Jornal Estado de Minas

SEXUALIDADE

Atenção à saúde masculina é pauta urgente


A questão da saúde masculina tem se destacado cada vez mais no cenário da saúde pública no Brasil. A negligência em relação à saúde dos homens tem acarretado impactos consideráveis no sistema de saúde, resultando no aumento dos custos e nas taxas de mortalidade.





O livro "A cura do homem", escrito pelo renomado psiquiatra Flávio Gikovate, oferece perspicazes vislumbres sobre os desafios enfrentados pela população masculina e apresenta maneiras de superá-los. 
 
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Em sua obra, Gikovate ressalta a crucial importância da atenção primária à saúde do homem, constituindo um dos pilares fundamentais para a promoção do bem-estar masculino. À semelhança do enfoque muitas vezes direcionado a grupos específicos no sistema de saúde brasileiro, como mulheres e crianças, a saúde do homem merece igual prioridade. A atenção primária não somente previne doenças crônicas no futuro, mas também estabelece uma base sólida para a saúde geral, permitindo aos homens uma vida mais longa e saudável.
 
 

Infelizmente, essa questão se apresenta de forma complexa no Brasil, basta observar o comportamento masculino vigente. Influenciados por questões culturais enraizadas no patriarcado, muitos ainda acreditam que expressar suas necessidades seja um sinal de fragilidade. O temor de julgamento e a autocrítica impedem-nos de buscar ajuda quando necessário.





É visível que muitos homens crescem nutrindo a crença de que são invulneráveis, o que pode culminar em comportamentos de risco e negligência em relação à própria saúde. Essa mentalidade profundamente arraigada reflete as tradicionais expectativas de gênero, nas quais os homens são encorajados a serem fortes e a reprimirem suas emoções. Essa cultura de negação da vulnerabilidade se configura como um dos principais obstáculos para a adoção de cuidados de saúde preventivos.

Redefinindo a masculinidade: um caminho para a mudança


Diversos profissionais, entre eles o psiquiatra brasileiro Flávio Gikovate, debatem a necessidade de uma redefinição da compreensão de masculinidade. Gikovate argumenta que os homens devem reconsiderar o significado de ser masculino, abandonando a noção equivocada de que a busca pela saúde denota fragilidade. As contribuições de Gikovate têm eum peso significativo no Brasil, pois ele instiga os homens a adotar uma abordagem consciente e responsável com relação à sua saúde. Isso envolve superar o estigma associado ao autocuidado e procurar proativamente informações sobre saúde e bem-estar.

Seu livro, "A cura do homem", está alinhado com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), instituída pelo governo brasileiro. A obra enfatiza a importância de políticas e programas direcionados especificamente para a saúde masculina, levando em consideração as particularidades físicas, emocionais e culturais dos homens. Essa abordagem integral não apenas focaliza as doenças, mas também busca promover uma mudança cultural em relação à saúde do homem.





Este artigo oferece uma análise aprofundada dos desafios enfrentados pela saúde masculina e propõe soluções concretas para superá-los. A atenção primária à saúde do homem, a redefinição da masculinidade e a conscientização sobre a importância do autocuidado emergem como pilares fundamentais para que os homens alcancem uma vida mais saudável e duradoura. 

Conforme pesquisas atestam, o Brasil pode trilhar um caminho rumo a uma abordagem mais holística e eficaz na promoção da saúde masculina, e combater a desinformação resultará em benefícios duradouros para a sociedade como um todo.