os únicos pentacampeões do planeta bola. Até quando, só Deus sabe.