Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Se jogadores fizerem greve, as ameaças e violência vão acabar no futebol

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Já que as autoridades desse país estão esperando acontecer uma tragédia com algum jogador ou dirigente, já que com o torcedor comum, como a Gabriela, acontece sempre, sem que ninguém dê importância, o que é uma vergonha, eu tenho uma sugestão que deve acabar com a violência no futebol: os jogadores são os protagonistas, sem eles, não há jogo. Então, sugiro que na próxima vez em que bandidos, travestidos de torcedores, forem a um CT, hotel ou mesmo mandarem mensagens para os familiares e para eles, ameaçando-os, que façam uma greve por dois jogos, por exemplo. Não há CBF, clube ou qualquer entidade capaz de obriga-los a jogar. Eles são humanos, têm mulheres, filhos, pais, enfim, famílias. Merecem respeito, como todo cidadão de bem. Já que o Estado não dá proteção nem a eles, nem aos torcedores de bem, que façam uma greve até que os bandidos sejam identificados, presos e respondam pelo crime cometido. Está nas mãos de vocês, jogadores. Só vocês serão capazes de acabar com essa violência, que assola o país, dizima famílias e nos envergonha. Como escrevi na coluna de ontem, a Gabriela foi assassinada por um torcedor do Flamengo, identificado e preso, e com ela, morremos todos nós, que compomos uma sociedade violenta, cruel e desumana.





Ninguém suporta mais. E vou além. Por quê os torcedores não fazem um acordo, nacional, e deixam de ir aos jogos? Notinhas de repúdio e indignação, não adiantam mais. É hora de agir, de buscar uma solução definitiva. É sabido que alguns dirigentes financiam torcidas organizadas, pagando salas, celulares e dando ingressos e ônibus para viagens. Tudo isso deve ser cortado. Se quando não existiam essas facções, não havia brigas, nem mortes de torcedores, que se extingam tais organizações. E se há gente do bem, como afirmam alguns, que os do bem digam quem são os do mal, para que sejam presos e punidos. Os casos vão se sucedendo. A cada semana, temos brigas generalizadas num estado e num estádio, só porque o outro usa uma camisa diferente da sua. O mínimo que a sociedade de bem exige das autoridades é uma providência enérgica e urgente. Já que isso não acontece, está nas mãos dos próprios jogadores e da sociedade. E se fizerem greve, eles terão o apoio maciço das pessoas que são do bem.

Não adianta proibir torcida A ou B de ir ao estádio. Isso não funciona, como também não tem funcionado, levar alguns bandidos, já identificados, para um quartel da PM na hora dos jogos. Há várias ramificações, e se cortam um tentáculo, surgem outros, que vão para as ruas brigar, matar ou morrer. Então, a solução é extinguir as organizações criminosas. Esse negócio de dizer que é preciso mantê-las, pois assim conseguem identificar os componentes, é bobagem. Torcedor de verdade é o anônimo, que paga ingresso para ver seu time jogar, que sai do estádio, feliz ou triste, mas que não provoca ninguém.

Não me canso de dizer que um pai que leva um filho a um estádio de futebol, atualmente, é um irresponsável, pois ele não sabe se voltará para casa vivo. Não há segurança nas ruas, nem tampouco nos estádios, haja vista que as brigas são recorrentes, assim como as mortes. Não adianta nos indignarmos num dia, e no outro está tudo normal. Não está nada normal, vivemos dias terríveis, de violência incontrolável no país, e o futebol vive esse reflexo. Jogadores, está nas mãos de vocês. Se não quiserem mais ser ameaçados e quiserem ajudar ao torcedor de bem, façam greve, no próximo ataque de qualquer facção. Se os dirigentes não se unem, pois só olham para o próprio umbigo, unam-se vocês. A força está com vocês, podem acreditar. Chega de violência. Ou paramos com a violência, ou paramos com o futebol. A escolha é de vocês, atletas.





Carlos Corradi

Fiz meu exame anual de toque, com o craque, o papa da urologia, doutor Carlos Corradi. É importante conscientizar todos nós da importância do exame, para evitarmos o câncer de próstata, ou para curarmos, caso se descubra no começo da doença. 95% dos casos descobertos, precocemente, têm solução. Meu médico há 23 anos, ele é cruzeirense roxo e tem um camarote no Mineirão, junto com Alex Veiga, Ricardo PItchon, Léo Diniz, Benito Porcaro e outros cruzeirenses apaixonados. O doutor Corradi me disse que deixou de ir ao Mineirão, por dois motivos: “primeiro que o Cruzeiro está muito mal, sem perspectiva, com um time que rifa a bola o tempo todo. O segundo motivo é a violência, que assola torcedores do país inteiro. Ainda que tenhamos camarote, a chegada ao estádio é complicada e perigosa. Prefiro assistir aos jogos em casa, onde não corro risco de ser agredido ou morto”.

Viram como a violência assola todas as classes sociais e profissionais? REPITO: jogadores, está nas mãos de vocês fazer uma greve para o fim da violência. Toda vez que um de vocês for ameaçado, deve haver união nacional para uma paralisação, até que as autoridades ajam com os rigores da lei. Penas mais fortes e longas, podem ser uma das soluções.