Oito jogos e nenhuma vitória. Esse é o retrospecto triste de Felipão, que estava aposentado como treinador, mas resolveu assumir o desafio de treinar o Atlético. Na noite em que o time fez sua melhor partida sob seu comando, tomou a virada do Flamengo, por 2 a 1, no Independência, escancarando o que o torcedor já percebe há tempos: o Galo de hoje é um time envelhecido tecnicamente, com alguns ex-jogadores em atividade.
O torcedor olha para o campo e vê aquele time campeão de 2021, que encantou o país, mas quando enxerga a realidade, percebe que não é nada disso. Dois anos se passaram e a renovação é necessária. Me assusta o fato de o Atlético não revelar nenhum grande jogador nas divisões de base. O que será que acontece por lá? Não há um grande zagueiro, um camisa 10, um atacante, em condições de subir?
O Santos passa por um momento grave, mas continua a revelar grandes jogadores. Flamengo, Fluminense, Palmeiras, São Paulo, todos revelam e fazem vendas fabulosas. Somente o Galo não revela ninguém. Preocupante. É preciso por nas divisões de base alguém que entenda do riscado. Pelo jeito, não tem um grande gestor nessas categorias.
O Galo vencia por 1 a 0, até os 36 minutos, quando Arrascaeta marcou o gol, numa falta que não existiu. E para mim, o goleiro Everson falhou. Armou mal a barreira e o uruguaio não teve trabalho para fuzilar, justamente onde estavam dois jogadores rubro-negros, na “parede”. Sei que o chute foi muito forte, mas um goleiro não pode tomar um gol daqueles.
Logo depois, Wesley fez 2 a 1, em outra grande jogada de Arrascaeta, que o deixou na cara de Everson. Aliás, o único gol legal da partida, já que o de Paulinho também não foi correto, pois o próprio jogador pisou no pé de Bruno Henrique, na origem da jogada. O VAR e o árbitro foram duas vergonhas nesse jogo. E a banda segue, com erros e mais erros, Brasil afora.
O Galo mandou bola na trave, finalizou mais de 20 vezes, mas não acertou o alvo. Já o Flamengo teve poucas chances, mas todas na cara de Everson. Gabigol e Bruno Henrique perderam dois gols incríveis. Quando você olha para o banco do Flamengo e vê as peças à disposição, percebe que o time carioca nem precisa de treinador. Basta um distribuidor de camisas.
Aliás, onde anda a direção rubro-negra que não demitiu, ainda no vestiário, o agressor de Pedro, o preparador físico Pablo Fernández? Ele desferiu um soco na cara de Pedro, que foi a uma delegacia de BH registrar o fato. Sampaoli, cara de pau que é, nem comentou nada na coletiva, mas o grupo de jogadores exige a imediata saída do preparador, sob pena de não treinarem nesta segunda-feira.
O futebol do Flamengo está entregue a gente incompetente e que não está nem aí para nada. Landim, Braz e Spindel gostam muito de aparecer na hora boa, mas quando precisam tomar decisões, se escondem. Esse Pablo Fernández já tem histórico de agressão na França. É outro insuportável, como é seu chefe, Sampaoli. Um técnico asqueroso.
Parabéns ao brilhante repórter Cahê Mota, do Globo.com, que deu o furo de reportagem, ainda no estádio. Na semana em que o Flamengo tem a Libertadores, acontece isso. E Pedro deveria procurar outro time. Propostas não faltam, pois Sampaoli o ignora totalmente. Ele desfez a belíssima dupla, Pedro-Gabigol, responsável pela conquista da Copa do Brasil e Libertadores do ano passado. Pedro é dos melhores centroavantes do país e merece respeito. É por essa e outras que me abstenho de torcer pelo Flamengo nesta temporada. Não aceito a covardia feita com Dorival Júnior.
Voltando a falar do Galo, o jogo com o Palmeiras, quarta-feira, no Mineirão, pode representar um divisor de águas na temporada. Se o Galo fizer um grande resultado, 2 a 0, por exemplo, poderá levar a grande vantagem para São Paulo e avançar na competição. Em caso de derrota ou empate, tudo ficará difícil, e não vai adiantar demitir Felipão, pois terá que ir com ele até o fim do Brasileiro.
Pelo menos, tentar uma vaga na Libertadores do ano que vem, já que a belíssima casa, Arena MRV, será inaugurada ainda neste semestre para os jogos oficiais. Passar 2024 sem estar na Libertadores vai representar um grande prejuízo. O Atlético Mineiro precisa ter um norte, montar um time mais confiável e voltar a disputar os títulos. Em 2022 e este ano, está apenas figurando nas competições, e no Brasileirão ocupa o vergonhoso 13º lugar.
Quem tem uma folha mensal de R$ 20 milhões não pode e não deve jamais estar nessa colocação, com 21 pontos em 17 jogos. Vergonha é a palavra de ordem. E olha que os dirigentes dão toda a estrutura e não falta nada para os atletas. E não me venham falar em corpo mole ou coisa parecida. Isso não existe. Eles não conseguem entregar mais do que estão entregando. É vencer o Palmeiras ou jogar o ano no lixo. Os jogadores devem decidir o que vão preferir.
EMPATE AMARGO
O Cruzeiro fez uma grande partida diante do Athletico-PR, na Arena da Baixada. Chegou a abrir 2 a 0, tomou o empate, fez 3 a 2, mas novamente entregou a rapadura. As estreias de Lucas Silva e Arthur Gomes foram espetaculares. Arthur fez os dois primeiros gols e mostrou oportunismo e qualidade. Lucas deu o equilíbrio que o meio-campo precisava. É cria da casa e muito experiente.
O empate teve gosto de derrota, pois lá sempre é um grande resultado, mas pelo belo futebol apresentado pelo Cruzeiro, o time azul poderia ter voltado com os três pontos. Ronaldo fez belas contratações nessa janela e a expectativa por Matheus Pereira é grande. É possível que ele comece jogando na próxima partida. Dessa forma, o torcedor verá um time mais coerente, competente e forte. Essa é a expectativa. Um grande returno e, quem sabe, uma vaga na pré-Libertadores.
MINEIRÃO
O Gigante da Pampulha foi criado para ser uma casa de shows ou do futebol? Com a palavra, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. A pregunta dos torcedores é a seguinte: “O senhor gosta de futebol, governador?”