Cantado e decantado como um dos campeonatos nacionais mais equilibrados do mundo, pelo número de equipes que se candidatam ao título antes e durante a competição, o Brasileiro de 2020 decidiu fazer jus à fama. A alternância na primeira posição desde as partidas iniciais tem mostrado que tão difícil quanto chegar ao topo é se manter lá. Nada menos do que cinco times já ocuparam a ponta e, restando sete rodadas para o fim (oito para alguns, como o Atlético), ninguém se arrisca a cravar quem será o campeão.
A bola da vez é o Internacional, de Abel Braga, que vem de uma arrancada sensacional, de sete vitórias seguidas – a mais recente, nada menos que uma histórica goleada, os 5 a 1 sobre o São Paulo, no Morumbi.
“Está com pinta de campeão?”, perguntou um repórter ao treinador, após o jogo na capital paulista. Ele preferiu sair pela tangente: “O time está tendo sorte, o que normalmente o campeão tem. É rezar para que continue”.
Não faltam a Abel motivos para não cantar vitória abertamente tão cedo. A briga pela taça ainda está muito parelha. Além disso, ele acompanhou não apenas o roteiro escrito por outros times ao longo da competição como o de si próprio, que também tem seguido caminho tortuoso.
Abel Braga recebeu a equipe gaúcha das mãos de Eduardo Coudet (que pediu demissão para treinar o espanhol Celta de Vigo) na liderança do Brasileiro, classificado para as oitavas de final da Copa Libertadores e para as quartas da Copa do Brasil. O cenário, perfeito, não se sustentou.
Ele, que já não era o nome preferido dos torcedores, foi criticado e balançou no cargo ao ser eliminado pelo América de Lisca no mata-mata nacional, cair diante do Boca Juniors no torneio continental e, em meio a isso, amargar seis jogos consecutivos sem vitória no Brasileiro.
Mas o que seria do inferno se não existisse o céu, não é mesmo? Pois com esse mesmo Abel contestado, para muitos ultrapassado, o Inter engatou a quinta marcha e iniciou uma campanha de recuperação fantástica. Não foi, porém, a única nesta edição do Brasileiro.
Essa série de resultados extraordinários já teve outros nomes e sobrenomes. Lá nas primeiras rodadas, por exemplo, atendeu por Ramonismo – a nomenclatura dada para a tática de Ramon Menezes para levar o modesto Vasco à liderança.
O tamanho da façanha pode ser medido de duas formas. A primeira é que havia 12 anos que o time cruz-maltino não alcançava a primeira colocação do campeonato. A segunda: o feito era tão surpreendente que o time caiu (naturalmente) de produção, até pela limitação de suas peças (o que era sabido por muitos, reforço), e sobrou para o próprio Ramon, que acabou demitido.
Outro que viveu dos louros proporcionados pela liderança e do dissabor de sofrer na pele as consequências de estar numa competição tão disputada – e isso em nada tem a ver com nível técnico, que fique claro – foi Jorge Sampaoli no Atlético.
Antes da estreia, com um grupo ainda em formação, a expectativa da torcida era por uma boa participação. Os mais racionais entendiam que era o começo de uma caminhada com chances de dar bons frutos futuros. Poucos cravavam, antes de a bola rolar pelo Brasileiro: é time para ser campeão.
Contudo, aquele início fulminante, com triunfos sobre os então favoritos Flamengo e Corinthians, elevou o patamar – e com ele as expectativas e cobranças.
O Galo é um dos times mais regulares do campeonato. Mas já não bastou ser regular. As sequências na liderança trouxeram a reboque a exigência de título. E no futebol não costuma funcionar muito aquele papo de que título tal é obrigação...
Outro que vive essa gangorra emocional é Fernando Diniz. Nos últimos seis meses ele já foi de um dos treinadores mais promissores do futebol nacional a fracassado tantas vezes que até perdi a conta.
Na melhor fase, estava atropelando no Brasileiro (chegou a 17 partidas de invencibilidade) e foi apontado como favorito à conquista da Copa do Brasil. Aí veio o revertério. O castelo de cartas foi ruindo a cada derrota. Hoje, apesar de ainda bem posicionado na classificação do Nacional, está desacreditado, por sua torcida e até por alguns adversários.
Esta é a montanha-russa tupiniquim, que não se baliza por tamanho de torcida, grau de investimento, inovação tática e/ou técnica, carisma ou experiência. A história é contada em campo, jogo a jogo. Com a bola no fundo da rede.
A bola da vez é o Internacional, de Abel Braga, que vem de uma arrancada sensacional, de sete vitórias seguidas – a mais recente, nada menos que uma histórica goleada, os 5 a 1 sobre o São Paulo, no Morumbi.
“Está com pinta de campeão?”, perguntou um repórter ao treinador, após o jogo na capital paulista. Ele preferiu sair pela tangente: “O time está tendo sorte, o que normalmente o campeão tem. É rezar para que continue”.
Não faltam a Abel motivos para não cantar vitória abertamente tão cedo. A briga pela taça ainda está muito parelha. Além disso, ele acompanhou não apenas o roteiro escrito por outros times ao longo da competição como o de si próprio, que também tem seguido caminho tortuoso.
Abel Braga recebeu a equipe gaúcha das mãos de Eduardo Coudet (que pediu demissão para treinar o espanhol Celta de Vigo) na liderança do Brasileiro, classificado para as oitavas de final da Copa Libertadores e para as quartas da Copa do Brasil. O cenário, perfeito, não se sustentou.
Ele, que já não era o nome preferido dos torcedores, foi criticado e balançou no cargo ao ser eliminado pelo América de Lisca no mata-mata nacional, cair diante do Boca Juniors no torneio continental e, em meio a isso, amargar seis jogos consecutivos sem vitória no Brasileiro.
Mas o que seria do inferno se não existisse o céu, não é mesmo? Pois com esse mesmo Abel contestado, para muitos ultrapassado, o Inter engatou a quinta marcha e iniciou uma campanha de recuperação fantástica. Não foi, porém, a única nesta edição do Brasileiro.
Essa série de resultados extraordinários já teve outros nomes e sobrenomes. Lá nas primeiras rodadas, por exemplo, atendeu por Ramonismo – a nomenclatura dada para a tática de Ramon Menezes para levar o modesto Vasco à liderança.
O tamanho da façanha pode ser medido de duas formas. A primeira é que havia 12 anos que o time cruz-maltino não alcançava a primeira colocação do campeonato. A segunda: o feito era tão surpreendente que o time caiu (naturalmente) de produção, até pela limitação de suas peças (o que era sabido por muitos, reforço), e sobrou para o próprio Ramon, que acabou demitido.
Outro que viveu dos louros proporcionados pela liderança e do dissabor de sofrer na pele as consequências de estar numa competição tão disputada – e isso em nada tem a ver com nível técnico, que fique claro – foi Jorge Sampaoli no Atlético.
Antes da estreia, com um grupo ainda em formação, a expectativa da torcida era por uma boa participação. Os mais racionais entendiam que era o começo de uma caminhada com chances de dar bons frutos futuros. Poucos cravavam, antes de a bola rolar pelo Brasileiro: é time para ser campeão.
Contudo, aquele início fulminante, com triunfos sobre os então favoritos Flamengo e Corinthians, elevou o patamar – e com ele as expectativas e cobranças.
O Galo é um dos times mais regulares do campeonato. Mas já não bastou ser regular. As sequências na liderança trouxeram a reboque a exigência de título. E no futebol não costuma funcionar muito aquele papo de que título tal é obrigação...
Outro que vive essa gangorra emocional é Fernando Diniz. Nos últimos seis meses ele já foi de um dos treinadores mais promissores do futebol nacional a fracassado tantas vezes que até perdi a conta.
Na melhor fase, estava atropelando no Brasileiro (chegou a 17 partidas de invencibilidade) e foi apontado como favorito à conquista da Copa do Brasil. Aí veio o revertério. O castelo de cartas foi ruindo a cada derrota. Hoje, apesar de ainda bem posicionado na classificação do Nacional, está desacreditado, por sua torcida e até por alguns adversários.
Esta é a montanha-russa tupiniquim, que não se baliza por tamanho de torcida, grau de investimento, inovação tática e/ou técnica, carisma ou experiência. A história é contada em campo, jogo a jogo. Com a bola no fundo da rede.