Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

A bajulação a Neymar chegou a níveis absurdos

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O Brasil goleou a "poderosa" Bolívia na estreia na Copa do Mundo de 2026 - sim, as Eliminatórias fazem parte do Mundial - com dois gols de Neymar, que chegou a 79, superando o Rei Pelé, com 77. Porém, há um detalhe que precisa ser levado em conta: na verdade, o Rei do Futebol tem 95 gols pelas contas de CBF, pois a entidade leva em consideração jogos contra clubes e combinados. Já a Fifa desconsidera esse tipo de jogo e coloca Neymar como o maior artilheiro. 



O atacante recebeu uma placa no Mangueirão e agradeceu, dizendo: "Jamais imaginei alcançar essa marca, mas isso não quer dizer que sou melhor que o Pelé". Ainda bem que ele tem essa consciência, pois, se cometesse a heresia de dizer que é melhor que o Rei do Futebol, deveria ser internado em um manicômio. 

O Brasil teve 80% da posse de bola contra os bolivianos, que só não tomaram de 10 porque o time brasileiro errou muitos gols, principalmente com Richarlison, que nem deveria ter sido convocado pela péssima fase desde a temporada passada. Ele chorou ao ser substituído, mas deveria mesmo é agradecer a Diniz a convocação imerecida.

Acho curioso como o brasileiro tem memória fraca. Neymar nunca brilhou contra as grandes seleções, fracassou em três Copas do Mundo e tem sido um engodo. No PSG, onde ficou seis anos, deu prejuízo monstruoso, jogando apenas 174 partidas, e ainda saiu falando mal da Liga e dos franceses. Ele quer convencer o mundo que a inexpressiva Liga Árabe, para onde vão os jogadores "aposentados", é melhor que algumas ligas europeias. Delírio total! 

Neymar, aos quase 32 anos, é um jogador diferente, com talento de sobra, mas passou a carreira toda como coadjuvante, exceto no Santos, onde brilhou como protagonista ao lado do genial Paulo Henrique Ganso.



No time brasileiro, fez uma péssima Copa em 2014, foi chacota mundial na de 2018, na Rússia, e mais um fracasso em 2022. Não entendo essa "babação de ovo" em cima dele. Só pode ser carência dos brasileiros, que não têm mais os ídolos do passado. E vale lembrar que no Norte e Nordeste - e não vai aqui nenhuma discriminação - os torcedores quase não veem os ídolos de perto, por isso, essa idolatria com Neymar e essa histeria coletiva. Se o jogo fosse no Rio, São Paulo, BH ou Porto Alegre, com certeza não haveria essa idolatria.

O "novo" Mangueirão estava lindo, gramado impecável, colorido. Porém, o governador do estado gastou R$ 500 milhões na reforma para receber esse jogo da Seleção. Com certeza, esse dinheiro seria mais bem empregado se fosse para saúde, educação e segurança. Mas o governador Helder Barbalho sabe que o pão e o circo são melhores, dão votos e se é pão e circo que o povo quer, que o tenha. Os políticos são iguais no Brasil inteiro. Um ou outro se destaca por realmente querer resolver os problemas da população. 

Vivemos numa sociedade oprimida, com um desgoverno nacional, violência nas alturas, falta de saúde e educação. Desde pequeno ouço dizer que o "Brasil é o país do futuro", futuro esse que nunca chegou e, pelo visto, nunca chegará. O Brasil virou o país da corrupção, insegurança e até mesmo da cassação dos direitos de liberdade de expressão. Estamos a um passo de uma ditadura!

Voltando a falar de Seleção Brasileira, Fernando Diniz perdeu a chance de colocar jovens como André, Caio Paulista e outros menos votados contra a fraquíssima Bolívia. Já sabemos o que podemos esperar de Marquinhos, que, aliás, falhou no gol dos bolivianos, do fraco Danilo, de Casemiro e de Richarlison. Veiga, do Palmeiras deveria ter entrado. Será que Diniz está esperando encarar a Argentina, campeã do mundo, para fazer experiências?

Para fechar, não gostei de vê-lo exaltando Neymar, cochichando em seu ouvido, como se dele fosse refém. O papel de um técnico não é o de bajular atletas, e Diniz tem bajulado Neymar de forma absurda e vergonhosa. Como aprendi com os saudosos Telê Santana e Carlos Alberto Silva, técnicos e homens de verdade, nada mais me surpreende. Telê se impunha como treinador e como cidadão. Formava os jogadores e o caráter deles. Bons tempos que não voltam mais, pois no mundo atual, os atletas acham que ter é mais importante que ser. 



Pobres homens milionários, se pensassem que daqui a 100 anos toda a população atual da Terra não estará mais aqui, e que outras pessoas estarão dirigindo seus possantes carrões, seus iates, seus jatos e ocuparão suas mansões, talvez enxergassem o mundo de outra maneira. Mas exigir isso de quem não tem educação e berço é realmente demais.

Ibope em baixa


A maioria do povo brasileiro não se interessa mais pela Seleção Brasileira, haja vista que a audiência do jogo de sexta-feira não foi das melhores. Também, Brasil x Bolívia, numa sexta-feira à noite, é dose pra elefante! Quem sabe quando enfrentarmos a Argentina, as tevês se recuperem? Uma coisa é fato, na atualidade: os torcedores preferem seus clubes ao time canarinho. Os fracassos sucessivos em Mundiais e os 7 a 1, impiedosos dos alemães, desiludiram o povo brasileiro.