Acordei cedo em todos os jogos da Seleção Brasileira Feminina e nas outras partidas da Copa do Mundo disputada na Austrália e Nova Zelândia. Dei uma força incrível às Meninas do Brasil, entendendo que é assim que tem que ser, que elas merecem o mesmo espaço dos homens, ganhar salários equivalentes e por aí afora. Elas jamais tiveram tanto apoio como agora. Avião fretado, hotel 6 estrelas, conforto jamais dado. Nesse ponto, o presidente da CBF brilhou, ao não poupar esforços para que nada faltasse. Como recompensa, elas privilegiaram as dancinhas, os cabelos e em divulgar quem era ou não casal. Futebol que é bom, nada! Uma decepção. Uma vitória contra o fraco Panamá, derrota para a França e empate com a Jamaica, que nos eliminou. As jamaicanas, aliás, fizeram “vaquinha” para pagar as passagens. Mas tiveram foco, raça, determinação e objetivo, diferentemente das nossas jogadoras.
Lamento por Marta. Nossa Rainha, a melhor de todos os tempos, se sacrificou, mesmo machucada, e deu o seu melhor. Mas o grupo não entendeu sua mensagem. Vi uma estrutura fantástica do Grupo Globo, mandando para a Austrália e Nova Zelândia um grupo grande de jornalistas, mas vi também narradores perguntando as suas repórteres “se já haviam aprendido as dancinhas das meninas”. A exemplo do time masculino, as Meninas do Brasil dançaram e terão 24 horas, no voo de volta, para dançar ainda mais. Uma vergonha essa eliminação na fase de grupos do Mundial. Imperdoável. O Brasil dançava e França e Jamaica se classificavam.
A técnica sueca, Pia Sundhage, atual campeã do mundo com os Estados Unidos, há 3 anos comandando nossa seleção, pode pedir o boné. Um trabalho pífio, substituições equivocadas, mostrando muito pouco conhecimento. Concordo em parte com a entrevista de Marta, ao final, pois o futebol feminino no Brasil ainda sofre muito preconceito e está engatinhando. Porém faltou foco, foco e foco. É preciso valorizar, sim, a geração que aí está, mas també uma cartilha proibindo danças, penteados exagerados, assuntos que não dizem respeito ao trabalho de campo. Temos visto isso na seleção masculina, onde Neymar é o bobo da corte. Agora, na feminina, uma cópia fiel e equivocada do que fazem os marmanjos. Nunca conquistamos uma Copa do Mundo no feminino, mas, para conseguirmos tal objetivo, será preciso muito mais e menos dancinhas. Objetivo de grupo e seriedade.
Entendo que os jovens querem se divertir. Já fui jovem e me divirto até hoje. Porém, o trabalho e os objetivos em primeiro lugar. Faltou comando do chefe da delegação, se é que havia. Uma conversa com o grupo. Tem aquele ditado: “ri por último, ri melhor”. Messi e os argentinos trabalharam com seriedade na Copa do Catar. Não dançaram, tiveram foco e vontade. O resultado foi o capitão dos hermanos levantando o troféu. Aí sim os argentinos cantaram e dançaram. Já Tite, Richarlyson e Neymar dançaram o “pombo” e voltaram humilhados, com o “rabinho entre as pernas”. Cabelinhos pintados, exóticos e pouco futebol. Que pena que as meninas não copiaram Marta, Pretinha e Cristiane, que sempre tiveram seriedade. Está tudo errado no aspecto comportamento.
Não é terra arrasada, pois, como escrevi acima, o futebol feminino ainda luta pelo respeito da preconceituosa sociedade brasileira, mas é preciso uma mudança no curso da nave. Onde há seriedade, menos brincadeira e exposição, a coisa funciona. Não vi nenhuma atleta de outras seleções, fazendo dancinhas. Mesmo com dificuldades, as favoritas avançaram e agora devem implementar seu melhor jogo. Ao Brasil, restam 24 horas de voo, que ao invés de ter danças, comemorando a taça, terá caras tristes, chorosas e decepcionadas. A não ser que elas queiram dançar também no avião, não se importando com a pífia campanha. Dessa vez não há desculpas, pois a CBF deu às meninas a mesma estrutura dos marmanjos. Pena que elas não perceberam isso, e preferiram copiar os maus exemplos. Uma tristeza, pois eu queria ver a melhor do mundo, Marta, campeã, para fechar sua carreira com chave de diamante.
Fratura
Assistindo, ao vivo, Argentinos Juniors x Fluminense, fiquei arrasado com a fratura na perna do jogador Sanchez. O habilidoso Marcelo, do Fluminense, fez uma jogada de futsal, driblando com o pé em cima da bola. Só que Sanchez pôs a perna, e Marcelo pisou, sem a menor intenção, causando a fratura. Um lance sem maldade, mas que ocasionou a grave contusão. Marcelo chorou, imediatamente, ao perceber a gravidade, e foi expulso, como determina a regra, mesmo sem a intenção. A imagem é forte. Nos resta torcer pela breve recuperação de Sanchez. Foi realmente um lamentável acidente de trabalho.