Jornal Estado de Minas

JUVENTUDE REVERSA

O século XXI requer conhecimento tecnológico e habilidade digital

Nestas últimas semanas me deparei com alguns textos com a temática 60+, o que não é habitual. Ter este burburinho sobre a diversidade geracional presente na imprensa tradicional e nas mídias sociais é muito bem-vindo. Essas publicações ajudam no engajamento contra o etarismo – este preconceito infame contra a idade.




 
Um dos artigos foi publicado no dia 22 de julho: A população do Brasil está mais velha.  Segundo dados divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, um aumento de 7,6% ante 2012. 
 
Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais, que representava 11,3% da população (22,3 milhões pessoas) passou a representar 14,7% da população (31,2 milhões de pessoas).
 
Esses dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e servem como subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas necessárias ao atendimento desse enorme contingente de pessoas. A população brasileira está envelhecendo muito depressa e a sociedade brasileira precisa avançar no debate para desencadear um processo de reeducação social.




 
Outra notícia é que o Maurício de Souza, 86 anos, está “estudando uma maneira de atender ao público idoso”, conforme revelou o próprio criador da “Turma da Mônica”, em conversa com a coluna Direto da Fonte, no Jornal Estado de São Paulo, em 18 de julho. Sobre os idosos, Maurício comentou que “estava conversando com meus amigos japoneses da Sanrio, empresa que desenvolveu a Hello Kitty, e eles me disseram que eu estava deixando escapar um público que gosta e acompanha os meus personagens: os idosos.
 
Pensei muito em que personagem poderia amadurecer… Me passou pela cabeça o Franjinha, que é cientista. Imaginei uma maneira em que ele evolua e envelheça acompanhando as descobertas científicas”. Ele também comentou que “estou sempre lembrando que os mais jovens precisam buscar inspiração na vivência. Ninguém paradão vai criar alguma coisa. Temos que viver, conversar, vivenciar e acompanhar o que acontece no mundo”.
 
A aposentadoria não está em seus planos e contribuí contra a estigmatização de que pessoas com 50 anos ou mais devam ser excluídas do mercado de trabalho: “pode ser que em algum momento alguém me convença que está na hora de descansar um pouco.




 
Mas a criatividade não morre, não para. Me acostumei com esse trem, com esse ritmo. Gosto de acompanhar os novos elementos que estão chegando. Trabalho porque a Turma da Mônica não tem por que deixar de divertir as crianças, os jovens e idosos.” Viva o exemplo de Maurício de Souza!
 
Outra notícia de grande repercussão foi como o futebol por streaming virou um obstáculo para os idosos acompanharem as partidas do seu time de coração. A reportagem da BBC News Brasil - Thais Carrança, em 12 de julho – nos informou que o comerciante Álvaro Pereira, 87 anos, não sabe como assistir as partidas.
 
Quando jovem, o Álvaro costumava ir aos estádios, mas com o tempo passou a acompanhar as partidas de futebol pela televisão. “Se é num SBT, Globo ou ESPN da vida, não preciso de ajuda de ninguém. Mas se é, por exemplo, pelo Star , eu não sei nem o que é isso".
 
O problema enfrentado por Álvaro é o mesmo de muitos outros idosos. Geralmente eles não sabem que streaming é a tecnologia de transmissão de áudio ou vídeo em tempo real pela internet, para aparelhos como smart TV, smartphone, tablet, computador ou notebook. 
 
O século XXI requer maior conhecimento tecnológico e habilidade digital. Por isto a importância de startups voltadas para a capacitação de pessoas maduras em novas competências digitais como a DigitalIdade 60maistech