Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Clubes brasileiros estão reféns dos velhos treinadores

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Os dirigentes brasileiros não têm imaginação, criatividade ou mesmo preparo para o cargo, com raras exceções. Quando a gente olha a “dança” dos técnicos no futebol, percebe o quanto estamos involuindo. O Corinthians, por pressão da imprensa, demitiu Vanderlei Luxemburgo, semifinalista da Copa Sul-Americana, que tirou o time lá de baixo no Brasileirão, as duras penas. No mesmo dia da demissão, contratou Mano Menezes, aquele mesmo que ficou 2 anos na Seleção Brasileira, de 2010 à 2012, e não deixou legado absolutamente nenhum. O velho vício de querer quem já esteve no clube e tem identidade com ele e com os torcedores. Tite é outro nome corintiano, mas o clube paulista não tinha dinheiro para contrata-lo e ele garantiu que não trabalhará nesta temporada. Por isso mesmo, vive um impasse com o Flamengo, que o quer agora, visando uma vaga na Libertadores ou pré-Libertadores do ano que vem.





O Galo buscou em Felipão a solução para seus problemas. O time ficou 10 jogos sem vencer com ele, mas conseguiu uma boa sequência, que não o tirou do nono lugar, mas deu esperanças de entrar na principal competição Sul-Americana, pois a pontuação melhorou e está bem perto dos ponteiros. No mais, quem trabalha no país são os técnicos estrangeiros, com destaque para o excelente, Abel Ferreira, prestes a chegar a mais uma final de Libertadores, mas que como ser humano está se tornando chato. Quer pautar as perguntas dos repórteres, que submissos, não o rebatem.

Que falta fazem Luiz Ceará, Roberto Cabrini, Eduardo Savóia, Arnaldo Viana, Daniel Gomes, Paulo Celso, Roberto Neri e tantos outros que questionariam o treinador. São os novos tempos do jornalismo, de youtubers, ligados ao clube, puxando o saco da torcida, não se indispondo com ninguém. Há boas exceções também como o Paparazzo Rubro-negro e o Flazoeiro, que questionam e batem forte nos dirigentes e treinadores.

Temos alguns jovens técnicos com qualidade. Gosto muito de Odair Helmann, que está no mundo árabe. Competente, ético, com conceitos modernos. Temos também Jair Ventura, um dos melhores da nova geração. O problema é que a imprensa e os dirigentes não dão a eles um tempo de trabalho e com isso, não conseguem emplacar por aqui. Jair Ventura está no Atlético-GO e o time tem chances de subir. Faz belíssimo trabalho. Há outros nomes que me agradam, mas que os dirigentes, medrosos e viciados, não conseguem enxergar.

Entre os estrangeiros, Coudet, que a torcida do Galo mandou embora, está quase na final da Libertadores. Os dirigentes não deram tempo para ele impor seu trabalho e deixaram ele ter embate com torcedores, na porta do CT. Um desrespeito, um descalabro que vem tomando conta do Brasil. É uma pena que o único futebol pentacampeão do planeta, não dê valor aos jovens treinadores. Eles estão pedindo passagem, mas é mais fácil para os incompetentes dirigentes, agradar a torcida, contratar os veteranos e jogar a culpa neles.