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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Caráter e berço não se compra

Ao contrário de Neymar e outros que foram seduzidos pela fortuna, Toni Kroos prefere preservar seus valores morais e os de sua família


02/09/2023 04:00 - atualizado 02/09/2023 07:40
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O meio-campista alemão do Real Madrid, Toni Kroos, durante partida contra o Rayo Vallecano, pelo Campeonato Espanhol, no Santiago Bernabéu
O meio-campista alemão do Real Madrid, Toni Kroos, durante partida contra o Rayo Vallecano, pelo Campeonato Espanhol, no Santiago Bernabéu (foto: JAVIER SORIANO / AFP - 24/5/23)

O jogador do Real Madrid e campeão do mundo com a Alemanha, Toni Kroos, deu uma declaração importante, onde demonstra seu caráter e seu berço. Perguntado se não estaria seduzido por propostas do mundo árabe, foi taxativo: “a falta de direitos humanos me impede de jogar na Arábia Saudita. Dizem que lá se joga futebol ambicioso, mas tudo gira em torno do dinheiro. No final, é uma decisão a favor do dinheiro e contra o futebol”. Ao contrário de Neymar e tantos outros que foram seduzidos pela fortuna que vão ganhar por mês, Toni Kroos prefere preservar seus valores morais e os de sua família. Eu já era fã desse atleta, que joga de “smoking” pelo futebol refinado que tem, agora, com essa declaração, ele só mostra que além de cracasso de bola, é um caráter ímpar. Kroos marcou dois gols nos 7 a 1 que a Alemanha aplicou no Brasil, na Copa do Mundo em 2014, no nosso país.

Neymar e as redes sociais


Enquanto Toni Kroos tem preocupações com o ser humano, o bilionário Neymar continua aparecendo mais nas redes sociais e de fofocas do que em campo, onde, aliás, ele não pisa desde dezembro. Quando ele é atacado por alguém, logo aparecem seus asseclas para defendê-lo. Realmente, Neymar vai passar pela história do futebol como um dos jogadores mais ricos, que jogou seu talento fora, em prol das passarelas, festas, colunas de fofocas e outras coisas distantes dos gramados. Ao escolher a Arábia Saudita – mesmo porque ele não tinha espaço em nenhum clube europeu –, abriu mão de jogar em nível competitivo e não se importou com o regime ditatorial daquela país. Entre o dinheiro e a questão política e moral, optou pelo primeiro. Isso não é novidade, pois Neymar, mesmo sendo um excelente jogador, jamais levou a profissão a sério, como deveria. Jamais será o número 1 do mundo.

O norueguês Haaland
(foto: Darren Staples / AFP)

Haaland, o cometa


O norueguês Haaland (foto), do Manchester City, foi eleito o melhor jogador da última temporada, pela Uefa, e vai receber a bola de ouro. Ele marcou 55 gols em 55 jogos e foi campeão de quase tudo o que disputou, inclusive da Champions League. Disputou com Messi e com seu companheiro, De Bruyne. Haaland é um excepcional centroavante e mostra aos atacantes brasileiros o que é ter uma média de gols absurda. Um gol por jogo, algo extraordinário. No Brasil, os atacantes, no Brasileirão, em 38 rodadas, por exemplo, marcam 17 gols e se acham os maiorais. Menos de meio gol por jogo, uma média absolutamente ridícula. Vale lembrar que a média que para mim é imbatível é a de Reinaldo, do Galo, em 1977, quando marcou 28 gols em 18 jogos, média de 1,5 gol por partida. Eu não duvidaria se o norueguês for eleito também o melhor jogador do mundo. Bola para isso ele tem, e de sobra.

A ‘briga’ Bráz x Gabigol


Tornou-se pública a “briga” entre o homem do futebol do Flamengo, Marcos Braz, e Gabigol. Tudo começou quando o atacante foi sacado no jogo contra o Fortaleza, e não ficou no banco de reservas, seguindo para o vestiário e se preparando para deixar o Maracanã. Braz interveio e disse que ele não poderia ir embora, até porque poderia ser sorteado para o exame antidoping. Gabigol questionou, Braz retrucou. Segundo relatos, Braz disse que Gabigol fracassou na Europa, e isso doeu no atacante. Ninguém gosta de ouvir verdades. Gabigol ficou um ano na Inter de Milão e Benfica, foi reserva e marcou apenas um gol. Foi o maior fracasso no Velho Mundo, mas no Brasil tem a maior “marra”, pois deita e rola nas defesas por aqui, se bem que, ultimamente, não tem conseguido fazer gols. Fala-se em um novo executivo para o futebol, mas Landim não abre mão de Braz. Gabigol seria chamado para renovar contrato, mas as negociações não começaram, pois a diretoria reavalia o atacante e o custo-benefício. A verdade é uma só: o Flamengo é um clube sem comando, com dirigentes vaidosos e um grupo de jogadores cuja “máscara” não cabe neles. A demissão de Sampaoli é questão de tempo e poderá até acontecer esta noite, caso o rubro-negro perca para o Botafogo.

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