Esta é a eleição mais importante das nossas vidas. Você, provavelmente, já ouviu essa frase por aí. Na minha bolha, eu ouço todos os dias. Tanto que, em alguns momentos, tenho aquela tendência a banalizar. Mas, basta levantar a cabeça da tela do celular ou computador para entender que é, sim, definitiva.
Falta uma - ou mais - pessoa que tava na nossa vida e morreu, vítima de COVID-19, porque as vacinas não foram compradas a tempo. Aquela sua vizinha que tá desempregada e com a despensa vazia. Aquela sua amiga que não arruma trabalho. A marca de requeijão, leite e papel higiênico que você está comprando mais em conta por causa da inflação. O preço da passagem aérea que você parcelou em mais vezes neste ano.
Mas, não é só sobre compra e poder aquisitivo. O que você deixou de viver e sonhar. O horizonte está nublado. As cinzas das queimadas da Amazônia e do Pantanal chegaram ao Sudeste. Anoiteceu às 3 da tarde dia desses. Faltou oxigênio para pacientes com COVID-19 na Amazônia. Uma grávida foi agredida enquanto panfletava. Uma mulher apanhou com uma barra de ferro enquanto ouvia ‘vai apanhar que nem homem’ por defender ideias políticas.
Dá aquela dor de ver tanta gente nas ruas, passando fome - são 33 milhões de brasileiros nessa situação, número equivalente a 15,5% da população brasileira. De ouvir um presidente dizer que ter uma filha é fraquejada. De ouvir que uma parlamentar não é estuprada ‘porque não merece’. De ver as estatísticas de violência doméstica subindo junto à verba para educação ser diminuída.
Por isso, no domingo, dia 2, temos a eleição mais importante das nossas vidas. Não dá mais para gente seguir vivendo dessa forma.
Eu sei que cada um vota em quem quer e que o voto é democrático. Eu defendo isso. Mas agora nem é um voto útil. É o voto possível pra gente sair do mar de merda que a gente se enfiou.
Sei que a gente tá na exaustão (eu também tô), com a grana curta, sem um diazinho de calor na primavera e sair de casa no domingo pode ser chatão, mas, bora lá! Parece que não muda nada, mas muda sim!
E se a gente for consciente, dá pra mudar já, no próximo domingo - e aí a gente não precisa ir de novo, no final do mês, enfrentar um segundo turno.
Então bora? E pra votar tá bem fácil, é só ir com seu título (que você pode pegar no tse.org.br) e um documento com foto, ou só o documento com foto, na sessão, resolve.
E quem não votou em 2020, não tem problema. Pode votar nesta eleição. O que a gente não pode é tolerar mais quatro anos - e nem quatro dias, convenhamos - de um governo de morte.
Lembrando que não é só o voto para presidente. Nestas eleições vamos votar também para governador, deputados estadual e federal e senador. E é importante que entendamos quais são as pessoas que nos representam. E que, nos próximos quatro anos, vão defender nossos direitos e brigar por nós.
Vamos voltar a sonhar. A acordar e ter um futuro. A pensar no que podemos vivenciar e não só em nos manter vives ou só em como vamos garantir a próxima refeição. Vamos voltar a sonhar com educação. Com afeto. Com uma revolução que se dará a partir da via democrática.
Eu tô cansada. Eu tô exausta. Eu tô de punho em riste a vida toda. Mas eu também tô esperançosa e acredito que vocês também. Chega de dias tristes, de estímulo às armas e à violência, de criminalização da cultura e da educação. Chega de genocídio. Vamos vencer no amor! Aqui é #BrasildaEsperança
É a eleição que temos a chance de, logo ali, no domingo, escolher entre a barbárie e a esperança. Entre o genocídio e a possibilidade de voltar a sonhar. Seu voto é importante.