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Estado de Minas SEXUALIDADE

Prazer momentâneo com vídeos pornôs pode destruir sua vida

A pornografia é muitas vezes usada como um alívio fácil durante momentos solitários e tristes devido à sua acessibilidade


04/10/2023 04:00 - atualizado 04/10/2023 12:57
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homem segura celular
(foto: Pixabay)

Na era digital atual, a acessibilidade à pornografia atingiu níveis sem precedentes. Com uma simples conexão à internet, qualquer pessoa pode assistir a conteúdos totalmente explícitos, gratuitos e, num primeiro momento, extremamente gratificantes aos centros de prazer do cérebro - responsável pela liberação de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao prazer e à recompensa.

Quando uma pessoa assiste a conteúdo pornográfico, o cérebro libera uma grande quantidade de dopamina. Isso pode levar a um aumento da tolerância à pornografia, o que significa que a pessoa precisa de cada vez mais estímulos para obter o mesmo nível de prazer.
Por isso, a repetição da exposição à pornografia pode levar à dependência e prejudicar a capacidade de estabelecer conexões significativas com parceiros da vida real, por causa da dificuldade em ficar excitados ou satisfeitos sem a estimulação visual que a pornografia proporciona.

A pornografia é muitas vezes usada como um alívio fácil durante momentos solitários e tristes devido à sua acessibilidade, levando à insensibilidade emocional e desconexão nos relacionamentos.

As pesquisas nos mostram ainda que o consumo de pornografia pode desenvolver disfunções sexuais como: ejaculação retardada, ejaculação precoce e falta de desejo sexual.
A ejaculação retardada acontece por perda de sensibilidade, enquanto a ejaculação precoce ocorre porque se aprende que tudo pode ser rápido. A falta de desejo surge da comparação com imagens irreais, causando desconexão emocional; o cérebro, crucial na sexualidade, busca estímulo visual ao invés de intimidade emocional.

De uma perspectiva neurocientífica, imagens não reais podem ter um impacto significativo nos processos emocionais, cognitivos e perceptuais do cérebro. Ela explica que a neuroplasticidade do cérebro (a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar em resposta às experiências) ativa as vias de recompensa no cérebro e os repetidos estímulos fortalecem as conexões neurais associadas à excitação sexual e ao prazer. Com o tempo, esse comportamento potencializa o isolamento e, a cada novo relacionamento, o cérebro prioriza a intimidade sexual, causando uma desconexão emocional com o outro.

Pesquisas conduzidas por Willoughby, Carroll e Busby (2016), publicadas na revista Archives of Sexual Behavior, descobriram que o consumo de pornografia estava associado a uma menor qualidade nos relacionamentos e a uma diminuição na satisfação sexual.
Outras pesquisas de Perry, White e Perry (2013), publicadas na revista Family Life and Sexual Health, mostraram que os parceiros de pessoas com vício em pornografia relataram sentir-se traídos e magoados, levando a uma quebra na confiança e na intimidade.

Já as pesquisas de Mark e Janssen (2011), na revista Sexual and Relationship Therapy, discutiram como os casais muitas vezes enfrentam dificuldades para se comunicar abertamente sobre o uso de pornografia, levando a mal-entendidos e a um distanciamento adicional nos relacionamentos.

O preço que o consumo de pornografia pode cobrar nos relacionamentos é muito alto. Será que vale a pena?

É indiscutível a necessidade de tratamento qualificado para as pessoas envolvidas com a dependência de pornografia. Elas precisam buscar um profissional especialista em relacionamento e sexualidade.  

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