O Flamengo, com uma folha salarial de R$ 500 milhões anuais e um faturamento de R$ 1,2 bilhão, não lidera o Brasileirão desde 2020, na última rodada, em pesquisa feita pelo companheiro Mauro Cezar Pereira, um dos craques do jornalismo. É um dado preocupante, sim, a partir do momento que, em 2021/2022, passou em branco na maior competição do país e com uma folha desse tamanho, tem a obrigação de liderar, como está fazendo o Botafogo, que deve ter uma folha anual de 10% em relação à do Flamengo.
Não fosse o ex-presidente Bandeira de Melo, que saneou o clube e o tornou superavitário, Landim e Braz não estariam colhendo os frutos, pois o rubro-negro foi bicampeão brasileiro 2019/2020, ganhou as Libertadores de 2019 e 2022, e a Copa do Brasil, também ano passado. Bandeira não se preocupou em ganhar taças e sim em deixar o clube bem financeiramente. Em 2013, seu único título relevante foi a Copa do Brasil. Porém, o torcedor de verdade da sua importância para o rubro-negro, embora Landim queira se perpetuar no cargo, como se fosse ele o dono do Flamengo.
O rubro-negro não fala em se tornar SAF. Os dirigentes entendem que não há necessidade, pois o clube tem faturado fortunas com vendas de jogadores e com as receitas, que cresceram substancialmente. Além disso, não têm noção do quanto vale a marca Flamengo. Alguns falam que uma SAF teria que começar com algo perto de R$ 5 bilhões. Será? Com certeza não teríamos investidores capazes de pagar isso por 50% do clube, por exemplo. E mesmo que houvesse um comprador, o conselho do clube entende que o Flamengo não pode e não deve se transformar em empresa, pois descaracterizaria a sua história.
Outro ponto polêmico é a questão do estádio. Dirigentes rubro-negros têm rodado o mundo, conhecendo arenas e vislumbrando a possibilidade de o clube ter seu próprio estádio, com capacidade para 120 mil torcedores. O Santiago Bernabeu, do Real Madri, é o grande exemplo. Há, porém, uma corrente que defende a manutenção do Maracanã e um contrato, em regime de comodato, de 50 anos.
Landim e Braz, megalomaníacos que são, acham que o Maracanã está pequeno para a demanda da torcida, que a cada jogo esgota os ingressos. Com todos os problemas de demissão de técnicos, nos últimos quatro anos, o Flamengo vai ganhando taças e se tornando o principal time da América do Sul, um modelo a ser copiado pela maioria dos clubes brasileiros, quebrados e sem ter um norte, mesmo se transformando em SAF.
FRUSTRAÇÃO
No Independência, o Cruzeiro apenas empatou com o Coritiba em 0 a 0 e perdeu dois importantes pontos na sua caminhada para não perder contato com os ponteiros. A torcida deu outro show, empurrou o time, mas viu a equipe paranaense superior, inclusive nos chutes a gol. O Coritiba continua na zona de rebaixamento, enquanto o Cruzeiro chegou aos 22 pontos, 17 a menos que o líder isolado e disparado, Botafogo. A nota legal do jogo foi a torcida cruzeirense gritando o nome de Edu, artilheiro do time na Série B e um dos responsáveis pela ascensão do Cruzeiro. Edu agora está no Coritiba, que busca a reabilitação para fugir do Z4.
CRISE
O Palmeiras foi eliminado pelo São Paulo da Copa do Brasil. O time vem em queda livre e já se fala em crise. Abel Ferreira, sempre idolatrado, sofre críticas, como se fosse o culpado pela queda da equipe. O Palmeiras precisa se renovar para continuar sua caminhada de conquistas. E quedas, depois de tantas taças, são normais. Ninguém fica no topo tanto tempo. A presidente, Leila Pereira, que vivia no “céu”, conhece agora a fúria da torcida, cobrando reforços. O futebol brasileiro é assim. Em poucos jogos, tudo pode mudar. Quem pode se beneficiar dessa fase ruim do Palmeiras é o Atlético, que vai enfrentá-lo no começo de agosto, pela Libertadores.